Capítulo 21 - Próxima rodada

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No sorteio com os capitães, ficou definido que os Press e os Jordans, uma família de ingleses, jogariam primeiro, depois nós enfrentaríamos a terceira família, sendo o jogo final, o encontro dos Heath contra os Press. Se tudo fosse como esperado, eles seriam eliminados agora e já poderíamos comemorar hoje.

Mas nada nunca acontece como o esperado.

Tudo começou muito bem, com a família britânica marcando um gol em Cody, que ficou extremamente irritado. Papai, que estava atento, fazendo anotações, comemorou como se fosse a nossa família em quadra.

O problema é que eles nunca entram numa partida para perder. Cody defendeu um chute do menino mais velho dos Jordans, lançou para Tyler, que de primeira lançou para a frente. Christen estava no meio da quadra, então o goleiro foi calmamente pegar a bola. Mas ela foi tão rápida, que antes mesmo que ele conseguisse encostar na esfera, os pés da californiana o driblaram e ela chutou para o gol, sem nenhum obstáculo. Abriu os braços para comemorar, mas foi contida, logo voltando para o seu lado da quadra para o reinício do jogo. Em menos de cinco minutos, o jogo já tinha sido virado. Christen marcara mais uma vez, dessa vez com um gol que causaria inveja em jogadores profissionais, e com a canhota. Aquela mulher era perfeita e eu sabia, mas era surpreendida todas as vezes.

Os ingleses acordaram para o jogo e não tomaram mais gols, mas também não fizeram o que deu a vitória para a família rival, que saiu comemorando. E, claro, nos provocando.

"O segundo foi para você, Toby." Christen disse e deu uma piscadinha para mim. Revirei os olhos e suspirei. O que era para ser fácil, ficou complicado e agora a gente corria o risco de sermos eliminados nesta rodada, porque, para a surpresa de absolutamente ninguém, os ingleses eram bons no futebol.

Nos 30 min. de intervalo entre o primeiro jogo e o nosso, o Sr. Heath repassou tudo o que estava em seu caderninho. Senti como nos velhos tempos, quando papai era técnico do time e fazia nossas reuniões pré-jogo. Perry até arranjou tinta azul e vermelha para pintarmos nossos rostos, como se estivessemos indo para guerra. Era quase infantil, mas captava a essência da família. Apesar de sermos muito competitivos, jamais deixaríamos de nos divertir.

Entramos na quadra, ouvindo provocações do grupo da Costa Oeste, mas mamãe não nos deixou responder, empurrando-nos na direção certa como se um rebanho de ovelhas.

Nosso primeiro confronto começou muito equilibrado, eu era rápida e gostava de brincar com a bola, o que gerou diversos gritos de quem assistia. Vez ou outra, eu olhava de relance para a arquibancada e via a garota de olhos bonitos impressionada e isso inflava o meu ego e me inspirava a fazer mais firulas.

Conseguimos abrir o placar com uma jogada ensaiada. Um escanteio em nosso favor foi marcado, e eu cobrei. Esperei por uma das três dentro da área que corriam de um lado para o outro, para fugir da marcação. Quando um delas, Kate, finalmente conseguiu escapar, chutei e ouvi Tyler me zoando, por ter ido para uma direção diferente da minha irmã. Mas o que ela e nenhum deles esperavam é que meu pai saísse de sua posição debaixo das traves e finalizasse direto para o gol adversário, marcando para os Heaths. Virei para a Press mais velha e fiz uma reverência.
O segundo gol saiu na metade do segundo tempo, para o time adversário. Papai xingou como se fossem os Giants perdendo a final do Super Bowl. Mas conseguimos abrir e fica na frente novamente com um gol meu, e minha mãe conseguiu ampliar o placar, o que definiu a eliminação dos Jordans na competição.

O que veio a seguir foi uma enorme discussão dos membros das duas famílias e da equipe de organização do hotel. Eles queriam cancelar o próximo jogo, porque não havia a necessidade da competição, uma vez que já tínhamos as duas família finalistas. No entanto, metade de nós queria o jogo pelo bem da competição; a outra, só queria que esse dia acabasse e que descansássemos para a final, que seria no dia seguinte.

Pensando pelo lado lógico, não jogarmos era o mais adequado, mas o sorriso provocador de Christen me dava vontade de deixá-la no chão com minhas habilidades. "Com medo de perder, Toby?" Desafiou-me. Mas mamãe me ensinou a não ceder, pois não passavam de tentativas de desestabilizar.

