×ǝʌıןɐ ןǝǝɟ ɐʋʋɐʍ×

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ƗŘŞŦ ĆĦΔƤŦ€Ř

Jimin acordou tarde naquele dia.

Parecia que o remédio que o pai lhe deu fizera realmente algum efeito.

Levantou-se da cama rapidamente e foi até o banheiro, onde tirou suas roupas e tomou um banho demorado, mergulhando sua cabeça embaixo da água fria e corrente e mantendo-a lá por algum tempo, numa tentativa de refrescá-la, metafórica e literalmente.

Após o banho, foi até seu quarto e vestiu uma calça de moletom preta com uma camisa de mangas médias, dois números maior que o seu. E, ao levantar a blusa e se olhar no espelho — como costumava fazer constantemente desde que começara a dançar na Fire —, Jimin teve a visão daquilo que pensou que nunca pudesse acontecer em um período tão curto de tempo.

Estava mais magro que nunca.

Park Jimin, que nunca se sentira bem com seu jeito mais encorpado e, por vezes, "rechonchudo", e que sempre se culpava constantemente por conta disso, agora estava magro demais. Suas costelas marcavam a sua pele e sua cintura tinha um leve recuo. E, por incrível que pareça, ele odiava isso.

Por que a mente dele era tão complicada? Por que era tão difícil se contentar com quem ele era?

Jimin sempre sonhou em ter o corpo igual — ou, pelo menos, similar — ao da maioria dos idols de seu país, bem magro e frágil. Por que agora ele não queria mais?

Ele desejava um dia ter respostas para essas perguntas.

Pelo menos agora Himchan-sunbae não pode mais dizer que estou gordo, ele pensou, sorrindo de forma sarcástica, sem encontrar um pingo de graça naquilo. Mas logo tirou esse pensamento da cabeça. A Fire e seu ambiente tóxico eram assuntos que ficaram no passado.

Jimin deixou que o tecido voltasse a cair sobre seu corpo, facilmente atingindo a altura mais baixa de sua coxa, e saiu do quarto em direção à cozinha. Queria aproveitar que havia acordado um pouco melhor para tentar comer um pouco.

— Bom dia, pequeno! — Mina falou, animada como sempre, assim que Jimin entrou em seu campo de visão. — Dormiu bem?

Jimin forçou um sorriso e suspirou brevemente antes de respondê-la.

— Finalmente, melhor que antes.

Mina sabia da condição de Jimin. Afinal, não era possível escondê-la. Mas, da mesma forma, sabia que não podia se mostrar preocupada quanto a isso quando estivesse em frente ao jovem rapaz, evitando assim um desgaste por parte dele.

A mulher vira o garoto crescer e se tornar a figura bonita e polida que era; a última coisa que queria era vê-lo se degradar.

Jimin sentou-se à mesa e, imediatamente, Mina deixou uma xícara de chá logo em sua frente. Ele deu um primeiro gole, sentindo o sabor forte e levemente incômodo do ginseng, mas, ao mesmo tempo, lembrando-se de como era reconfortante sentir o gosto de algo familiar na boca após tanto tempo de jejum indesejado.

— Choi Mina é um anjo, não é? — Yangmi apareceu na cozinha, segurando seus óculos em uma mão e um livro de ficção na outra. — Bom dia, filho. Eu remarquei a sua consulta pra você poder dormir um pouco mais, então amanhã de manhã teremos de ir sem falta. Tudo bem?

— U-hum. — Jimin respondeu, sinceramente, com a xícara em frente ao rosto ainda pouco animado.

Yangmi passou os olhos pelo filho, analisando cada mísero milímetro de pele ali presente. Então, parou seu olhar na altura de seu antebraço, andando rapidamente até ele e aguardando-o deixar a xícara sobre a mesa e se virar para ela, que agarrou-o pelo braço e o puxou para perto de si.

TRIPPING • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora