Capítulo 10

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Organizei as coisas na mochila, coloquei uma música no celular, conectei meu fone nele e depois coloquei ele no bolso

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Organizei as coisas na mochila, coloquei uma música no celular, conectei meu fone nele e depois coloquei ele no bolso. Desci as escadas totalmente pronta.

Sorrir e ficar bem com quem me quer bem.

- Bom dia! – Eu disse assim que vi Cida colocando a mesa para o café.
- Bom dia, Isa. – Ela disse e sorriu.
- E minha mãe? Disse algo? Ligou? – Eu perguntei.
- Nada de novo, parece que a viagem dela vai precisar ser estendida por mais dois dias. – Cida disse séria.
- Algum problema grave? – Eu perguntei.
- Eu ainda não sei se realmente será estendida, ela comentou da primeira vez que ligou. Vamos esperar. – Ela disse.
- Espero que ela consiga resolver. Dormiu bem? – Eu perguntei.
- Sim, e você? – Ela perguntou de volta.
- Sim também, minha noite foi... – Me perdi tentando achar alguma palavra que pudesse ocultar tudo sobre aquele texto e os meus pensamentos. – Tranquila. – Disse por fim.
- Muito bom, que ótimo. Como foi ontem com o garoto? Ou melhor, com o cara? – Ela perguntou.
- Somos só amigos, nada demais. Foi legal, mas acho que ele logo vai assumir um namoro ou algo do tipo com uma garota aí. – Eu disse e abaixei a cabeça.
- Você está gostando dele? – Ela perguntou, enquanto pegava uma xícara.
- Não, claro que não. – Eu respondi rápido.
- Sim, você está. – Ela disse e balançou a cabeça lentamente. – Precisa tomar cuidado, sim? Não quero que você sofra por alguém que não saiba te valorizar como aconteceu da última vez e lembre-se, você merece e precisa ser feliz.
- Obrigada. – Eu disse e formei um sorriso no canto direito da minha boca.
- E a viagem, quando é? – Ela perguntou.
- Minha mãe não disse muita coisa, não sei nem o dia. – Eu disse e dei de ombros.
- Você podia pesquisar alguns lugares para visitar lá. – Ela disse.
- Não me leve a mal, mas cidade grande não é para mim, sabe? – Eu disse.
- Quem escuta você falando, vai achar que nós moramos em um ninho de passarinhos. – Ela disse, rindo.
- Não, não é isso. Aqui não é tão pequeno, mas lá é muito maior. Você sabe disso. – Eu disse.
- É, seu pai costumava gostar de sossego pelo o que sua mãe me contou, não dá para entender o porquê dele ter se mudado logo para o Rio de Janeiro. – Ela disse.
- Querida Cida, as pessoas mudam quando menos esperamos. – Eu disse.
- Infelizmente ou felizmente? – Ela perguntou.
- Acho que um pouco dos dois. – Eu disse e nós rimos. – O papo está bom, maaaas... preciso ir. Beijo! – Eu disse, dei um beijo em sua bochecha, peguei minha bolsa e saí para a garagem.

Antônio me deixou no portão do colégio e eu não demorei muito para entrar. Chegando na sala, Alice estava com algumas meninas e quando me viu de longe, saiu correndo. Ela provavelmente estava curiosa sobre o Bernardo, ou melhor, o irmão do Nathan.

- E aí! Me conta tudo, como foi? Vocês ficaram? Ele deu em cima de você? Você está apaixonada por ele? Estão namorando? – Ela disparou uma atrás da outra.
- Uma pergunta de cada vez! Okay, senhorita curiosa? – Eu disse.
- Okay. Então, vocês ficaram? – Ela perguntou.
- Não. – Eu respondi.
- Ele deu em cima de você? – Ela perguntou.
- Hum... Acho que não. – Eu disse.
- Você está gostando dele? Está apaixonada por ele? – Ela perguntou.
- Não, claro que não. Não viaja, Alice. – Eu disse revirei os olhos.
- Então me conta como foi! – Ela gritou.
- Certo. Bom, vamos lá. Nós assistimos um filme, comemos pipoca e depois fomos para o meu quarto. – Notei que a expressão de empolgada da Alice havia se transformado em uma expressão de surpresa. – Não, nada aconteceu. Nós ficamos conversando sobre viagens, eu mostrei um dos meus capítulos e ele leu. Depois continuamos conversando sobre bobagens e nada rolou entre nós. Aí, por fim, ele disse que precisava ir porque tinha que buscar uma "amiga" e foi embora.

- Amiga? – Ela perguntou confusa.
- Sim. – Eu disse, fingindo não ligar.
- Poxa, eu não entendo. – Ela disse.
- O que? – Eu perguntei.
- Ele parecia estar afim, ninguém nunca viu ele se interessar por alguém da nossa idade e olha que Nathan sempre teve várias amiguinhas que vão na casa deles. – Ela disse.
- Ah, sei lá. Pessoas são estranhas. – Eu disse.
- Você já postou algum livro? – Ela perguntou.
- Não, ainda não terminei. – Eu disse.
- Deveria, você escreve muito bem, Isa. – Ela disse.
- Quem sabe um dia. – Dei de ombros. - Vamos beber água?

