Capítulo 12 - Uma nova chance

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O serviço de quarto foi aprovado por nós. Comemos na cama mesmo, dividindo o que cada uma tinha pedido, conversando sobre coisas triviais. Contei-lhe sobre as confusões de minhas amigas e da vez em que Allie tentou agarrar um pato quando fomos para o lago perto da escola.

"Mas de onde saiu a vontade de pegar um pato, pelo amor de Deus?!" Christen estava exasperada.

"Ela é doida!" Era a única justificativa plausível. "Eu tenho um vídeo, posso te mostrar depois..." Ri, lembrando da cena.

"Ela se machucou?"

"Não, ela desistiu quando um deles começou a correr atrás dela. O pior é que ela veio na nossa direção, então a gente teve que correr também!" Nunca tinha corrido tanto na minha vida. Ela ria comigo, e aquilo, mais do que a conversa fiada, serviu para me acalmar assim como uma chupeta para um bebê.

"E seus pais achando que você era problemática!"

"O pior é que eles sabem que elas são assim! Crescemos praticamente juntas. É possível que a ideia de descer a escada de skate tenha vindo de Alex..."

"Todo mundo diz que os opostos se atraem, mas no caso de vocês, foi o contrário, né?"

"A gente se completa para formar o caos."

"Acho que o cabelo branco do meu pai é por culpa minha e das minhas irmãs." Foi a vez dela compartilhar uma história. "Uma vez, resolvemos andar em uma só bicicleta junto com nossos dois primos que estavam visitando." Arregalei os olhos.

"Cinco pessoas em uma bicicleta?" Ela assentiu. "Menina, como você estão vivas?"

"Aí é que está, fica pior: a gente resolveu descer uma ladeira!" Ela conseguiu deixa a história ainda mais doida. "Tinha toda uma logística, cada um tinha sua função e estava dando certo." Ela tomou ar, porque ria enquanto lembrava da experiência. "O problema foi quando a gente colocou o mais novo para guiar e ficou muito pesado para ele."

"Onde estavam os adultos, Chris? Ninguém para falar que era uma má ideia?" Ela negou.

"Eu não sei onde eles estavam, mas quando todo mundo caiu, eles apareceram bem rápido." Sua mãos foram para a barra do vestido, que ela levantou na altura do joelho e apontou para a cicatriz. "Esse é meu souvenir daquele dia. Nenhuma de nós subiu em uma bicicleta desde então."

"Também pudera!" Passei o dedo onde ela apontava, a pele mais clara onde o tecido tinha se restaurado chegava a ter 2cm. "Eu não subiria nem em um triciclo depois disso!"

"Foi ótimo, ficamos um mês inteiro de castigo." Já tínhamos terminado de comer e agora ajeitávamos as louças usadas sobre a bandeja. "O que você quer fazer agora?" Puxou-me para mais perto e passou seus braços sobre meus ombros. Dei um selinho nela, apenas porque ela estava muito perto e eu não poderia perder a oportunidade.

"Estava pensando em ficar na praia, tomar um sol, talvez nadar e almoçar naquele quiosque que a gente comeu no outro dia. O que você acha?" Ela retribuiu o beijo, sorrindo com o contato.

"Acho uma ótima ideia! Mas preciso me trocar, não estou com roupa de banho."

"Eu também preciso, então a gente se vê em dez minutos?" Assentiu, dando-me um outro selinho. Seguido de outro. E de outro. Até que o contato de nossos lábios passou a ser muito longo para ainda ser chamado de selinho.

"Dez minutos." Foi o que ela disse para encerrar nossa pequena sessão de amassos. Sorri quando a porta fechou atrás dela. Aquela garota era como ganhar um prêmio em uma raspadinha: você não espera muito e por isso, quando a cartela mostra um valor muito alto, o sentimento é de puro êxtase. E era exatamente como eu poderia descrever cada minuto com Christen.

Uma margarita e uma lua azulOnde histórias criam vida. Descubra agora