.•**•..•**•..•**•..•*KAYA*•..•**•..•**•..•**•.
Troquei de roupa e tomei um banho quente mas não consegui dormir. Fiquei atenta a qualquer alteração em meu corpo. Qualquer pinicada era motivo de desespero. Eu tinha medo de perdê-lo. Rezei para que Jackson não me encontrasse. Pensei em tudo naquele dia. Como faria em relação ao bebê, à Pietro, à Ethan, à minha vida. Não cheguei a nenhuma conclusão clara. Tudo estava meio turvo e confuso.
Esperei e esperei. A noite finalmente caiu. Ethan apareceu depois que eu já tinha comido. Ele estava podre, cheio de sangue e terra pelo corpo, alguns ferimentos. Sentou-se na cadeira.
—Eles são monstros. Não têm medo de morrer, de se ferirem. São loucos!
Aproximei-me dele com um pano molhado para limpar seus ferimentos.
—Conseguiram se livrar deles?
—Não. Estão avançando.
—Porra —Resmunguei.
Comecei a limpar o corte em seu rosto. Sempre fui péssima nisso. Nunca fui delicada ou calma para este tipo de serviço. Mesmo assim, limpei os cortes dele e coloquei as ervas sobre as quais dona Rainara passava o dia falando.
—Não sabia que você era enfermeira nas horas vagas —Sorriu.
Mesmo todo ferido, ele adorava me encher o saco. Acabei sorrindo de volta e respondi:
—Sou uma mulher talentosa, tenho vários dons.
—Sei que sim —Ele olhava para minha boca.
Estávamos próximos, meu rosto estava a poucos centímetros do seu. Ele passou vários segundos apenas me olhando, em silêncio, ouvíamos apenas nossas respirações. O calor que emanava dele fazia minha cabeça girar. Mordi o lábio e limpei a garganta.
—Tem água quente no caldeirão, pode ir tomar banho.Ele anuiu e foi até o mesmo, carregando-o até a banheira. Ouvi a água ser nela despejada e, em seguida, ele jogar as roupas no chão, entrar na mesma e reclamar de dor.
Eu acho que estava louca. Não, não. Definitivamente.
Deixei o meu coração acelerado falar mais alto, deixei meu sentimento agir. Segui até o banheiro. Ethan olhou-me surpreso mas não disse nada. Pude sentir minha pulsação agitada, meu corpo gritar e agir por si próprio. Vi seus músculos do ombro e peito tensionarem. O cabelo estava crescendo, lhe caindo sobre o rosto, emoldurando-o. Sua boca rosa entreabriu-se e sua respiração estava acelerada. Seu corpo moreno cada vez mais ganhava volume e cicatrizes . Ele estava tão lindo.
Tirei minha roupa lentamente, como se quisesse que ele digerisse o que estava acontecendo mas, na verdade, eu quem precisava digerir. Observei sua mandíbula quadrada se enrijecer e ele umedecer os lábios. Olhou-me de cima a baixo e senti meu corpo arder. Joguei a roupa no canto do banheiro e entrei na banheira, sem deixar de olhar diretamente em seus olhos, que tinham as pupilas dilatadas e queimavam em desejo. Nossas pernas se tocavam sob a água. Eu estava gelada por dentro e quente por fora. Nada se passava na minha cabeça a não ser desejo e paixão. Aproximei-me dele, me apoiei em seus ombros e fiquei de joelhos na banheira.
—Kaya, eu... —Sua voz rouca estava calma e cheia de paixão, como se saboreasse meu nome.
E eu amei.
Antes que ele continuasse, o beijei. Grudei nossos narizes, olhando em seus olhos. Suas íris tinham traços lindos, detalhados. Eram negras e expressavam curiosidade e desejo. Levei a mão à sua nuca e acariciei seus cabelos, tirando algumas mechas que caíam sobre seus olhos. Rocei nossos lábios enquanto sentia sua mão agarrar minha cintura. Puxei-o para mim e o beijei. Demoramos no beijo, grudando nossos corpos, a fim de sentir o calor um do outro. Apenas no pele com pele, descobri volumes que antes nunca tinha percebido. Estávamos colados mas ainda não era o suficiente. Beijei sua bochecha e mordi sua orelha, desci os lábios por seu pescoço e ombros. Sua pele estava quente, assim como a minha. Ele arfou e puxou-me para outro beijo. Passou a mão em meu rosto, acariciou meu queixo e segurou-o para me beijar. Agarrou-se em meus cabelos e puxou-os levemente para trás, a fim de beijar meu pescoço e seios. Eu estava totalmente concentrada naqueles toques, era como se minha vida dependesse daquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra
RomanceDe quantos recomeços é feita a vida? O que é mais difícil: a guerra do coração ou da nação? Kaya Dagenhart é uma soldada do Exército de Lithia, um reino rico e cheio de histórias envolvendo anjos e nefilins. Sempre teve certezas sobre tudo na vida...