Te ver gelada me craquela
Meu peito aperta e meu ar some
E tudo em mim se consome
Em cinzas
Cinzas azuis, lágrimas secas
E deserto e solidão e nada
O colchão me absorve e me faz algodão
Sou o mercúrio afundando na água
Minha densidade de sentimentos que me afunda onde apoio a cabeça
Mergulho
Mergulho no aperto do meu peito
Mergulho nessa angústia-avestruz
Afundo no nó da minha garganta
Minha angústia transpassa materiais
Afundo nos sólidos objetos do meu cotidiano
E essa angústia como de nordestino
Nordestino retirante, nordestino nostalgico
Que nada fez pra evitar a seca que o fez se retirar
E sente saudade do Sol do Sertão
Mas teme a esquelética seca nordesta:
Você
Você que só foi real em meus sonhos
Você que não está nesses objetos que eu afundo
Você que sorriu uma vez e eu reprisei esse sorriso em cada esquina
Você-fantasia
Escrevo sentimentos verdadeiros
Baseio-me em memorias falsas
Na tentativa
De viver
Um pouco do que seria amar
(você)
E eu mergulho em objetos
15 Nov 2019
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Tudo: um grande nada
PoetryEsse livro não é para você, leitor. Não dedico estes textos aos leitores ordinários do wattpad. São poucas as palavras aqui escritas, mas ler e entender esses textos requer muito mais tempo do que um longo capítulo de outro livro dessa plataforma. V...
