No sorteio com os capitães, ficou definido que os Press e os Jordans, uma família de ingleses, jogariam primeiro, depois nós enfrentaríamos a terceira família, sendo o jogo final, o encontro dos Heath contra os Press. Se tudo fosse como esperado, eles seriam eliminados agora e já poderíamos comemorar hoje.
Mas nada nunca acontece como o esperado.
Tudo começou muito bem, com a família britânica marcando um gol em Cody, que ficou extremamente irritado. Papai, que estava atento, fazendo anotações, comemorou como se fosse a nossa família em quadra.
O problema é que eles nunca entram numa partida para perder. Cody defendeu um chute do menino mais velho dos Jordans, lançou para Tyler, que de primeira lançou para a frente. Christen estava no meio da quadra, então o goleiro foi calmamente pegar a bola. Mas ela foi tão rápida, que antes mesmo que ele conseguisse encostar na esfera, os pés da californiana o driblaram e ela chutou para o gol, sem nenhum obstáculo. Abriu os braços para comemorar, mas foi contida, logo voltando para o seu lado da quadra para o reinício do jogo. Em menos de cinco minutos, o jogo já tinha sido virado. Christen marcara mais uma vez, dessa vez com um gol que causaria inveja em jogadores profissionais, e com a canhota. Aquela mulher era perfeita e eu sabia, mas era surpreendida todas as vezes.
Os ingleses acordaram para o jogo e não tomaram mais gols, mas também não fizeram o que deu a vitória para a família rival, que saiu comemorando. E, claro, nos provocando.
"O segundo foi para você, Toby." Christen disse e deu uma piscadinha para mim. Revirei os olhos e suspirei. O que era para ser fácil, ficou complicado e agora a gente corria o risco de sermos eliminados nesta rodada, porque, para a surpresa de absolutamente ninguém, os ingleses eram bons no futebol.
Nos 30 min. de intervalo entre o primeiro jogo e o nosso, o Sr. Heath repassou tudo o que estava em seu caderninho. Senti como nos velhos tempos, quando papai era técnico do time e fazia nossas reuniões pré-jogo. Perry até arranjou tinta azul e vermelha para pintarmos nossos rostos, como se estivessemos indo para guerra. Era quase infantil, mas captava a essência da família. Apesar de sermos muito competitivos, jamais deixaríamos de nos divertir.
Entramos na quadra, ouvindo provocações do grupo da Costa Oeste, mas mamãe não nos deixou responder, empurrando-nos na direção certa como se um rebanho de ovelhas.
Nosso primeiro confronto começou muito equilibrado, eu era rápida e gostava de brincar com a bola, o que gerou diversos gritos de quem assistia. Vez ou outra, eu olhava de relance para a arquibancada e via a garota de olhos bonitos impressionada e isso inflava o meu ego e me inspirava a fazer mais firulas.
Conseguimos abrir o placar com uma jogada ensaiada. Um escanteio em nosso favor foi marcado, e eu cobrei. Esperei por uma das três dentro da área que corriam de um lado para o outro, para fugir da marcação. Quando um delas, Kate, finalmente conseguiu escapar, chutei e ouvi Tyler me zoando, por ter ido para uma direção diferente da minha irmã. Mas o que ela e nenhum deles esperavam é que meu pai saísse de sua posição debaixo das traves e finalizasse direto para o gol adversário, marcando para os Heaths. Virei para a Press mais velha e fiz uma reverência.
O segundo gol saiu na metade do segundo tempo, para o time adversário. Papai xingou como se fossem os Giants perdendo a final do Super Bowl. Mas conseguimos abrir e fica na frente novamente com um gol meu, e minha mãe conseguiu ampliar o placar, o que definiu a eliminação dos Jordans na competição.O que veio a seguir foi uma enorme discussão dos membros das duas famílias e da equipe de organização do hotel. Eles queriam cancelar o próximo jogo, porque não havia a necessidade da competição, uma vez que já tínhamos as duas família finalistas. No entanto, metade de nós queria o jogo pelo bem da competição; a outra, só queria que esse dia acabasse e que descansássemos para a final, que seria no dia seguinte.
Pensando pelo lado lógico, não jogarmos era o mais adequado, mas o sorriso provocador de Christen me dava vontade de deixá-la no chão com minhas habilidades. "Com medo de perder, Toby?" Desafiou-me. Mas mamãe me ensinou a não ceder, pois não passavam de tentativas de desestabilizar.
"Pelo que me lembro, não sou eu que peço arrego!" Respondi no mesmo tom e ela pareceu me fuzilar com os olhos.
A comissão dos jogos parecia estar em reunião há anos e eu sentia meu corpo começando a reclamar dos maus tratos que andei causando-o. Beber até meu corpo não aguentar e depois uma maratona de competições, quem eu queria enganar? Eu estava exausta.
A decisão havia sido tomada e eu estava me esforçando ao máximo para que ficasse ao menos de pé. Christen parecia que tinha dormido, no mínimo 24 horas, ela corria em volta da quadra com as irmãs e pareciam três máquinas.
"Famílias, por favor, se agrupem!" A voz do homem que estava conduzindo as competições parecia um trovão e todos os membros seguiram sua instruções. "Os eventos de hoje foram muito satisfatórios e cheios de emoção, causando um certo desconforto entre alguns membros. Desta forma, vamos encerrar as atividades por hoje, mas voltamos amanhã com a nossa final entre as famílias Heath e Press e coroaremos a família vencedora!"
Aquela notícia pareceu uma boa saída, já que os outros times e até hospedes que estavam assistindo comemoraram a decisão. Fiquei aliviada em saber que poderia dormir e recuperar as forças, estava pronta para um banho, comer e dormir.
"Mas quantos pontos essa final vale?" A voz da garota que me tirava o foco ecoou pelo foyer. "Pelo quadro geral estamos empatados, o que acontece se houver um empate?" O homem ao microfone parecia confuso e despreparado para a pergunta.
"Não vai acontecer, filha, nós vamos acabar com eles!" Cody disse e meu pai jogou a cabeça para trás em uma gargalhada debochada.
"Eu sei, pai, mas e se acontecer?" A forma como ela tinha certeza da vitória estava começando a me irritar, mas eu realmente acreditava que um empate seria muito possível.
"Então, famílias, não empatem. Ou estejam prontas para uma rodada extra!"
Ótimo, era tudo o que eu precisava, mais uma rodada e mais um motivo para Christen me tratar como sua inimiga por mais tempo. Como num passe de mágica, a pequena multidão desapareceu e, até meu pai, que era o defensor de nossas tradições, concordou que deveríamos apenas dormir e nos dispensou do jantar.
Todos subimos juntos no mesmo elevador e íamos nos despedindo conforme chegavamos nos andares. Cheguei no décimo andar e só pensava no meu chuveiro e cama. Estava tão cansada que nem pensava em algo pra comer, saí do elevador e caminhei a passo lentos sem nem perceber direito o que fazia.
"Oi, estranha!" A voz dela era suave e tímida.
"Olha, parece que alguém foi exorcizada"
"Não exagera, Tobin, eu só sou competitiva!"
"Não, Chris, meu pai é competitivo. As jogadoras da seleção são competitivas. Você? Você se transforma!" Disse e ela soltou um pequeno sorriso.
"Desculpe, eu acho que deveria cuidar disso. Já vai dormir?"
"Sim, entre dormir duas horas, bêbada e um dia inteiro tentando ganhar da garota mais bonita que eu já vi, meu pequeno corpo não aguenta mais" Ela levantou os olhos e encontrou os meus, parecia envergonhada de alguma forma, quieta.
"Então boa noite, Toby, a gente se fala pela manhã!" Ela acenou sorrindo e virou-se sentido seu quarto e senti um pequeno aperto no coração por vê-la indo.
"Christen?" Ela virou para mim "Eu ainda tenho energia para mais uma coisa!" Fui em sua direção e beijei-a sem pestanejar, senti seu corpo estremecer ao meu toque e meu entreguei no beijo de uma forma que só consegui me entregar com ela. Algo na Press me deixava fraca, vencível, mas era a única forma que eu aceitaria perder alguma coisa.
Conseguimos!
Essa nota aqui vai ser maiorzinha,
porque preciso pedir desculpa pela demora.
Tá tudo uma loucura e o bloqueio criativo chegou
e ficou. MAS no fim deu tudo certo, nada como
uma inspirada movida pelo desgosto aushuah
A história tá se aproximando do fim e isso contribui
para a nossa falta de produção, porque a gente tá
num apego que é difícil se despedir. Mas vai dar
tudo certo (eu acho).
No mais, vai aqui o nosso agradecimento de
praxe. Essa história é muito importante para
gente e significa o mundo que vocês gostam
e curte e comentam, então o nosso maior obrigada! - K
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Uma margarita e uma lua azul
FanfictionTodos os anos, Tobin passa suas férias de verão em algum lugar diferente do mundo como uma tradição familiar. No ano de seu 18º aniversario, eles embarcam para as Bahamas e o que parecia ser apenas mais um mês em familia, pode ter se tornado o verão...