O final daquela noite foi meio turbulenta, quando eu cheguei em casa apenas dormi e nem quis conversar com ninguém. Eu precisava ficar bem de novo, precisava esquecer aquele acontecimento.
Pessoas ébrias são ridículas mesmo, eu não sei como eu deixei acontecer. Eu podia ter corrido e tudo, mas eu simplesmente travei. Não conseguia sair dali, eu não conseguia reagir.Eu pensei no pior, pensei que ele poderia realmente ter feito o que pretendia bem ali. Eu devia muito ao Bernardo, mas ele não parecia estar interessado. Ele fugiu da nossa conversa quando a Alice e o Nathan apareceram, talvez seja melhor mesmo. Enterrei meu rosto em um ursinho de pelúcia que tenho guardado e apaguei. Acordei no outro dia não sabendo direito o que viria a seguir. Minha mãe certamente surtaria se soubesse, eu deveria contar? Não preciso de mais problemas, é só esquecer.
Esquecer, é só esquecer.
Eu repetia o tempo todo e aos poucos aquilo foi sumindo da minha mente.
A semana foi um pouco estranha, eu me sentia estranha quando conversava com o Nathan, mas acredito que seja vergonha por causa da situação que enfrentei. Bernardo não deu notícias e nem se quer mandou uma mensagem, eu pensei em ir atrás, mas não fui.- Tudo bem, você tá nesse celular há dias. O que você tem? – Alice começou.
- Eu não tenho nada. – Eu respondi.
- Tem sim. Você anda quieta demais, aquilo tá te deixando mal? – Ela perguntou.
- Não, tá tudo bem. Eu estou bem. – Eu menti.
- Certeza? – Ela perguntou.
- Sim, eu tenho. Fica tranquila. – Eu disse, tentando tranquilizá-la.Fechei os olhos por um momento e decidi que aquilo deveria sumir o mais rápido possível da minha mente. Toda aquela confusão.
Um mês depois...
Eu estava nervosa, não acreditava no que o Nathan tinha acabado de falar. Bernardo iria se mudar. Ele não pode me deixar, não pode. Isso é ridículo, ele acha que pode mesmo me fazer cair de amores por ele e seguir a vida dele? Quem ele acha que é?
Tudo bem, tudo isso era muito bizarro. Já tinha um mês desde a nossa última conversa, nas saídas do colégio ele nem fazia questão de direcionar um simples "oi" pra mim e eu não também. Respirei fundo, eu não podia impedi-lo.
Okay, era a vez de deixar mais alguém ir embora. Eu tinha uma semana até a formatura, muita coisa pra resolver e lá estava eu, parada. Decidi fazer algo sobre e comecei. Comecei pesquisando por vestidos, eu já tinha colocado na minha cabeça que um vestido na cor vinho ficaria ótimo e ele seria a minha escolha.
Convenci minha mãe a me deixar faltar na última semana de aula, mas ir no último dia. Sempre rola aquela "despedida" sentimental e querendo ou não, eu sentiria falta de tudo mais cedo ou mais tarde.Terça-feira, preciso agilizar.
- Você não acha que um rosinha claro ficaria mais bonito? – Minha mãe perguntou.
- Não acho, o que você acha, Cida? – Eu perguntei.
- Está linda, mas eu também gostaria de ver você em um rosinha. Só realçaria ainda mais seus olhos cor de mel e seu cabelo castanho. – Ela disse.
- Certo. Moça, você tem algum modelo semelhante a esse na cor rosa claro? – Eu perguntei para a vendedora.
- Acho que sim, a diferença é a fenda que é um pouco mais fechada. – Ela disse.
- Perfeito! Eu quero experimentar. – Eu disse.
- Só um minuto. – Ela disse, saiu e voltou com um outro vestido.
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Sou sua
RomanceÉ um romance clichê que narra a vida de Isabela. A típica garota que uma vez magoada não acredita mais com tanta força no amor. Mas tudo muda quando ela se depara com cabelos atraentes e derruba suco no tênis desse cara. E aí, o que me diz?