"Pelo que me lembro, não sou eu que peço arrego!" Respondi no mesmo tom e ela pareceu me fuzilar com os olhos.

A comissão dos jogos parecia estar em reunião há anos e eu sentia meu corpo começando a reclamar dos maus tratos que andei causando-o. Beber até meu corpo não aguentar e depois uma maratona de competições, quem eu queria enganar? Eu estava exausta.

A decisão havia sido tomada e eu estava me esforçando ao máximo para que ficasse ao menos de pé. Christen parecia que tinha dormido, no mínimo 24 horas, ela corria em volta da quadra com as irmãs e pareciam três máquinas.

"Famílias, por favor, se agrupem!" A voz do homem que estava conduzindo as competições parecia um trovão e todos os membros seguiram sua instruções. "Os eventos de hoje foram muito satisfatórios e cheios de emoção, causando um certo desconforto entre alguns membros. Desta forma, vamos encerrar as atividades por hoje, mas voltamos amanhã com a nossa final entre as famílias Heath e Press e coroaremos a família vencedora!"

Aquela notícia pareceu uma boa saída, já que os outros times e até hospedes que estavam assistindo comemoraram a decisão. Fiquei aliviada em saber que poderia dormir e recuperar as forças, estava pronta para um banho, comer e dormir.

"Mas quantos pontos essa final vale?" A voz da garota que me tirava o foco ecoou pelo foyer. "Pelo quadro geral estamos empatados, o que acontece se houver um empate?" O homem ao microfone parecia confuso e despreparado para a pergunta.

"Não vai acontecer, filha, nós vamos acabar com eles!" Cody disse e meu pai jogou a cabeça para trás em uma gargalhada debochada.

"Eu sei, pai, mas e se acontecer?" A forma como ela tinha certeza da vitória estava começando a me irritar, mas eu realmente acreditava que um empate seria muito possível.

"Então, famílias, não empatem. Ou estejam prontas para uma rodada extra!"

Ótimo, era tudo o que eu precisava, mais uma rodada e mais um motivo para Christen me tratar como sua inimiga por mais tempo. Como num passe de mágica, a pequena multidão desapareceu e, até meu pai, que era o defensor de nossas tradições, concordou que deveríamos apenas dormir e nos dispensou do jantar.

Todos subimos juntos no mesmo elevador e íamos nos despedindo conforme chegavamos nos andares. Cheguei no décimo andar e só pensava no meu chuveiro e cama. Estava tão cansada que nem pensava em algo pra comer, saí do elevador e caminhei a passo lentos sem nem perceber direito o que fazia.

"Oi, estranha!" A voz dela era suave e tímida.

"Olha, parece que alguém foi exorcizada"

"Não exagera, Tobin, eu só sou competitiva!"

"Não, Chris, meu pai é competitivo. As jogadoras da seleção são competitivas. Você? Você se transforma!" Disse e ela soltou um pequeno sorriso.

"Desculpe, eu acho que deveria cuidar disso. Já vai dormir?"

"Sim, entre dormir duas horas, bêbada e um dia inteiro tentando ganhar da garota mais bonita que eu já vi, meu pequeno corpo não aguenta mais" Ela levantou os olhos e encontrou os meus, parecia envergonhada de alguma forma, quieta.

"Então boa noite, Toby, a gente se fala pela manhã!" Ela acenou sorrindo e virou-se sentido seu quarto e senti um pequeno aperto no coração por vê-la indo.

"Christen?" Ela virou para mim "Eu ainda tenho energia para mais uma coisa!" Fui em sua direção e beijei-a sem pestanejar, senti seu corpo estremecer ao meu toque e meu entreguei no beijo de uma forma que só consegui me entregar com ela. Algo na Press me deixava fraca, vencível, mas era a única forma que eu aceitaria perder alguma coisa. 


Conseguimos!
Essa nota aqui vai ser maiorzinha,
porque preciso pedir desculpa pela demora.
Tá tudo uma loucura e o bloqueio criativo chegou
e ficou. MAS no fim deu tudo certo, nada como 
uma inspirada movida pelo desgosto aushuah


A história tá se aproximando do fim e isso contribui
para a nossa falta de produção, porque a gente tá
num apego que é difícil se despedir. Mas vai dar
tudo certo (eu acho).


No mais, vai aqui o nosso agradecimento de
praxe. Essa história é muito importante para
gente e significa o mundo que vocês gostam
e curte e comentam, então o nosso maior obrigada! - K 



Uma margarita e uma lua azulOnde histórias criam vida. Descubra agora