Saí do banho pronta para me jogar na cama e dormir todas as horas que meu corpo permitisse. Ouvi batidas na porta e estranhei, olhei meu celular e nenhuma notificação nova além das centenas do grupo com minhas amigas.Não pude conter a ansiedade que crescia em mim, será que ela decidiu caminhar até esse lado do corredor? Corri para a porta e meu rosto deve ter traduzido exatamente o que senti por dentro.
"Credo, Tobs, eu sei que não sou bronzeada e nem tenho olhos claros, mas precisava ficar tão decepcionada?" Katie disse, cruzando os braços sobre o peito.
"Nós queremos uma noite de irmãs!" A outra emendou mostrando uma garrafa de champagne e três taças. Sorri para a cena.
"Vocês já não beberam o suficiente?" Perguntei, fechando a porta depois que elas entraram. Seria em vão tentar qualquer desculpa para que elas não o fizessem.
"Uma garrafa não vai piorar. E no mais, é a primeira noite das meninas que você está legalmente liberada para beber."
"E temos pouco para aproveitar porque uma vez que pisarmos de volta no nosso país, você terá que continuar a beber escondida!"
"Não é como se eu bebesse sempre, também, né?"
"Mas quando resolve beber..." Katie falou baixo, quase não dando para ouvi-la. Pus a mão sobre o peito ofendida.
"Pelo menos nunca precisei ser carregada para casa."
"Eu também não, essa aí foi a Perry!" Foi rápida para se defender.
"É verdade, e ainda deixou o carro do namorado vomitado." Lembrei do dia. Foi nojento.
"Mas ele mereceu, aquele babaca estava me traindo!" Acabamos rindo. Quando ela descobriu, nossa irmã ficou muito mal e a família se uniu ainda mais. Desde então, fizemos um acordo silencioso de que só começaríamos um relacionamento depois da aprovação da família. Não somos chatos, nem difíceis de agradar, mas temos um sexto sentido - mamãe principalmente - quando se trata de namorados e namoradas.
"A gente ri agora, mas foi péssimo na época." A irmã do meio lembrou e eu concordei.
"Lembra do Jeffrey, com dez anos, querendo bater no cara que tinha o dobro do tamanho dele?" A mais velha lembrou e a cena fez com que a gente gargalhasse. Nosso irmão demorou para crescer e era muito magro, então vê-lo pular em cima do jogador de futebol, puxando os cabelos do rapaz foi hilário.
"E quando ele viu que você estava de olho na Christen?" Katie confidenciou. Olhei para ela confusa. "Logo depois que você saiu da mesa naquele café da manhã, ele começou a fazer diversos planos. Disse que foi um erro nosso não ter feito aula de defesa pessoal, porque se Christen fizesse algo com você, ele não poderia fazer nada. E nós também não saberíamos o que fazer." Fiquei chocada. Nosso irmão era super protetor, ser o único menino e carregar o nome de nosso pai deu a ele a impressão de que tinha que nos defender. Nunca foi algo pedido pelos meus pais, mas foi uma missão que ele aceitou e cumpre muito seriamente.
"Katie fala como se não tivesse concordado com cada plano mirabolante dele." A acusada deu de ombros.
"Eu que não vou deixar minha irmãzinha ser machucada sem fazer nada a respeito." Cruzou os braços no peito, fazendo cara brava, como se tentasse intimidar alguém.
"Okay, mas vocês sabem que não precisam disso, certo?" Tentei acalmá-la. Elas assentiram.
"Agora a gente sabe, mas até então ela era só mais uma interessada nesse seu corpo esbelto." Perry passou a mão sobre mim de forma exagerada e parou na minha cintura, onde começou a fazer cócegas.
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Uma margarita e uma lua azul
FanfictionTodos os anos, Tobin passa suas férias de verão em algum lugar diferente do mundo como uma tradição familiar. No ano de seu 18º aniversario, eles embarcam para as Bahamas e o que parecia ser apenas mais um mês em familia, pode ter se tornado o verão...