.•**•..•**•..•**•..•*KAYA*•..•**•..•**•..•**•.
Dei uma entrevista ao investigador. Pelo que eu via, tudo caminhava muito lentamente. Não tinham descoberto se havia algum traidor ou algo do tipo.
Não estava nada animada para treinar naquele dia. Queria ficar sozinha e longe dos garotos. Mas infelizmente, eu era responsável por aquele energúmeno.
—Cuidado nos golpes, Ethan. Mais uma vez, você vai acabar se machucando mais do que machucando seu rival —Alertei e demonstrei mais uma vez como acertar um chute. —E quando for dar cotoveladas, tente mirar nas têmporas.
Ele escutava com atenção e tentava repetir o que eu fazia.
—Pronto?
Ele anuiu. Fiz sinal para que ele começasse. Ele tentou me acertar com um soco e eu desviei, dando um chute em sua barriga. Ele ficou meio sem ar.
—Sem baixar a guarda, Ethan! Não deixe o resto do corpo descoberto.
Ele se recuperou rapidamente e tentou me golpear novamente com um soco no rosto mas quando eu ia me defender, ele chutou minha perna e eu perdi o equilíbrio. Então, o soco acertou meu rosto em cheio.
—Boa jogada —Rolei pelo chão e peguei a espada que tínhamos deixado largada. Apontei a mesma para ele. —Mas você precisa prestar mais atenção ao seu redor.
Ele ergueu as mãos, como se se rendesse. Mas, com um movimento rápido, derrubou a espada da minha mão, dando um chute nela, e eu me pus de pé, para desviar de qualquer golpe.
—Disse que eu deveria surpreender —Ele disse, ofegante, agarrando meus pulsos e me pressionando contra a parede. —Aqui está.
Seu hálito quente tocou minha pele e, de algum modo, eu sabia que já estava perdida. Aquela mecha infeliz do cabelo ondulado dele caiu sobre seus olhos e o sorriso orgulhoso em seus lábios se manteve. Eu queria tanto tocar seu rosto, seus cabelos... em parte, eu agradecia por ele ter prendido meus pulsos. Mas outra parte de mim queria se soltar. Ou para sair correndo ou para poder tocar sua pele suada.
Aproximou seu corpo quente do meu e senti sua perna se posicionar entre as minhas. Senti meu corpo ser atraído para o dele, como ímã. Ele estava grudando os nossos corpos enquanto eu tentava controlar minhas emoções e minha respiração.
—Você deveria se render agora, Kaya —Meu nome soava tão bonito saindo de sua boca.
E eu, louca, olhei para seus olhos negros, que me arrastaram para um vício: olhar para suas íris detalhadas. Tentei desviar o olhar e acabei encontrando seus lábios em meu caminho. Mesmo sem mordê-los, apenas os deixando entreabertos, eu sentia como se ele estivesse tentando me atrair. Era uma armadilha. Uma terrível, irresistível e linda armadilha. Ele deu um meio sorriso e se aproximou ainda mais. Grudou nossos narizes e começou a deixar nossos lábios se tocarem. Senti como se tivesse sido atingida por um golpe no estômago. Estava gelada por dentro. Fechei os olhos e, infinitos segundos depois, ele me beijou de vez.
Deixei sua língua invadir minha boca, deixei nossos lábios quentes se provocarem. Senti algo acordar em mim. Era como se aquele contato, aquele toque, me fizesse sentir algo totalmente novo. Meu coração pulou dentro de mim. Meu corpo inteiro estava reagindo aquele beijo: meu coração, meu estômago. Acabei deixando um grunhido de satisfação sair de mim durante o beijo. Era inegável que o desejo me fazia querer tocar Ethan, me fazia querer grudar meu corpo inteiro nele.
Parte de mim queria ser tocada e beijada por Ethan e outra parte me odiava e só queria correr para os braços de Pietro. Mas, sem dúvida, eu estava amando o beijo. De uma forma sedutora, Ethan conseguiu me fazer passar vários segundos querendo senti-lo. Ele conseguiu me fazer querer mais.
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Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra
Roman d'amourDe quantos recomeços é feita a vida? O que é mais difícil: a guerra do coração ou da nação? Kaya Dagenhart é uma soldada do Exército de Lithia, um reino rico e cheio de histórias envolvendo anjos e nefilins. Sempre teve certezas sobre tudo na vida...