Capítulo 32

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Bernardo foi me buscar e me deixou em casa

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Bernardo foi me buscar e me deixou em casa. Passei o resto da noite procurando apartamento e essas coisas. Meu pai insistiu para que eu ficasse na casa dele, mas eu preferi achar um cantinho só meu. Assim como pedi há meses atrás, ele listou alguns e me mandou o contato por e-mail. Poderia visitá-lo, mas ainda assim gostaria de ter o MEU lugar. Acabei dormindo com o notebook ligado e acordei algumas horas depois. Desliguei ele e o coloquei sobre a mesinha. Desci as escadas, fui até cozinha e peguei um copo de água, andei pela casa observando detalhes bestas como por exemplo a cor da parede ou então os desenhos do azulejo que eram pequenas xícaras.

Eu já sentia falta dali sem nunca ter saído e agora iria sentir mais. Perguntas como Vai valer a pena? É a coisa certa a se fazer? Você realmente quer isso? Foram surgindo na minha mente. Uma atrás da outra. Eu estava dividida. Mas era algo que eu sempre quis.

Tudo bem, daria certo. Eu sempre corri atrás daquilo que acreditei. Por que faria diferente agora? Respirei fundo, terminei de beber a água e subi para o quarto.

Dormi até às 9:00 e levantei pro café. Minha mãe só voltaria sexta-feira e ainda era quinta. Faltava um dia. Eu e Cida combinamos de fazer uns doces para a sobremesa do almoço e assim fizemos.

Depois do almoço encaminhei alguns contatos para a minha mãe sobre as coisas no Rio. E continuei organizando tudo o que precisava. O resto da tarde fiquei na sorveteria com o Bernardo, Alice e Matheus que na verdade insistiram muito para um programa de casais.

- Qual é? Eu sempre fui boa em cozinhar! – Alice teimava comigo e com o Matheus e nós rimos sem parar.

Depois do sorvete, fomos andar na praia de novo. Uma das vantagens de morar em uma cidade pequena que tem praia é que você nunca vai encontrar ela lotada durante a noite. Alice e Matheus ficaram num quiosque enquanto eu e Bernardo caminhamos um pouco.

As coisas estavam boas pra nós. Nathan tinha viajado com uns amigos e estava feliz, a família estava "normal" e Bernardo estava trabalhando e se endireitando, coisa que era o que sua mãe mais queria, que ele tomasse um jeito e ela insiste em me culpar e agradecer por isso.

Ele me puxou pra perto e envolveu seus braços na minha cintura, me abraçando forte. Senti um conforto e uma paz tão imensa no coração que eu não sei com o que eu deveria comparar, mas acho que rotular isso como um dos meus lares já seria um bom começo. Eu entrelacei meus braços em seu pescoço arqueando um pouco o meu corpo ajustando uma posição confortável para ambos. Ficamos ali por um tempo.

- Tenho medo. – Ele suspirou.

- Medo de que? – Eu perguntei me soltando dele, enquanto ele estava com as mãos fixas em mim.

- Perder você. – Ele respondeu.

- Por causa da mudança e toda essa... coisa? – Eu perguntei.

- É. – Ele respondeu.

- Não fique, não foi você que disse que nós iriamos ficar bem? Então, eu estou acreditando fielmente nisso. Vamos dar um jeito, não é? Além disso, são só alguns anos. Eu vou poder voltar pra cá pra te encher o saco, pra gente casar e todo o blá, blá, blá clichê. – Eu disse.

- Casar? – Ele ficou surpreso.

- O que? Você não quer casar? – Eu perguntei.

- Achei que nós já fossemos casados. – Ele riu.

- Hahaha, engraçadinho. – Eu ri também. – Vai dar certo, não vai?

- Vai. – Ele sorriu.

Nos beijamos de novo, e de novo e de novo.

Durante todo esse tempo, a família do Bruno teve umas complicações. Então, nós tínhamos perdido quase todo o contato. Até agora.

Bernardo deu um sorriso simpático e fraco olhando pra alguém atrás de mim, e eu logo me virei para ver quem era. Bruno. Eu o abracei forte, sem pensar duas vezes.

- O que cê tá fazendo aqui? Ah, meu Deus! – Eu disse.

Ele me abraçou apertado e ficou em silêncio por alguns segundos.

- Vim ver a senhorita. – Ele disse.

- Alice, certeza. – Eu disse.

- Sim. – Ele respondeu.

- Droga, eu ainda ia te contar. Ela é muito atrevida. – Nós rimos.

- Você sabe que ela te ama, né? – Ele perguntou.

- Sim, sei. Por isso não estou brava. – Eu dei de ombros e nós rimos mais um pouquinho.

Bruno pediu permissão para me levar em uma caminhada curta ali, o Bernardo "liberou" (como se eu fosse obedecer ele) e se juntou com Alice e Matheus.

Eu e o Bruno caminhamos por um tempo. Ele me contou sobre as novidades dele e eu fiz o mesmo, contando as minhas. Contei sobre a ansiedade de tudo e ele me apoiou. Minutos se passaram e eu vi que apesar do tempo ter passado e do pouco contato, nada entre nós havia mudado. E isso era um tanto incrível e... surpreendente. O que me motivou mais ainda a ir, porque nada acabaria se fosse de verdade, inclusive o Bernardo.

As coisas com a família dele estavam indo também. Acho que a fase boa chegou para todos ao mesmo tempo e isso era algo que me deixava mais que satisfeita e muito menos preocupada.

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