Quinta-feira finalmente chegou e eu estou morta, mas satisfeita com toda a revisão que tenho feito. Me organizei logo depois que acabei de almoçar para esperar o montador.
Assim que ele chegou, nós fomos para a sacada e ele montou a pequena estante que era delicada o bastante para eu desastradamente acabar quebrando sozinha. Então depois que ele terminou e foi embora, eu chamei Alice e nós juntas começamos a mudar aquele pequeno lugar quase abandonado. Alice arrastou os móveis para o canto e eu coloquei o tapete entre eles. Eu tinha uma mesinha redonda guardada no canto do quarto e decidi colocá-la pra fora também. Por fim, nós separamos os livros que eu queria colocar.
Faltava decoração, então Alice decidiu ir até o centro e comprar pisca pisca para iluminar os livros e deixar uma coisa mais "tumblr" como ela gosta de dizer o tempo todo. Separei uns enfeites como flores pequenas artificiais e brindes que costumava ganhar no fast-food e intercalei com alguns livros.
Eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo calma. Depois de tudo pronto, decidi organizar minha pequena mala para partir e fazer a tal prova, estava ansiosa mais do que qualquer outra coisa. Minha mãe apareceu no quarto batendo na porta pouco tempo depois da Sofia ir embora quando terminamos a mala.
- Posso? – Ela bateu e abriu a porta.
- Sim, pode. – Eu respondi terminando de fechar uma pequena bolsa que levaria comigo também.
- Você tem certeza? – Ela perguntou.
- Sim mãe, eu tenho certeza. – Eu respondi.
- Eu não estou falando disso. – E apontou para a porta. – Estou falando do vestibular. É o que você realmente quer?
- Sim, mãe. É. – Eu respondi.
- Então tudo bem, estarei com você nessa. – Ela disse e me abraçou. – Tá nervosa?
- Um pouquinho, vai ficar tudo bem. Resolvi jogar o voo pra hoje de noite, mais fácil. Ele sai às 20:30. – Eu respondi.
- Tudo certo com as malas? – Ela perguntou.
- Sim, quase tudo no final. Terminei a sacada. – Eu disse.
- Posso ver? – Ela perguntou.
- Claro. – Eu respondi.
Minha mãe passou por mim e atravessou o quarto ainda meio bagunçado com algumas bolsas fora do lugar, depois chegou na sacada e observou calmamente o mais novo espaço decorado por mim.
- Ficou ótimo, filha. – Ela disse.
- Obrigada. – Eu sorri. – Agora tenho que tomar banho e já vou descer pro jantar.
- Ótimo, já iria te chamar mesmo. – Ela disse, beijou a minha testa e saiu do quarto.
Sentei na cama e respirei fundo, olhei por alguns minutos o meu novo cantinho e tirei uma foto com a Polaroid, a foto secou e pronto, lá estava ela para ser colocada no meu mural de fotos. Coloquei a foto do lado de uma que tirei de um campo de girassóis. Tomei um banho e quando terminei, meu celular coincidentemente tocou e era meu pai.
Hey – Eu disse.
E aí, nervosa? Separei as coisas no seu quarto. Eu e a Mel acabamos quase agora. – Ele disse.
Estou bem, quando eu estiver indo vou mandar mensagem avisando vocês. – Eu disse.
Certo, estaremos esperando, querida. Boa viagem. – Meu pai disse e desligou.
Me troquei e desci para jantar, Cida disse que estava torcendo muito por mim e só questionou as mesmas coisas que a minha mãe. É como se as duas fossem duas versões semelhantes e ao mesmo tempo muito diferentes de uma única pessoa. Era estranho, mas um "estranho estranhamente" bom. Assim que terminei, me despedi da Cida e minha mãe me levou juntamente com o Antônio para o aeroporto que por menor que fosse, ainda era um aeroporto.
- Se cuida, vamos nos ver logo. – Ela disse. – Boa sorte na prova.
- Se cuide, menina. – Antônio disse.
Eu dei um abraço em cada um respectivamente e depois disso sorri.
- Se cuidem também e cuidem da Cida, logo eu volto. – Eu disse.
Mandei a mensagem avisando meu pai que estava prestes a pegar o voo. E lá vamos nós, começar todo o processo de despachar mala e blá blá blá. Depois de embarcar, tudo o que eu fiz foi colocar uma venda e tentar dormir. Ir aos céus, literalmente, era algo que sempre me trazia sensações ruins, eu ficava um pouco preocupada de estar tão longe do chão, mas ao mesmo tempo me sentia mais livre que nunca. E a parte da decolagem e da aterrissagem eram as piores partes de uma aventura desse tipo. Acordei um pouco depois de toda a decolagem, eu ainda me surpreendo com o sono rápido que normalmente não costumo ter. Me peguei pensando se eu deveria ter vindo mais cedo, só que depois eu balancei os ombros e procurei não me importar tanto com esse detalhe de talvez ter que procurar algo para me ocupar até sexta-feira que é o dia oficial do vestibular. 3 horas depois e lá estava eu, sobrevoando o Rio de Janeiro, que lugar!
Fui equipada com alguns pacotinhos fini que levei. Eu não sou tão fã de coisas salgadas, então achei que seria necessário porque provavelmente o atendimento do avião não ficaria preocupado com a formiga, que no caso sou eu. Detonei três pacotes, um de beijos, um de bananinhas e um de dentaduras. Os outros dois eu acabei guardando para comer depois. O comunicado foi dado e então a aterrissagem começou. Senti meu corpo tremer, um frio na barriga me possuir. Apertei a cadeira. Era impossível eu dormir, mas dessa vez não deu pra escapar. Fechei os olhos e respirei fundo.
Fim.
Estava "deslizando" pelo chão agora. Sorri aliviada. Depois de desembarcar e pegar minha mala, vi meu pai me esperando. Não que a Rebequinha seja alguém ruim ou que eu não goste de lembrar, é só que ela me lembrava o Enzo, e ele eu não queria ver de jeito nenhum por agora e nem nunca. Só que eu também não podia ignorar o fato de que ele era parente da mulher do meu pai. Tudo bem, dará certo. Respirei fundo, afastei os pensamentos e sorri para eles. Caminhei em passos curtos até eles e então recebi dois abraços muito apertados. Sabe, talvez essa coisa de mudança inesperada seja algo que eu não curta muito ou que não faça o meu tipo, mas toda a mudança do meu pai me deixou feliz no final. É bizarro se você fosse comparar quem eu sou hoje em relação a ele com quem eu fui há um mês atrás.
Rebequinha me contou sobre as amigas do colégio e as férias divertidas que ela estava tendo, indo em parques aquáticos e se divertindo com coleguinhas. Assim que chegamos na casa do meu pai, eu tomei um banho e abri um livro. Não estava com fome então me fechei no quarto e fui ler.
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Sou sua
RomanceÉ um romance clichê que narra a vida de Isabela. A típica garota que uma vez magoada não acredita mais com tanta força no amor. Mas tudo muda quando ela se depara com cabelos atraentes e derruba suco no tênis desse cara. E aí, o que me diz?