É um romance clichê que narra a vida de Isabela. A típica garota que uma vez magoada não acredita mais com tanta força no amor. Mas tudo muda quando ela se depara com cabelos atraentes e derruba suco no tênis desse cara. E aí, o que me diz?
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Segunda-feira e eu não estava com a mínima vontade de ir pra aula. O despertador ficou tocando até 6:15 e minha mãe sem paciência começou a gritar meu nome por um tempo até ter a certeza de que eu estava acordada totalmente. Me levantei, tomei um banho rápido só para despertar por completo, mas eu já sabia que passaria o dia todo com sono. Era normal isso, eu sempre gostava de acordar mais cedo para ficar mais disposta, só que hoje não funcionou. Vesti o uniforme, peguei a bolsa e terminei de arrumar meu cabelo. Passei pela cozinha, peguei uma torrada com geleia de morango e fui comendo pro carro.
– Tá vendo só? Acorda atrasada e fica aí, nem come direito. – Minha mãe disse e começou a balançar a cabeça de forma negativa em seguida. – O que? Eu estava cansada, ora. – Eu disse enquanto revirava os olhos. – Como foi ontem? Nós nem conversamos sobre. – Disse ela. – Normal, nós tomamos sorvete e depois fomos para a lagoa. Conversei com os meus amigos e passei um tempo por lá. – Eu disse. – Alguma notícia sobre o Enzo? – Ela perguntou. – Nada ainda, e espero que eu não tenha nunca mais. – Mordi o lábio quando eu disse. Eu tinha essa mania estranha de morder o lábio toda vez que eu falava algo da boca pra fora, como se no fundo não quisesse dizer aquilo.
Porque no fundo, eu ainda me importava com aquele cara. Deveria? Não. Mas eu não tinha muito o que fazer sobre isso. Respirei fundo e no caminho nós começamos a conversar sobre as férias.
– Que tal conhecer a Disney? – Minha mãe perguntou. – Não sou do tipo de adolescente que acha esse lugar mágico ou algo assim, mãe. Eu com certeza prefiro viajar pra alguma praia que seja tranquila e passar uma semana olhando pro nada, só aproveitando a paz. – Eu disse. – Nunca vou entender, você deveria gostar da Disney. Era viciada nas princesas quando era mais nova. – Ela disse e deu de ombros. – As coisas mudam, eu não sou mais uma criança. – Eu disse, dei um beijo em sua bochecha e saí do carro, passando pelo portão e entrando na escola.
Alice estava com as meninas no pátio, todas estavam mega animadas. Ótimo, mais alguma fofoca super desnecessária estava rolando ali. – Olha quem chegou! A namoradinha do Nathan. – Bruna disse. – Oi? Que história é essa? – Eu questionei. – Alice contou que vocês saíram ontem. – Bruna disse e eu apenas encarei a Alice. – Ela só está brincando, Isa. Eu só disse que nós saímos ontem, mas não disse nada sobre namoro ou coisas do tipo. Bruna, para de perturbar a minha amiga. – Alice disse. – Desculpe, era só uma brincadeirinha inocente. Mas conta aí, você está afim dele? – Ela perguntou, parecia bem curiosa. – Não. Somos amigos. – Eu disse e saí de perto.
Subi as escadas e apressei o passo quando percebi que Alice vinha em minha direção. Sabia que não conseguiria evitar falar com ela, além de não saber ignorá-la, estudávamos juntas. Ótimo, bela manhã. Ao chegar na sala, sentei na minha cadeira e Matheus logo apareceu.
– E aí! O que é que houve que você já está com a cara amarrada? – Começou a encher o saco. – Não me irrite, Matheus. Sua namorada às vezes conta coisas que ninguém precisa saber. – Eu disse, colocando os fones.
Ele levantou as mãos para cima em sinal de rendição e saiu de perto para conversar com outros colegas. Coloquei Hard Feelings para tocar e peguei um livro pra ler. Eu vivia com algum livro na mochila sempre, eles eram muito importantes nessa parte de quando eu não queria ser incomodada. Não que eu não goste de ler, eu amo. É só que eles ajudavam a galera a perceber que eu estava ocupada para conversar, coisa que era a última que eu gostaria de fazer nesse momento. Alice entrou na sala, me viu lendo e resolveu não encher o saco. Ótimo, deu certo pensei comigo mesma e depois voltei a ler.
Pouco tempo depois, o professor entrou na sala e a aula começou. No meio da aula, Alice se sentou do meu lado. Eu percebi, mas fingi não ligar.
