Capítulo 7 - Conversas... e patinhos de borracha?

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Demorei horas para finalmente cair no sono, não conseguia parar de replicar tudo o que aconteceu na noite. Acordei ansiosa e mal pude acreditar que meu relógio marcava cinco da manhã, não era possível, eu dormi menos de quatro horas. O que eu estava fazendo acordada?

Rolei de um lado para outro tentando fazer o tempo passar mais rápido, mas sem sucesso. Desisti de ficar deitada. Sabia que meu pai levantaria às seis para sua corrida antes do café da manhã, então decidi levantar.

Abri a porta do quarto e verifiquei se tinha alguém no andar. Mesmo sendo muito cedo, não queria dar de cara com a garota que tirou meu sono, não daquele jeito. Estava de pijamas, meias e chinelo; o cabelo, então... Não tive coragem de nem ao menos olhar no espelho.

Corri para o elevador e apertei o botão inúmeras vezes como se isso fosse fazê-lo chegar mais rápido. Fiz o mesmo no botão que mostrava o número doze, desesperada para que as portas me escondessem.

Ao contrário da eternidade que levou para que se a caixa se fechasse, cheguei ao andar em dois segundos. Atravessei o corredor e fui direto na porta dos quartos dos meus pais.

"Oi, meu amor, entre", minha mãe me recebeu depois que eu bati algumas vezes, olhando como se já estivesse esperando por mim.

Entrei com o sorriso no rosto e me joguei em sua cama, enfiando-me debaixo do edredom. Ela atravessou o quarto de forma elegante e sentou-se na beira da colchão antes de se juntar a mim debaixo da roupa de cama.

"Dormiu bem, pequena?", ela disse de forma suave e olhou nos meus olhos como só ela fazia, sorri e deixei meu corpo escorregar, colando nela.

"Ai, mãe", um agudo manhoso saiu de minha garganta e eu escondi o rosto com as mãos. "Eu nem sei se eu dormi mesmo."

A risada dela era baixa e deixou que suas mãos encontrassem meus cabelos emaranhados e os alisassem.

"Conseguiu deixar Christen em seu quarto em segurança ontem a noite?"

"Eu a beijei", disse escondendo meu rosto em seu braço. Ela riu mais uma vez e deu um beijo em minha testa. Era verdade que eu era a menininha do papai (apesar de que nenhum dos meus irmãos me pegaria admitindo isso em voz alta), mas receber carinho da minha mãe era como estar no céu.

"Como foi?"

"Ah, mãe, eu não vou te dar detalhes, né?!" Escondi o rosto debaixo da coberta, envergonhada. "Mas foi bom." Saí de meu esconderijo rapidamente para dizer apenas isso, e logo retornei para ele.

"E ela pareceu gostar?" Ela continuou com o carinho, como fazia desde que eu era pequena. Foi o jeito que ela encontrou para me deixar confortável para compartilhar tudo com ela, principalmente o que me deixava envergonhada.

"Aquela mulher é... Eu nem sei como descrever Christen!" Abaixei os tecidos e os prendi com os braços, deixando o frio do ar condicionado bater em meu rosto. "Ela não pareceu arrependida, mas não disse que voltaria a acontecer."

"Acho que terá que descobrir, meu amor, só temos mais quinze dias por aqui", as palavras dela me atingiram de uma forma que a dor era física. Eu tinha acabado de perceber que metade do meu tempo tinha se passado.

"As coisas parecem tão mais intensas em relação a ela, é como se cada dia carregasse a força de uma semana se tivéssemos em casa."

"Essa é a magia do amor de verão, Tobs", amava como minha mãe sempre parecia uma contadora de histórias quando queria provar algum ponto. "O verão nos traz sentimentos diferentes e foi por essa razão que o seu pai e eu escolhemos essa data para fazer as viagens em família. É como nos reconectamos anualmente."

Uma margarita e uma lua azulOnde histórias criam vida. Descubra agora