A luz que entrava pela janela parecia ter sido potencializada. O céu de Bahamas nunca esteve tão azul. A minha cabeça parecia pesada e o cheiro do meu quarto parecia estar causando uma revolução dentro do meu corpo. Eu tinha o costume de beber nas noites com as minhas irmãs, mas aquela parecia ter sido o meu recorde pessoal.
Levantei a cabeça e percebi que o peso sobre minha coluna era minha irmã mais velha atravessada na cama e usando meu corpo como apoio. Eu reclamaria, mas metade de mim não tinha forças para isso.
Alcancei o travesseiro com minha mão direita e joguei em minha outra irmã que estava jogada no sofá que ficava embaixo da janela. Sem muito controle por ser canhota, acabei acertando a janela semi-aberta e fazendo um barulho gigantesco que fez minha cabeça latejar um pouco mais.Minhas irmãs acordaram reclamando do que parecia ser o mesmo problema que o meu.
"Tobin!" Elas gritaram. Ou sussurraram. Era difícil distinguir. Olhei para o relógio e eram quase onze horas da manhã, o que explicava o porquê de tanta luz no quarto.
Fiz um esforço e me sentei na cama, procurando a garrafa na mesa de cabeceira. Quando pude fixar meu olhos, percebi as várias mensagens no grupo que criamos para as rondas do hospital de Jeff.
"Ótimo...!" Deixei escapar.
"Está tudo bem?" Perry disse após segurar a garrafa que tirou de minhas mãos.
"Para os Press, deve estar. Já estão todos preparados para a competição de hoje!"
"Ah, não! É hoje?" Kate praticamente chorou ao colocar a mão na cabeça.
"Não só é hoje, como começa em três horas!" Mostrei meu celular para elas que correram para ler todas a provocações do grupo.
"Conhecendo o papai como conheço, não duvidaria se ele..." A porta se abriu de forma abrutalhada e o Heath mais velho apitava como se fosse um acampamento do exército ou algo assim. "Entrasse a qualquer momento!"
Amaldiçoei Perry por ter dito em voz alta, atraindo as circunstâncias e me enfiei debaixo dos travesseiros.
"Não!"
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Sendo nosso último final de semana juntas, era de se esperar que Christen e eu quiséssemos passar tanto tempo quanto o possível juntas. Mas ela mal olhava para mim. Em qualquer outro momento, eu questionaria a minha completa existência para saber o que tinha feito de errado. Porém, dessa vez, o problema não era comigo. Na verdade, o problema era todo dela.
Bom, dela e da competitividade da família.
Estávamos todos no lobby do hotel, aguardando as informações sobre a competição. Cada uma das quatro famílias tinha recebido coletes coloridos, para facilitar a identificação. Não que os Press precisassem, afinal eles tinham o próprio uniforme.
"Nós sempre estamos preparados!" Cody disse com superioridade, vendo que não estávamos nem com a mesma cor de camiseta. Christen tinha o número quatro estampado nas costas. Suas irmãs tinha o três e o cinco, enquanto seus pais vestiam a um e a dois, e finalmente entendi que estávamos mesmo perdidos. Papai não respondeu, apenas nos puxou para longe, resmungando que o figurino ficaria ótimo para o segundo lugar no pódio.
Ao todo, teríamos três atividades nas quais todos deveriam participar, mesmo que em rodadas diferentes. Ao final de cada uma, a família que ficasse por último, seria eliminada.
A primeira era uma caça ao tesouro. Cada grupo tinha uma lista de itens que precisava ser apresentada na recepção no intervalo de uma hora.
Quando o apito soou, sinalizando o início da caça, cada um correu para um lado diferente. Todos tinham optado pela técnica de separar para conquistar, até as siamesas foram para lados opostos. A minha lista tinha cinco itens: uma concha, uma colher de pau, um canudo de papel, uma bola de tênis e um chapéu de praia.
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Uma margarita e uma lua azul
أدب الهواةTodos os anos, Tobin passa suas férias de verão em algum lugar diferente do mundo como uma tradição familiar. No ano de seu 18º aniversario, eles embarcam para as Bahamas e o que parecia ser apenas mais um mês em familia, pode ter se tornado o verão...