- Você vai ficar chateada comigo agora? – Ela perguntou. - Não, tá tudo bem. – Eu disse. -Desculpa ter comentado que saímos ontem, mas a Geovana disse que nos viu na rua e foi aí que entramos no assunto. Não falei nada sobre você e o Nathan, a Bruna ficou perguntando porque ela gosta dele. Com certeza foi uma pontinha de inveja. – Ela disse. - Tanta gente pra ela ter inveja e vem ter logo de mim? Haja paciência para frescura. –Eu disse. - Meu amor, como não ter inveja de você? Um dos garotos mais gatos do colégio está super interessado em você. A maioria das garotas morreriam para estar no seu lugar. – Ela disse. - Bom, qualquer uma pode entrar no meu lugar então. Eu não ligo pra isso e nada vai acontecer entre eu e ele, somos só amigos. – Eu disse por fim.
O intervalo foi anunciado pelo sinal e nós descemos as escadas para ir até o refeitório. Enquanto Alice e Matheus pediam salgados e coisas do tipo, eu pedi apenas um suco de morango e me sentei em uma das mesas para esperar os queridos. Nathan apareceu pouco tempo depois.
- E aí! –Ele disse quando se sentou na minha frente. - Hey. Oi! – Eu disse. - Está ouvindo qual música? – Ele perguntou. - No momento está tocando Without You da Halsey, e você, o que está fazendo? – Eu perguntei de volta. - Conversando com você. – Ele disse enquanto Matheus e Alice se sentavam ao nosso lado. – Agora vou conversar com eles também. – E apontou para Alice e Matheus. - Hum, bem interessante. – Eu disse, rindo.
A conversa foi a mais besta possível, não tinha nada de interessante. Falamos sobre aula, trabalho e professores. Fizemos essas reclamações bem típicas de adolescentes. O sinal tocou e Alice e Matheus foram na nossa frente. Antes de eu entrar na sala, Nathan me puxou para outra sala que ficava no caminho da minha.
- Você vai na festa? – Ele perguntou. – Não aceito"não". Posso te convencer a ir. - Okay. – Eu disse. - Você vai então? – Ele perguntou. - Me convença. – Eu disse por fim. -Bom, seus amigos estarão lá. –Ele começou a dizer e eu mantive a minha postura imóvel. – Vai ter bebidas, no caso, suco pra você, eu vou estar lá também... Na verdade eu não sei como te convencer. Falei desse jeito só pra ficar um tom mais galã. - Você é péssimo. – Eu disse, rindo e ele também riu. - Talvez eu vá, Nathan. Depois falamos sobre isso.
**** Quarta-feira.
Já posso me aposentar ou é pedir muito? Estou morta de sono, passei a noite anterior digitando mais um capítulo de uma história e achei que minha mãe iria me liberar pra faltar, mas pelo jeito eu estava enganada. Droga. Morta de sono, morta de sono e morta de sono. Fiz o mesmo processo de organização que sempre faço e partimos para a escola.
Mensagem de Enzo: Esse final de semana vou estar aí, talvez a gente se encontre. Eu preciso falar com você sobre algo sério. Só com você, Isabela.
Ele não podia simplesmente sumir? Bloqueei a tela do celular para que minha mãe não descobrisse que Enzo queria falar comigo. Ela certamente não apoiaria e faria de tudo para evitar. O que seria tão importante? Evitei pensar sobre isso, quando eu crio teorias demais eu acabo ficando meio paranóica. Melhor não pensei. A manhã foi tranquila, nada fora do comum. Hoje era dia de ficar de tarde, então almocei com a Alice e o Matheus e logo Nathan apareceu. Esse menino parece estar me seguindo, mas acho que talvez seja só impressão minha.
- Ei, Mat, Enzo vai vir pra festa. – Ele disse. - Oi? –Eu perguntei. – Digo, que Enzo? - Um amigo nosso, na verdade, é mais meu amigo do que do Matheus. – Ele disse. Eu olhei imediatamente para o Matheus que confirmou os meus pensamentos, o meu ex Enzo estaria naquela maldita festa. Será que ele sabia que eu iria?
- Mas ele não é um pouco mais velho que você para serem tão amigos? – Eu perguntei, tentando disfarçar. - Conheci ele pelo meu irmão, desde quando idade é motivo para não se ter amizade? – Ele perguntou. - Não foi isso que eu quis dizer. – Eu revirei os olhos. – Como ele e o seu irmão se conheceram?