Saímos da sala e fomos beber água. Voltamos para a sala e a aula começou. A minha manhã foi tranquila. Nada fora do padrão, conversas, conteúdo, revisão, colegas e o casal mel comigo sempre.

Toc Toc

- Pode entrar. – Eu disse.

- Olá, eu fiz um chá de erva doce, sei que você gosta. – Cida disse com uma bandeja na mão.
- Você é mesmo um amor, ah, que fofa. Obrigada! – Eu disse. – Minha mãe ligou?
- Ainda não, vai ligar mais tarde, ou melhor, daqui a pouco. – Ela disse e o celular tocou. – Só não achei que fosse tão rápido quanto as minhas palavras.
Nós rimos e eu atendi o celular.

- Saudade! Como você tá? – Eu disse.
- Oi, filha. Como vão as coisas? – Minha mãe perguntou.

Quem me vê falando assim, acha que nós não somos mãe e filha e sim amigas, mas na verdade nós éramos muito amigas mesmo.

- Tudo bem, mãe. Quando você volta? – Eu perguntei.
- Amanhã quando você chegar do colégio eu provavelmente já estarei em casa. – Minha mãe explicou.
- Aleluia, né – Eu comentei.
-Exagerada! – Ela riu.
- Preciso desligar, vou terminar as coisas. Mande um beijo para a Cida! – Minha mãe disse.
- Te amo. – Respondi por fim.

Encerrei a ligação.

- E então? Quais as novas? – Cida perguntou.
- Ela volta amanhã e te mandou um beijo. – Eu disse.
- Uh, me sinto super importante agora. – Ela disse, arrumando o cabelo.
- Você é importante. – Eu disse, rindo. – Boba.

Cida se despediu e voltou para a cozinha, segundo ela, ela estava ocupada demais trocando os copos de lugares. Às vezes ela parece uma doidinha, mas uma doidinha muito legal. Parei de digitar e postei o texto daquele jeito no Tumblr, pelo notebook eu abri o Facebook e resolvi procurar coisas sobre o Bernardo, quer dizer, o irmão do Nathan. Fui até o perfil dele e não achei muita coisa, a maioria das coisas eram privadas, ele não tinha foto e nem lista de amigos exposta. Ótimo, talvez eu esteja gostando de um psicopata ou um isolado da sociedade. O nome dele me era familiar, mas eu não conseguia lembrar o que eu já tinha visto com o nome dele. Respirei fundo, pensei e decidi deixar isso quieto. Desci para a sala e fiquei por lá até me dar sono. Acordei um tempo depois e não senti fome, então subi para o quarto e fui direto dormir. Não troquei de roupa, não vi o celular e nem nada, apenas apaguei.

Acordei no outro dia e me organizei, desci para tomar café e depois fui para a escola. As primeiras aulas fluíram normalmente, nada de novo, os mesmos papos e fofocas. No recreio, Alice disse que tinha uma novidade gigantesca para me contar, mas primeiro iria comprar lanche porque estava morrendo de fome. Eu disse que ficaria esperando em um banco e pedi para ela comprar um suco de laranja para mim.
Escolhi um banco menos localizado da vista de todos e fiquei esperando Alice que depois de um tempo apareceu com o seu refrigerante, seu salgado e o meu suco.

- Conte. – Eu disse, estava curiosa. – Qual o babado da vez?
- Nathan está querendo sair com você. – Ela disse e eu cuspi o suco que estava quase engolindo.
- Oi? – Eu perguntei.
- Isso mesmo. – Ela disse e riu. – Que tal?
- E como você sabe disso? – Eu perguntei.

Não é possível, quem está querendo brincar comigo assim, hein?

- Bom, você sabe que eu sempre sou muito antenada nas fofocas... – Ela disse e eu assenti. – Pois bem, Matheus estava conversando com uns amigos e eles contaram que o Nathan iria te chamar para sair.
- Ah, meu Deus... – Eu disse, sem reação. – Tá vendo só? Essa ideia de conversar com caras só fazem eu me ferrar ainda mais.
- Não seja tão dura consigo mesma, você é linda, é normal que os caras queiram te conhecer e além disso, você também é muito inteligente, simpática... – Ela começou a dizer.
- Tá, tá, tá. Mas mesmo assim, eu não quero ninguém, ok? Acho que não preciso ficar te lembrando do que houve no passado, eu não quero repetir e ainda sinto que não estou pronta. – Eu disse.
- Ah, não quer? E aquela visita do irmão do Nathan foi o que? – Ela perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Ele é um conhecido, amigo. – Eu disse. – Nada demais, tanto é que nem rolou nada.
- Hum, pode até ser. Só sei que o Nathan vai te chamar para sair. – Ela disse.
- Mereço. – Bufei.

O Matheus logo apareceu e nós trocamos de assunto, estava tudo indo bem até o querido namorado da minha melhor amiga resolver tocar nesse assunto miserável.

- A Alice já te contou sobre o Nathan? – Ele perguntou.
- Aham. – Eu disse.

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