Capítulo 15 - Jantando com... o inimigo? (Parte 1)

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Olhei-me no espelho pela quinta vez. Não sabia se deixava a camiseta branca por dentro da calça ou solta, por isso ela estava completamente amassada pelo número de vezes que mudei de ideia.

Mais uma vez a ansiedade tinha me feito ficar pronta com muita antecedência e, com tempo sobrando, a única coisa que me restava era questionar minhas escolhas.

Eu sentia que estava bem vestida, a calça preta tinha o corte fino e era bem desenhada. Optei por algo mais discreto no tronco, para evitar excessos; queria impressionar, não assustar. De volta à frente do espelho, pus a a camisa dentro da calça, decidida que dessa vez seria definitivo.

Ouvi batidas na porta e estranhei, afinal o relógio dizia que eu ainda tinha alguns minutos de espera.

Não fiquei surpresa ao ver Christen do outro lado da porta, no fundo eu esperava que ela aparecesse. Mas isso não impediu meu coração de errar a batida, porque ela estava linda.

Seu cabelo caia natural, apenas com metade preso, deixando o seu rosto mais visível. Eu não sabia exatamente para o que olhar, Perry estava certa, ela se vestia muito bem. Mas eu não menti quando falei que pouco de sua beleza se devia às roupas, eu não conseguia imaginar algo que não a servisse como uma luva.

Apesar de tudo isso, o quê me fez suspirar, de verdade, foi o seu sorriso. Talvez eu estivesse muito apaixonada, mas vê-la feliz como estava apenas por me ver, causava alvoroço na minha mente. Agradeci à todas minhas vidas passadas por terem acumulado um karma tão positivo ao ponto de me proporcionar momentos com ela.

Ela entrou, fechou a porta e me beijou.

"Que bom que resolvi vir mais cedo ou então teria que segurar essa vontade de te beijar a noite toda." Dito isso, me empurrou contra a parede mais próxima e retomou o encontro de nossos lábios. Eu não conseguia raciocinar direito, sua boca deixava meu cérebro em pane. Mas, mesmo que ele estivesse funcionando bem (e principalmente assim), eu não a impediria. Eu amava seus beijos e não conseguia decidir se preferia os calmos e lentos ou os urgentes e cheios de desejo como aquele.

Ela ergueu minha camisa e passou as unhas sobre minha barriga, fazendo um arrepio correr pelo meu corpo inteiro. Deus como eu a queria. Mas ela ter mexido na peça branca me lembrou de toda a indecisão e o porquê dela. Eu conheceria seus pais e precisava estar impecável.

Sob protestos, afastei-a devagar.

"A gente tem tempo, eu falo para os meus pais que a culpa é minha se nos atrasarmos..." Tentou voltar para o beijo. Sorri com o desespero em sua voz, se apenas soubesse o quanto eu me esforçava para não pedir para que ela cancelasse o jantar e para que ficássemos aqui o resto da noite. Melhor ainda: o resto do verão. Com Christen e o serviço de quarto, eu não precisaria de mais nada.

"Preciso causar uma boa impressão, são seus pais, Chris." Argumentei, tentando trazer razão para a garota emburrada à minha frente.

"Mas quinze minutos entra na categoria de tolerância!" Replicou, cruzando os braços a altura do peito. Puxei-a para um abraço e ela escondeu a cabeça em meu pescoço. Pareceu inocente até eu sentir seus lábios na região. Ela tinha descoberto ali um ponto fraco e usava isso a seu favor.

"Chris..." Tentei repreendê-la, mas aquilo soou mais como um gemido do que qualquer outra coisa. O que aquela mulher estava fazendo comigo deveria ser considerado crime. "Por favor..."

"O que você quer que faça?" Sussurrou em meu ouvido. E eu queria dizer tantas coisas, a lista era enorme. Mas eu precisava focar. Jantar. Família Press. Passar boa impressão.

Odiei-me ao pedir que ela parasse, seus ombros caíram frustrados. Mas acho que ela percebeu que eu estava eu uma situação parecida, e logo fui contemplada com seu sorriso mais uma vez.

Uma margarita e uma lua azulOnde histórias criam vida. Descubra agora