Capítulo 5 - Mais sobre a garotinha do papai

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Olhei o relógio mais uma vez. Eu tinha certeza que fazia meia hora desde a última vez que tinha checado o horário, mas o ponteiro maior mal tinha se afastado do seis. Eram 18:32. Em 28 minutos eu encontraria com Christen para jantarmos com minha família. Há 40, eu estava pronta. Não queria me atrasar, então fiz tudo muito cedo e agora preciso esperar, porque não quero parecer desesperada.

    Deveria chegar lá com 15 minutos de antecedência, para demonstrar que aquilo era importante para mim? Ou o certo seria bater na sua porta alguns minutos depois do horário marcado, para que ela não ficasse nervosa?

    Mas, e se ela ficasse nervosa porque eu estou demorando? Ou pior, e se eu chegar lá mais cedo e ela não estiver pronta ainda, e achar que estou querendo apressá-la? Cocei a cabeça com força, como se isso me fizesse parar de pensar sobre isso.

    Parei em frente ao espelho de corpo inteiro que tinha no quarto e olhei para o que eu estava vestindo. Tinha escolhido uma calça skinny preta, com bota da mesma cor; a camiseta era branca, coberta por uma jaqueta jeans de lavagem clara. Eu amava que os restaurantes do lugar tinham ar-condicionado.
Não era minha roupa mais formal, mas eu poderia ter escolhido moletom e isso indicava que aquilo era importante para mim. E eu sabia que minha família notaria isso.

    Passei a mão na camiseta, tentando deixá-la o mais próximo de perfeita possível. Olhei de novo para o relógio. 18:33. ARGH! Eu ia morrer de ansiedade até dar a hora de ir até lá.

    Resolvi assistir uma série com um episódio rápido. Passados 23 minutos, decidi que seria um bom momento para ir até o quarto dela.

    Andei a passos lentos, contrariando minha vontade de correr até Christen. Estava curiosa para saber como ela estaria vestida. Estaria linda, eu não tinha dúvidas. Mas eu me perguntava se ela optaria por peças mais formais ou mais despojados, como um saída de praia.

    Ergui a mão para bater em sua porta. Eu estava um pouco adiantada, mas era aceitável, eu acho. Dei um passo para trás. Será que não era? Devia esperar o relógio marcar o horário combinado?

    Respirei fundo. Aquele não era o momento de surtar. Contei até dez. Bati na porta e ela automaticamente se abriu. Christen estava deslumbrante. Fiz o caminho dos seus pés ao cabelo e não havia a possibilidade de eu ter me preparado para aquilo.

    Ela usava uma sandália com salto baixo e um macacão amarelo. Eu adorava aquela cor nela. O cabelo estava parcialmente preso, apenas o suficiente para acentuar o formato de seu rosto.

    "Oi." A dona dos olhos mais bonitos me cumprimentou. Eu apenas consegui sorrir em resposta. "Você está muito bonita!"

    "Eu?" Fiz um movimento com as mãos, para que olhasse para o próprio corpo. "Você está maravilhosa!" Ela corou. Eu fiz Christen corar. Eu não costumava falar coisas do tipo e não sabia o que tinha dado em mim. Mas nunca fiquei tão feliz em falar sem pensar.

    "Vamos?" Assenti, oferecendo meu braço para ela, que aceitou prontamente.

    "Minha família está muito empolgada para te conhecer." Eu disse, enquanto esperávamos o elevador.

    "E você?"

    "Eu?" Fiquei confusa. "Eu já te conheço, ué." Ela riu.

    "Não! Quis dizer se você está empolgada para isso também."

    "Ah!" Claro que ela queria dizer aquilo, tonta! "Para ser bem sincera, não." Ela me olhou em choque.

    "A gente não precisa fazer isso, Tobin! Eu só achei que, porque você me convidou, e, bom... Me desculpa, eu não quis..." Foi a minha vez de rir.

Uma margarita e uma lua azulOnde histórias criam vida. Descubra agora