Capítulo 22

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A entrada foi simplesmente magnífica, eu jamais imaginária algo tão grandioso, mas quer saber? Achei incrível, e merecido

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A entrada foi simplesmente magnífica, eu jamais imaginária algo tão grandioso, mas quer saber? Achei incrível, e merecido. Afinal, não é todo dia que eu tenho uma formatura desse nível. Conforme a mulher lá na frente chamava os nomes, nós íamos entrando com as nossas respectivas músicas. A que eu escolhi era I Do Wanna Know (Arctic Monkeys), a batida era maravilhosa, mas eu concordo que talvez seja uma pegada rock demais para o meu vestido claro.
E pensando bem, que seja! Estou feliz exatamente assim e isso é tudo.
Nada disso importava, era o meu tema, era a minha música. A primeira da lista Intimidador. Quando pronunciaram meu nome, eu senti um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Estava tensa. Eu era praticamente uma das pessoais centrais em relação a grande fila que foi formada por nós.

Desci a escada enquanto a música tocava e aplausos surgiram de todos os cantos, eu abri um sorriso, eu me sentia "explosivamente" feliz. Olhei para algumas pessoas em especial, minha família e outras pessoas queridas e importantes que estavam ali por mim. Assim que a música parou, me posicionei no lugar e esperei que toda a fila fosse chamada.
O processo é basicamente o mesmo de toda formatura, a entrada, as fotos, o discurso do aluno escolhido, do professor e a entrega dos canudos. Sem tirar nada e também nem colocar. Assim que a cerimônia acabou, cada aluno/formando foi para a sua mesa com seus convidados. Na minha mesa se encontravam eu, minha mãe, a Cida, minhas tias que tinham vindo de viagem com seus filhos e meus avós, ninguém mais e ninguém menos.

Diante de vários assuntos e elogios, foi anunciado que já poderíamos começar a nos servir e aí formou-se uma fila de pouco em pouco. Eu não peguei muita coisa, a minha fome naquele momento não existia, só a adrenalina. Após comer um pouquinho, eu me retirei da mesa educadamente e fui encontrar meus amigos.

- Hey! Estamos aqui, hahahaha, nós conseguimos! – Alice gritou e me abraçou.
- A gente merece! – Eu disse enquanto pulávamos de um jeito totalmente torto, mas juntas.

Matheus se juntou, Nathan e outras pessoas, formando um aglomerado de adolescentes praticamente adultos em idade que gritavam em coro: formei, formei, formei!
A farra durou pouco tempo, porque anunciaram que a pista estava oficialmente aberta. A galera começou a dançar, uns já meio alterados e outros totalmente sóbrios. A essa altura, ainda não tinha nenhum bêbado. Eu dancei poucas músicas, não levava muito jeito pra isso, então acabei retornando e sentando na minha mesa enquanto todo mundo se divertia com fotos, bebidas e danças. Me restaria apenas a Cida se ela não tivesse ido embora tão cedo. Disse que já não tinha mais idade pra isso, então foi descansar.
Já cansada da noite que tinha começado a ficar boa, eu me abaixei para tirar o meu salto, já não aguentava mais.

- Eu te ajudo. – Ele disse.

Na hora, eu imediatamente levantei a cabeça, eu sabia de quem era aquela voz, mas queria ter certeza. Assenti com a cabeça e ele se ajoelhou para tirar um salto por vez. Depois que ele tirou, eu empurrei os saltos para debaixo da mesa aonde a toalha cobria.

- Eu quero falar com você, tem como? – Ele perguntou.
- Agora? – Eu perguntei.
- Sim – Ele disse.

Ele parecia nervoso e isso era algo que estava me deixando extremamente curiosa. Espero que não seja um discurso trivial de saudades. Concordei em conversar e nós saímos pelos cantos para que a nossa "fuga" não fosse notada por certas pessoas.
Do lado de fora, tinha um lindo jardim com banquinhos, alguns desses banquinhos estavam escondidos por árvores que tinham luzes ao redor. Bernardo escolheu uma delas e foi em direção, eu apenas decidi segui-lo para ver o que aquilo daria.
Sentamos no banco, o silêncio tomou conta. Ele não dizia nada, mas eu podia notar que suas mãos e pernas estavam inquietas e decidi fazer algo sobre isso, ele me trouxe até aqui e vai ter que falar o porquê.

- Você queria falar comigo sobre o que? – Eu perguntei.
- Sim, eu... queria saber se você pensou naquilo que eu te disse. – Ele respondeu.
- Não, porque você estava namorando. Achei que fosse só mais um ato babaca da sua parte. – Eu disse.
- Eu nunca fui babaca, não com você. – Ele respondeu.
- Sim, você foi. – Eu disse.
- Quando isso, Isabela? – Ele disse e se virou de frente pra mim, agora nossos olhares estavam fixos um no outro.
- Quando você aparentemente estava se mostrando interessado e eu descobri por uma ligação que você estava namorando e não teve a coragem de me contar. – Eu respondi.
- O que? Eu comecei a namorar depois que você foi totalmente ignorante comigo aquele dia no parque. – Ele disse.
- Você sabe o motivo. – Eu disse.
- Não, eu realmente não sei. – Ele disse e manteve o olhar sério, parecia realmente não saber e isso me deixou confusa.
- Eu liguei para você, e uma garota respondeu no seu lugar e disse que era sua namorada. Desde então, venho evitando você, eu não quero problemas, Bernardo. – Eu disse, aos poucos, aquilo era um desabafo no final das contas e me sentia aliviada.

Ele rapidamente se aproximou de mim e me beijou. E como, ah, como eu queria aquilo! Como o meu corpo tinha esperado tanto pra saber como era beijar a boca do sorriso mais lindo, apesar de ser o mais sacana também, que eu já tinha visto.
O ritmo foi diminuindo e então começamos a distanciar nossas bocas, mas as nossas testas ainda estavam juntas e as nossas respirações misturadas.

- Ela não era minha namorada, eu não sabia, eu acabei ficando com ela sim, mas ela nunca foi tão importante quanto você. Ela não me falou nada sobre e por isso eu nunca disse algo, Isabela. Se eu soubesse, eu teria tentado conversar antes. – Ele disse, com expressão de ternura.
- Mesmo assim, a gente não pode – Eu disse me afastando um pouco.
- Por que? O que é que nos impede agora? – Ele perguntou confuso.
- Seu irmão – Eu respondi.
- A gente pode conversar com ele, amor... – Ele disse.
- Bernardo, não podemos, não agora. Vamos ir tentando aos poucos, ok? Com toda a calma do mundo – Eu disso tentando chegar na melhor solução. Eu o queria, mas ainda não sabia lidar com tanto.
- Então você está propondo um namoro escondido? – Ele disse e sorriu maliciosamente, apesar da noite ainda era possível enxergar esses detalhes graças as luzes que estavam próximas.
- Mais ou menos... – Eu comecei com as tentativas de explicar algo que eu nem sabia explicar.
- Tudo bem, vamos tentar – Ele disse e me beijou de novo.

Eu estava imensamente feliz, hoje realmente tudo deu certo. Depois do segundo beijo, voltamos para dentro do salão de mãos dadas de uma forma discreta. Eu o avisei que iria dançar e ele assentiu.
Enquanto eu aproveitava minha noite, Bernardo jogava conversa fora com a minha mãe. Vez ou outra, nossos olhares se encontravam e resultavam em sorrisos espontâneos. É normal a gente querer explodir de alegria depois de beijar alguém que queremos muito? Porque agora eu já não sei explicar de onde vem toda essa onda de energia está se manifestando em mim.
Depois de algumas horas, decidi ir no bar beber alguma coisa sem álcool.

- E então, não vai me dizer o que houve? – Alice perguntou.
- Como assim? – Eu fiquei confusa. Ela poderia estar falando de qualquer coisa.
- Vocês ficaram? – Ela perguntou.
- Quem? – Eu perguntei de volta, de que raios Alice estava falando.

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