Capítulo 14 (REVISADO)

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Paloma

Acordo e lembranças da noite passada vêm, tento  reconhecer esse quarto, mas não consigo.
Levanto da cama com dificuldade devida as dores no meu corpo, porém precisava saber que horas são.
Assim que dou dois passos tropeço em algumas malas e sacolas, fico curiosa e resolvo acender a luz para ver o que era. Tomo um susto, não podia ser real. Eram minhas roupas! Tudo, tudo que tava na minha casa, agora estava aqui dentro dessas sacolas e malas.
Não entendia, o que minhas coisas fazem aqui? Assim que ia sair do quarto, passo pelo espelho e foi impossível não olhar.

Meus olhos encheram de lágrimas, eu estava horrível.
Meu corpo do pescoço aos pés estavam roxo. Meu rosto, estava apenas com alguns vermelhos, e um pequeno corte na boca.
Iria chorar de dor e raiva, no entanto me segurei.

Agora eu precisava saber que diabos minhas coisas fazem aqui. Saio do quarto e vou caminhando pelo corredor, a casa era grande pelo visto. Fora o quarto que eu estava, tinha mas dois no andar de cima, e um banheiro.
Tinha a escada para subir e outra para descer, desci as escadas segurando no corrimão. Assim que estava nós últimos degraus, consegui ver a visão do diabo.
Era ele mesmo sentado assistindo TV e atrás dele vi que tinha um relógio que marcava quatro horas da madrugada.

Respiro fundo e vou de encontro a ele.

- Posso saber o que minhas coisas fazem aqui, DG? - pergunto com raiva.

- Ué, não está claro? Então vou clarear, bem-vinda a sua nova casa, Paloma - diz como sempre cheio de deboche - A partir de hoje, essa é sua casa. Só sai quando eu deixar, fala com quem eu permitir e outras regras que depois te dou o aviso. E se eu sonhar  que desobedeceu qualquer ordem minha as consequências serão graves e te garanto que você não quer pagar pra ver - solta rude.

Eu abro e fecho minha boca várias vezes. Como assim eu morava aqui? Minha vontade era de gritar e partir para cima dele. Porém não conseguiria. O medo dele me bater era maior, contudo isso não eu ficar quieta.
Ele tinha que me dar uma explicação pelo menos.

- Como assim, DG? Você tá doido?! E minha avó?  Não posso deixar ela sozinha e outra, eu trabalho. Tenho uma vida! Não é fácil assim. O que diabos você quer de mim? - pergunto totalmente perdida.

- O que eu quero ou deixo de querer não te interessa.
E relaxa que sua véia sozinha não vai ficar, vou deixar avisado pra aquela sua amiga ficar com ela. E não vem me irritar essas horas não, caralho! Vou ir dormir e avisada você já está - termina  e começa a subir as escadas.

Minha vontade era de falar, xingar muito. Entretanto, não ia dizer nada, simplesmente faria desse lugar um inferno. Tanto para mim, quanto para ele.
Fui mostrar o dedo, mas assim que eu ergo, ele vira com tudo. Graças a Deus dá tempo de esconder.

- Antes que eu esqueça, amanhã a noite você vai em um lugar comigo e espero que as oito em ponto você esteja pronta. Odeio atrasos! - avisa - Agora suba para o seu quarto, beba os remédios e passe as pomadas que estão do lado, pra melhorar esses machucados. E não saia de lá até eu te chame ou libere para que possa ir para qualquer cômodo da casa. Tenha um ótimo sono, Paloma -  indaga mandão.

E volta a subir até sumir do meu campo de visão. Subo para o quarto e tranco a porta assim que entro, deito em seguida.

Ali, deitada encolhida começo a chorar baixinho. Se ele acha que vai me ter como um capacho está muito enganado.

Perdida no Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora