Capítulo 42 - Novos homens

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Sob a luz da vela, ela estava impecável. Mais uma noite linda ao lado dela. Entre suspiros e palavras doces, eu e ela fizemos amor. Tive que ter paciência - o mínimo que pude fazer - porque ela tinha algumas limitações. O que me importava era o bem estar dela. Estávamos frente à frente, deitados na cama, eu acariciava sua cintura e sua perna, que estava entrelaçada na minha. Ela cutucava minha barba. Ficamos em silêncio, apenas nos olhando. Mesmo que a cama fosse desconfortável e a tenda fosse pequena, estar ali com Kaya me fazia sentir em casa, no melhor lugar.

—Eu deveria buscar Dalila —Falou.

—Pode deixar comigo. Preciso passar mais um tempo com a garota, não sei quando teremos outra invasão.

Levantei, coloquei a minha roupa e fui até o poço pegar água. Enchi um balde, passei a corda, levei até a parte de trás da tenda, onde teria privacidade para um banho. Derramei um pouco sobre minha cabeça, esfreguei o sabão por meu corpo. Enquanto o fazia, lembrava das mãos pequenas de Kaya sobre mim, da conversa que tivemos e quão incrível eu me senti por estar com ela. Parecia que nada mais importava, o mundo era só nós dois. Era estranho sentir tanta coisa quando estava com ela. Eu me sentia assustado com tudo isso. Estava confuso sobre nós. Adorava estar com ela mas era estranho não definir o que tínhamos. Eu deveria me preocupar com isso?

Terminei o banho e coloquei a roupa de volta, dirigi-me até a tenda de Rainara. Ela estava de pé diante do berço, observando Dalila.

—Está tarde. Você deveria estar dormindo —Falei.

Rainara sorriu de forma maliciosa e respondeu:

—Não consegui já que ouvi alguns ruídos.

Senti meu rosto queimar. Dei um riso nervoso.

—Ela nem se mexeu. Fui conferir se estava viva —Piscou para mim.

—Ela tem um sono pesado. Obrigada por ficar com ela.

—Eu adoro Dalila. Sempre que precisarem, podem deixar comigo.

Anuí, já pegando-a no colo. Aprendi a ser menos desastrado em relação a ela, graças à Kaya. Eu sabia limpar, dar banho e tirar e colocar do berço. Era uma enorme vitória pessoal. Arrumei-a em meu colo.

—Obrigado —Dei um beijo no rosto de Rainara.

Entrei em nossa tenda, beijei a testa de Dalila e coloquei-a no berço. Kaya estava deitada, enrolada nos lençóis.

—Frio? —Perguntei, enroscando-me nela, grudando meu peito a suas costas.

—Não —Disse, mas segurou meus braços sobre si para que eu não me movesse. —Como ela está?

—Dormindo. Não se preocupe.

Kaya anuiu. Passamos um bom tempo em silêncio mas algo me dizia que ela não estava dormindo.

—No que está pensando? —Perguntei e me senti idiota no segundo seguinte, pois percebi que poderia ter a acordado. Porém, ela respondeu de imediato:

—Só estava imaginando.

—O quê?

—Como seria nosso futuro. Se a guerra acabará antes que acabe conosco.

—Que pessimismo é esse? Achei que estávamos bem.

—E estamos. É só um pensamento.

—Vamos ficar bem.

—Espero que sim.

Comecei a passar os dedos entre os nós de seu cabelo, desembaraçando-o delicadamente.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora