Capítulo 14

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O dia foi razoavelmente diferente, foi legal

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O dia foi razoavelmente diferente, foi legal. Resolvi deitar um pouco antes do pessoal pra ficar mais tempo no celular, atualizar as minhas fotos e contar para Alice como as coisas estavam indo. Não vi o Enzo hoje, um ponto positivo.
Mandei algumas mensagens para a Alice, porém, ela deveria estar bem ocupada porque não me respondeu. Depois de um tempo, quando eu já não esperava uma resposta, o Bernardo me mandou mensagem.

Uma ligação surgiu na tela, era ele. Eu disse pouca coisa da viagem e ele contou pouco sobre o que estava acontecendo por lá, conversamos sobre o irmão dele e eu deixei claro que não haveria uma relação entre eu e o Nathan, não queria. Por um momento, eu podia jurar que ele tinha ficado até mais animado depois de ouvir isso de mim. Algumas horas foram passando e eu nem notei, apenas dormi e acordei só no outro dia.

Durante toda aquela semana, eu vi Enzo poucas vezes, nós fizemos alguns passeios juntos, a minha meio irmã parecia ter se apegado a mim e a minha madrasta era simpática de verdade (confesso que no começo pensei que fosse só uma encenação). Não estava sendo tão ruim quanto eu pensei que seria toda aquela situação. Tirando o fato de que às vezes meu pai queria dar um de sabe tudo, eu estava lidando bem com tudo aquilo.
A saudade da minha mãe e da Cida estava crescendo a cada minuto, mas eu sabia que elas estavam bem e isso era mais que suficiente para eu continuar equilibrada e acabar aquela curta temporada naquele lugar.
Fizemos vários passeios pela cidade, por cada ponto turístico. Meu pai realmente estava tentando provar algo, mas eu até agora não sabia se a prova era para mim ou para ele mesmo. Não gostava muito de pensar sobre isso, eu acaba criando algumas paranóias e isso às vezes me irritava.
Os dias foram sossegados, Bernardo me mandava mensagem todo dia de noite quase madrugada. Nós conversávamos sobre o dia, ele me contava as coisas dele e eu contava as novidades daqui. Sempre enviava as fotos que tirava pra ele, inclusive mostrei o novo perfil que criei no Instagram para postar as fotos incríveis das paisagens que eu já tinha tirado. Nunca tive muita coragem pra postar, mas em um ato impulsivo, eu criei e estava adorando a repercussão daquilo.
Não que eu seja super famosa ou tenha milhões de seguidores, mas eles estavam aumentando cada vez mais e sempre recebia elogios a cada postagem, alguns deles eram do Bernardo e eu não podia deixar de sorrir.

Conforme os dias passavam, eu não entendia onde estava aquela grosseria que a garota do colégio disse que o Bernardo tinha. Uma parte de mim, tinha medo de estar sendo iludida ou enganada, e outra parte estava disposta a conhecer mais sobre ele, a realmente se envolver com ele.
No último dia da viagem, eu fiz um passeio com a minha meio irmã, a qual eu já tinha apelidado de Rebequinha, e o Enzo foi com a gente. Deixei a Rebequinha brincando no parque e fui comprar sorvete num lugar próximo do parquinho. Eu e Enzo nos sentamos em um banco e tomamos nossos respectivos sorvetes sem dizer um "A". Quer dizer, antes dele me chamar.

– Isa? – Ele chamou.
– Isabela pra você. Isabela Martins. – Eu disse.
– Por que você ainda está chateada comigo? – Ele perguntou.
– Como você ainda tem coragem de fazer essa pergunta, garoto? – Eu perguntei de volta.
– Não seja rude, eu só quero conversar. Sinto saudade de nós. – Ele disse.

Ele estava começando com o joguinho sujo dele, e eu não iria cair.

– Problema seu. – Eu disse.
– Isa... – Ele disse e se aproximou, eu não me atrevi a olhar pra ele, não podia. – Eu sei que você também sente falta, amor.
– Que joguinho mais ridículo, Enzo. – Eu disse e revirei os olhos.
– Me diz, você está com saudade de mim? – Ele perguntou de um jeito sacana.
– Vá se ferrar, Enzo. – Eu disse e ele segurou meu rosto, me fazendo olhar pra ele.

Meu Deus do céu, não.

Ele me beijou, mas diferente das outras vezes, eu não gostei. Eu não queria, eu sentia repulso, nojo e afastei ele de mim.

- Sejamos sinceros, okay? Eu nunca vou voltar com você e eu não quero nunca mais que você me toque. Eu fui clara, seu idiota? Eu espero que sim. Não ouse vir atrás de nós. – Disse eu enquanto me levantava e ia em direção ao parquinho buscar a Rebequinha.

Fui embora sem olhar pra ele ou esperar por uma resposta, nem que fosse apenas um grito. Pegamos um táxi e chegamos em casa antes do horário que tínhamos combinado. O que na verdade foi ótimo porque eu tive mais tempo para arrumar minha mala já que eu viajaria no outro dia de manhã.

Conclusão sobre tudo o que tinha acontecido, minha visão sobre o meu pai estava mudando aos poucos, eu tinha uma pirralha que adorava ficar no meu pé, e o inútil do meu ex ainda gostava de me provocar.

Assim que acabei de arrumar as coisas, resolvi responder as mensagens que o Bernardo tinha me mandado mais cedo.
Comentei que estava cansada, eu não queria ter que falar sobre o Enzo e a história era longa. Estava interessada se ele estava bem e quando respondeu que sim, eu fiquei satisfeita. Tivemos uma conversa bem curta, ele queria me contar algo que parecia ser importante. Mas tenho certeza de que não é algo tão grave e bom, daqui pouco tempo ele poderia dizer isso frente a frente. Me despedi e deixei o celular de lado.
Sabia que não seria nada demais. Eu não conseguia esquecer toda aquela situação com o Enzo, durante o banho foi a única coisa que ficou circulando pela minha mente e daí eu decidi dormir pra tentar esquecer tudo.

Acordei cedo no outro dia, pronta pra dar um basta no Enzo e nas lembranças dele. Me despedi da minha madrasta e da Rebequinha que jurou me visitar e depois meu pai me levou no aeroporto. Ele prometeu manter um contato maior e me pediu para visitar ele novamente, eu disse que iria pensar e embarquei. O voo foi tranquilo, nada de inédito.
Assim que cheguei, minha mãe foi me buscar e chegando em casa eu acabei contando pra ela e pra Cida sobre o Enzo, as duas ficaram chocadas e minha mãe ficou brava por eu não ter contado nada antes. Depois de um sermão leve, eu subi para o quarto e desfiz minha mala. Estava cansada, tomei um banho e dormi. Eu tinha aula na segunda, ou seja, depois de amanhã e precisava voltar a rotina.
Apesar de ter sido uma viagem tranquila, eu estava me sentindo pesada e cansada, resolvi dizer para o Bernardo que já tinha chegado, mas que não dava para conversar naquele horário. Disse que depois iria chamá-lo.
Assim que mandei a última mensagem, eu tomei um bom banho e depois me deitei. Eu tinha chegado no final da tarde e a hora passou tão rápido que quando eu percebi já estava de noite. Dormi por algumas horas e acordei de madrugada. Lembrei do Bernardo e resolvi ver se ele estava acordado.
Eu liguei duas vezes ele não atenção, tentei pela última vez e atenderam. Sim, "atenderam" porque não era ele. Era uma mulher.

- Oi, quem é? – Perguntei.
- Eu que pergunto, quem está falando? – A mulher retrucou a pergunta.
- Quero falar com o Bernardo. – Insisti.
- Ah, eu sinto muito, amor – Ela deu ênfase na palavra e depois continuou. – Bernardo está dormindo, você quer que eu diga algo à ele?
- Não, não precisa. Com quem estou falando? – Eu perguntei novamente.
- Com a namorada dele. E você, não vai me dizer quem é? – Eu respirei fundo e desliguei o celular, e sim, bem na cara dela.

Mas que droga era aquela? Nós estávamos conversando sobre tudo durante aqueles dias, vivíamos o tempo todo trocando fotos das paisagens e marcações em redes sociais e do dia para noite ele resolveu namorar? Logo ele? Eu sabia que não iria prestar, eu sabia!
Fui iludida, não acredito nisso. Ele era um ridículo! Um ridículo que gosta de brincar com corações. O que eu deveria fazer agora? Me vingar ou algo do tipo? Que vontade de quebrar a cara desse imbecil!
Calma, Isabela. Muita calma. Eu repeti isso pra mim mesma por várias e várias vezes. Precisava me distrair, afinal de contas, eu nunca tive nada com ele e foi besteira criar 1% de expectativa com ele. Logo ele.
Mas eu também não consigo deixar barato, talvez se eu saísse com o Nathan... Ele ficaria irritado, ou será que ele nem ligaria? Droga!

Meu Deus do céu, não.

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