Capítulo 39 - Ainda posso derrubar alguns idiotas

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—Você é um idiota mesmo.

Não sei o que falei para chegarmos nesse nível mas aconteceu. O sol estava nascendo e acabamos discutindo por algo que não lembro. Também não sei como mas acabamos nos beijando. Ela me apertava contra si de uma forma em que eu pude sentir sua fúria e, ao mesmo tempo, seu desejo. Ficamos assim por longos e maravilhosos minutos. Minhas mãos agarravam sua cintura e as suas deixavam marcas em meus braços.

—Eu deveria estar com raiva de você —Falou, com os lábios vermelhos e inchados por conta dos beijos.

—Não, não deveria.

Beijei seu pescoço e senti sua pele arrepiar sob meus lábios. Os dedos dela tocaram com delicadeza as feridas em meu rosto. Beijou suavemente a região ao redor e eu senti meu coração acalmar.

—Você tá me deixando doido, Kaya —Confessei. Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha enquanto ela sorria.

—É meu dom.

Passaram semanas desde a nossa discussão sobre o trabalho dela. Tivemos outros dois ataques renithianos nesse meio tempo. Rainara implorou para que Kaya voltasse a trabalhar lá e ela aceitou, desculpando-se com ambos. A saliência na barriga dela passou a ser visível mesmo que ainda fosse discreta. Apesar de achar o contrário, ela estava linda.

Minha mão agora estava em sua coxa. Deslizei a ponta dos meus dedos sobre a mesma, por debaixo de seu vestido, guiando-me até...

Ouvimos algo quebrar do lado de fora da casa, além de gritos desesperados. Soltei Kaya num ímpeto e peguei minha espada. Ela fez o mesmo. Olhei pela janela. Algumas pessoas corriam, outras estavam escondidas. No meio da confusão, estavam soldados renithianos. Porra.

—Vou lá fora.

—Vou com você.

—Claro que não. Você vai ficar aqui. Se defenda se for necessário e só.

Ela suspirou, parecendo lembrar que estava grávida.

—Tudo bem. Tenho minhas adagas, te cubro pela janela.

Anuí. Antes de sair da casa, abri a janela e usei minhas flechas para derrubar dois soldados. Do lado de fora, agi rápido e ativei meus dons para criar nebulosidade suficiente para esconder os cidadãos.

—Saiam!

Os mesmos não hesitaram e correram do lugar. Ainda com meu dom, congelei os soldados que apareceram - somos basicamente formados por água - e quebrei-os em diversos pedaços de gelo. Senti uma fraqueza me tomar por ter usado meu dom em vários ao mesmo tempo. Tinha que me virar com a espada até me recuperar. Enquanto eu respirava fundo, Kaya atirou várias adagas em soldados que surgiam. Atingi a perna de um e o vi cair. Enfiei a espada em seu peito. Senti a presença de alguém atrás de mim e virei-me preparado para socar a cara deste. A soldada tentou me surpreender e cravando uma faca em meu peito.

—Boa tentativa —Falei, sentindo aquela pontada chata e aguda. —Mas eu sou imortal.

Soquei sua cara, chutei seu peito e finalizei. Arranquei a faca de meu peito e olhei para Kaya. Ela parecia me perguntar, com aquele olhar preocupado, se eu estava bem. Fiz um gesto com a cabeça, como se dissesse que sim. Recuperei meu dom e desta vez usei os raios e minhas flechas. Muito tempo depois de segurarmos a barra sozinhos, soldados lithianos surgiram.

—Tava em tempo! —Exclamei.

Vi Elijah entre eles e acenei com a cabeça para ele. Ele piscou para mim. Logo em seguida queimou boa parte dos invasores. Entre cotoveladas, chutes, socos e facadas, eliminamos os invasores do centro. Quando nos certificamos que nenhum outro maluco estava escondido por ali, voltei-me aos soldados:

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora