Capítulo 41 - Melhor encontro

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.•**•..•**•..•**•..•*KAYA*•..•**•..•**•..•**•.

Duas semanas depois, minha vida e meu corpo - fora as estrias e a flacidez - estavam bem de novo. Passado dois meses, nossa bebê estava sempre faminta e animada. Chorava bastante e dormia bastante.

Por conta da invasão, tivemos que ficar em um acampamento a sudeste. Não sabíamos como estávamos quanto à guerra. O tempo passava voando e ninguém se pronunciava. Rainara ficava comigo enquanto Ethan estava fora. Eu queria ajudar na luta mas o meu dever como mãe era maior.

O acampamento era grande, oferecia tendas e alimentação gratuita a todos. Soldados faziam nossa guarda e tínhamos permissão para sair uma vez ao dia e acompanhados. Segundo Arthur, foi ideia de Pietro. Eu não tive contato com ele há meses. Pedi para Arthur avisar que nossa filha nasceu mas ele não apareceu. Pietro não era o tipo de cara que pulava fora. Por que isso, então?

Era madrugada quando acordei com aquele som que eu amava e detestava ao mesmo tempo: o choro de Dalila. Respirei fundo e levantei do estrado. Ethan já estava em frente ao berço, tentando colocá-la nos braços. Observei sem interferir.

—Nenhum de nós quer acordar sua mãe, certo? —Falou para ela, em baixo tom. —Ela anda bem cansada. Por que não tenta dormir um pouco? —Ele começou a balançar Dalila de leve, o que a fez se calar. —Eu não sei cantar muito bem mas posso tentar.

Sorri ao ver aquilo. Eram momentos como aquele que me faziam perceber que escolhi certo. Aproximei-me devagar.

—Está dando certo? —Sussurrei para ele.

Ele sorriu em resposta, orgulhoso. Dalila fechou os olhos e relaxou no colo do pai. Suspirei quando vi que ele tinha controle da situação.

—Vocês são tão lindos.

—Sabemos, não é, Dalila? —Ele ainda sorria, me provocando.

Seu rosto alegre me fez sorrir de volta. Metade de seu rosto estava nas sombras, seus olhos brilhavam por conta da vela. Mesmo com feridas e cicatrizes no rosto, ele estava lindo.

—Me olhando assim você me faz perder o foco, sabia?

Mordi o lábio inferior e desviei o olhar. Eu estava envergonhada? Se controle, Kaya. Ouvi a respiração da nossa filha ficar pesada, Ethan colocou-a no berço.

—Como você está? —Perguntou, pondo as mãos em minha cintura.

—Estou bem. E você? —Pus a mão em seu rosto, deslizando os dedos por suas cicatrizes.

—Perfeitamente bem —Deixou os olhos vagarem em meus rosto, parando em meus lábios. Mordeu o lábio inferior, sensual.

—Sabe no que eu tava pensando?

—O quê?

—A gente nunca teve um encontro de verdade.

Ele riu.

—Sério. A gente só se via nos treinos e na sua casa, nada romântico e bonito.

—Achava que de romântico e bonito bastava eu!

Revirei os olhos e ri baixinho.

—Então... você está me chamando para sair.

—Certamente —Acariciei sua barba, que ele estava deixando crescer.

—Quando tudo isso acabar?

—Não acha que vai demorar muito?

—Tem razão. O que você sugere?

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora