Capítulo 30 - O que importa é o sangue

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.•**•..•**•..•**•..•*ETHAN*•..•**•..•**•..•*

   A noite foi incrível. Não tocamos mais no assunto anterior - minha declaração incrivelmente ridícula - e mesmo assim conseguimos ficar mais... próximos. Fiquei feliz pelo beijo que ela me deu e mal parei de sorrir pelo resto da noite. Trouxemos à tona assuntos que jamais imaginei que falaria sobre com ela: experiências passadas, desejos malucos... até mesmo culinária.

   —Sabe, eu ainda não aceitei que estou fora do jogo oficialmente. Parece que vou acordar amanhã e encontrar Arthur e comer a mesma papa sem cor —Confessou.

   Ela estava na cama, agarrada a um pote de doce de goiaba que eu tinha comprado. Encontrei algo que ela amava mais que me socar.

   —Então —Ajeitei-me na cadeira —, qual o plano?

   —Que plano? —Encheu a boca com mais doce.

   —Plano pra tirar aquele idiota, também conhecido como senhor comandante, do castelo.

   —Aprecio sua força de vontade mas ele está sobre as asas do rei, lembra?

   —Esse cara vai foder com o Exército... pior: vai foder com o reino.

   —Eu sei...

   —E, então, o que vamos fazer?

.•**•..•**•..•**•NARRADORA*•..•**•..•**•..

   Pietro foi na reunião contra sua vontade. Queria muito buscar informações de Kaya, não queria perder tempo em discursões monótonas e programadas. Mesmo que fosse a reunião mais importante e urgente para o reino, Pietro não se importava.

   —Por que quer tanto que eu participe? Amaya quem é a herdeira —Perguntou ao pai.

   —Ora, deixe de reclamar! Você nem vai falar nada.

   —Pietro! —Amaya repreendeu.

   O mesmo bufou e se colocou ao lado da irmã. O rei e a rainha de Renith já tinham chegado. Seria uma reunião agitada, todos sabiam. Podia-se ver os vasos no pescoço e na testa do rei lithiano saltarem. O estresse o estava consumindo. Pôs-se de pé assim que a porta foi aberta, anunciando a chegada das autoridades renithianas.

   —Sem estas formalidades, Carlos —O rei Louis falou, sentando-se à mesa de reunião. —Vamos tratar o que temos de tratar.

   Carlos também sentou-se e uniu as mãos sobre a mesa, procurando as palavras certas.

   —Esta guerra nos custará muito, Louis. Fortunas, vidas. Não acha que poderíamos resolver com um acordo?

   —Acordo? —Louis estreitou o olhar.

   O rei magricela olhou para Amaya, que permanecia em sua postura impecável enquanto observava o diálogo.

   —Sabe que já tentei vários acordos com você, Majestade. Você negou todos.

   —Você sabe que eu jamais aceitaria aquilo! —Carlos falou e sentiu a cabeça doer logo em seguida.

   —Então vai cair por isso! —Louis vociferou. —Você sabe que ela é minha filha e não sua! —Apontou para Amaya.

   A herdeira sentiu o corpo gelar. Como assim?

   —O quê?! —Ela reagiu, já se segurando no irmão para evitar que caísse.

Os Dons de Lithia: Entre o Amor e a Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora