Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra

Capítulo 13 - Sinceridade e desrespeito

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O dia correu bem mais ou menos. Depois de treinar sozinha, fui para a reunião com o chefe da segurança. Os treinadores e os soldados de elite estavam lá, assim como rei e Amaya. Deram instruções novas de evacuação e novos horários de treinos. Eu e outros soldados perguntamos sobre terem invadido primeiro o castelo. Então o senhor Washington explicou que era provável que fosse uma distração para que pudessem avançar pelo resto da cidade. Ou seja, todos os soldados que morreram ou foram presos eram peões.

Depois de jantar, procurei Ethan. Ele estava em seu quarto mas pediu para que fôssemos ao jardim do castelo.

—Que mistério! O que foi? —Falei assim que sentamos em um dos bancos do jardim.

—Kaya, eu preciso rever uma pessoa da cidade e não tem como eu sair daqui e...

—Devagar —Pedi. —Quem você precisa ver?

—Um amigo meu. Ele cuidou de mim quando tudo... deu errado.

—Como você pretende vê-lo? Não posso te tirar daqui.

—Por favor, Kaya. Ele... ele era o único em quem eu confiava. Ele cuidou de mim quando...

Eu esperei. Quando percebi que ele estava hesitando em falar, olhei em seus olhos, a fim de incentivá-lo.

—Quando...?

—Quando minha mãe e meu irmão morreram —Pude notar a tristeza dominar seu olhar.

Engoli em seco e falei:

—Ele deve ser um cara legal, então.

Eu nunca soube reagir muito bem a esse tipo de assunto. Até porque eu não sabia como consolar pessoas que tinham passado pelo mesmo que eu.

—É assim que você tenta consolar alguém, Kaya? —Ele sorriu um pouco.

—Desculpa. É que... eu também tive umas perdas e não me dou bem com elas.

—Sinto muito —Ele remexeu-se no banco e tocou meu braço. Senti um calor na região. —Viu? É assim que se consola alguém.

Eu ri.

—Com duas palavras, Ethan? Acho que tem que se esforçar mais.

Ele também riu.

—Conte-me mais sobre ele —Pedi.

Ethan fixou o olhar na árvore à frente. Sorriu ao parecer lembrar de algo.

—O nome dele é José. Bem comum, certo? Ele apareceu na minha casa quando soube do enterro da minha mãe. Eu era muito jovem. Ele ofereceu emprego e disse que eu poderia dormir na loja dele se quisesse, já que agora eu estava sozinho. Eu aceitei o emprego mas fiquei com medo de aceitar o abrigo porque não o conhecia. Mas ele sempre foi muito gentil. Além de me dar o salário, ele me alimentava e conversava comigo.

—Você trabalhava em quê?

—Vendia frutas e verduras. Minha vida era bem bosta mesmo. Só tinha dinheiro para sobreviver e vivia numa solidão infinita.

—Quer dizer que nós te salvamos? —Perguntei.

—Se "salvar" significa me bater e me arrastar para o covil do tio Dagostin, então sim.

Eu ri mais uma vez. Bem, era raro acontecer comigo. Nunca fui muito risonha.

—Mas, de certa forma, sim, vocês me salvaram. E eu preciso contar a ele que estou bem.

Eu sabia que Ethan estava sendo sincero. Eu nunca tinha o visto falar daquela forma, ou até mesmo me olhar daquela forma. Aquilo mexeu comigo.

—Vou ver o que posso fazer.

—Sério?! —Um brilho tomou seu rosto e com certeza não era a lua responsável por ele. —Sabia que você se importa comigo!

Balancei a cabeça e não respondi, apenas observei sua comemoração.

—Não é nada garantido.

—Não se faça de durona, Kaya. Fique um pouco feliz por mim! —Deu um empurrão de leve no meu braço. —Não seja tão bruta.

Neste instante, Pietro chegou no jardim. Com a postura de sempre, sorriu para nós. Sem tirar os olhos de mim, falou:

—Boa noite.

—Alteza —Ethan ficou de pé e fez a reverência.

—Não é necessário, Ethan. Não aqui —Pietro falou.

Ethan voltou à posição normal e perguntou:

—Quer que eu os deixe sozinhos?

—Não, fui eu quem atrapalhou a conversa —Pietro disse.

—O que faz aqui sem seus guardas? —Também fiquei de pé. —Sabe que é arriscado, Pietro.

—Você o proteje. Pode me proteger também, certo? —Ele sorriu, cínico.

Olhei para o chão. Ethan riu.

—Pietro, você sabe se o castelo liberaria eu e o Ethan para sairmos daqui por um tempo? —Perguntei.

—Eu tenho quase certeza que não. Mas sei como sair daqui sem que saibam.

Ethan se surpreendeu e falou:

—Para um príncipe, você é bem legal, Alteza.

Pietro riu e disse:

—Eu sei, eu sei.

—Não se iluda, Ethan. Fui eu quem o ensinei a ser assim —Inflei o peito.

Eles riram e acabei aceitando a ideia de Pietro. Não sabia exatamente como ela era mas tinha de arriscar.

—Preciso ir antes que sintam minha falta. Vejo vocês amanhã? —Pietro falou.

—Claro. Boa noite, Pietro —Sorri de leve.

Ele veio até mim e beijou minha bochecha.

—Boa noite, Kaya.

Ele entrou no castelo e Ethan me provocou:

—Você é quase a esposa dele.

—Nem começa, Luzern —Comecei a andar para dentro do castelo.

—Eu menti?

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    Oi, meus xuxuzinhos,

E aí, o que acharam?

    Será que esse rolê vai dar certo? E Pietro todo xonadinho? Nhaaa

Até segunda! ❤️

Espero que estejam gostando.

    Obrigada a quem está acompanhando 💙

    Não esqueçam de dar a estrelinha e comentar bastante! ✨

Beijos de luz ✨,

Anaaclarag 💙