Depois de meia-hora tentando convencer essa mulher a me levar até sua casa finalmente partimos. Não sei explicar mas desde o momento que despertei não parei de observa-la do espelho. Ela é linda. Nunca vi tamanha beleza em uma mulher só. Já tive relações com fêmeas NE's bonitas mas nada comparado a sí. Mas ela é bastante pequena o que me faz concluir que é uma humana.
Ela queria me levar à um hospital e isso eu não podia deixar acontecer. Provavelmente fariam exames em mim e descobririam que não sou um humano. Notei preocupação em sua voz quando falava de meus ferimentos e isso me deixou feliz de certo modo. A quanto tempo não sentia essa preocupação de alguém para comigo. Mas no momento os meus ferimentos são o de menos pois daqui a algum tempo já estarão sarando. Infelizmente ou felizmente eu fui um dos escolhidos para os testes de regeneração e isso caiu super bem em mim. Os outros NE's que foram testados morreram e eu fui o único que sobreviveu.
Deitado no banco de trás sinto o carro dar uma volta e decido levantar. Me avisto logo com um lugar bastante iluminado e uma placa escrita "Acapulco-México". Vários carros e pessoas se movimentando. E o pior que são humanos. Isso me deixa nervoso e solto um rosno repentinamente. Ela me estranha pelo espelho e noto seu medo. Tenho de aprender a controlar esses meus sentidos se quero que ela não saiba o que realmente sou.
Finjo que nada aconteceu e desvio o olhar. Reparo na cidade grande e movimentada quando ela desvia mais uma vez o caminho nos levando a uma zona mais calma e de casas enormes. Noto em uma placa "Zona Dourada". Em seguida ela entra em uma casa grande e toda branca. Provavelmente sua casa. Estaciona o carro perante vários.
- Chegamos_diz ela descendo do carro e vindo abrir a porta para mim e em seguida me ajuda a sair pois estou com um pouco de dificuldades para me movimentar devido aos ferimentos.
Ela me guia para dentro da casa e aprecio cada detalhe. Um verdadeira casa. Enorme, com mobílias e tudo em branco é um toque de azul turquesa.
- Aii Carol. Onde você se meteu mulher? Porquê desapareceu assim sem avisar pra onde ia?_diz uma mulher mais baixinha aínda que ela bastante preocupada e elevando as mãos para cima. Quando me nota faz uma cara estranha.
- Carol. Não me diga que você desapareceu por causa desse deus grego, porque se for. Eu não te condeno_diz a fêmea me olhando safadamente. Admito que isso me atiçou um bocado pois ela é linda e tem o mesmo tom de pele que o meu anjo. Sim. Meu anjo porque ela me salvou, anjo porque confiou em mim, anjo porque tem algo que me prende a ela. E porque essa mulher não irá sair nunca mais de perto de mim.
...
Caí. Caí no papo de um desconhecido. Levei-o até minha casa e nem sequer pensei em Emi. Porquê fiz isso meu Deus. Ele pode ser um assassino. E eu posso estar colocando minha irmã em perigo. Se ele não tivesse nada a temer aceitaria a ideia de eu lava-lo a um hospital mas recusou e a partir desse momento deveria desconfiar. Decidi aceitar não levá-lo até lá e fomos para minha casa. Lugar que pensei que não pisaria mais. Mas enfim..
Durante o caminho estranhei algo. Esse homem, que não sei porquê ainda não perguntei seu nome, soltou algo tipo que um rosnado me dando o maior susto da vida. Mas me controlei. Acho. Em seguida ele desviou o olhar fingindo nada ter acontecido. Já no tráfego bastante movimentado de Acapulco desvio o caminho para "La Dourada" ou zona Dourada que é onde eu moro. Já em casa estaciona o carro.
- Chegamos_desço abrindo a porta para ele e ajudo-o a descer pois noto sua dificuldade em se movimentar.
Coloco seu braço esquerdo, bastante pesado por sinal, por volta do meu ombro e cerco minha mão em sua cintura. Tranco o carro e entramos em casa.
- Aii Carol. Onde você se meteu mulher? Porquê desapareceu assim sem avisar pra onde ia?_diz Naty toda preocupada. E com sua razão né. Natasha é minha melhor amiga. Sempre esteve ao meu lado me dando forças nos piores momentos de minha vida. Ela é uma irmã para mim. Já tinha decidido que ela séria a tutora legal de Emiliana. Tempo depois ela nota a ele que está ao meu lado e faz uma cara de "quem é esse?". Confesso que dá vontade de rir mas me controlo.