Espelho

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Enojo-me
Te vejo em mim
Deito sobre meu ventre
Engulo o vômito de minhas palavras

Olho para ela, ser sofrente
Como ama
Como sofre
Ela esconde os rasgos de sua alma
Buracos que nunca serão mostrados
Buracos que não mais serão preenchidos

Sabe, me dói
Me dói te ver abrir a porta
Você abre a porta para novas tentativas
A porta te rasga, sim eu vejo

Eu não quero ser como ele
Não me sinto incompleta, não senhor
Sei onde piso, sei as consequências disso
Avalio cenas

Não quero quebrar o que não prometi
Fidelidade? Não sei dizer ao certo
Fali-me como filha
Esfaqueei-te
Vi seu sangue em meus pés

Como assassino, corri
Como filha, falhei
Como criança perdida, chorei

Você não plantou isso
Vá, colha sua felicidade
Voe no céu, esqueça o mal

Eu sou o mal
O mal que não queria te fazer mal
O mal que chora e se perde
O mal dividido e craquelado
Um mal que erra
Um mal que lutou muito para acertar
Um mal que se esforça para ser bom
Um mal que luta, luta muito
Sou o mal que te ama

Sangue, lágrimas rolam em meu rosto
Não consigo fazer o que me manda
Apenas me privei de não fazer
Não prometo mudar, não acho que vou

Prometo lutar para te fazer feliz
Sendo quem eu sou

Desculpa
Deito no chão e choro
Minha dor não é pelos meus atos
Acho que nem faria todos se eu não tivesse tanto medo
Minha dor é pela sua dor

Faço
Me arrependo
Mudo, por um tempo
Faço
Mesmo buraco

Ela é louca
Ela faz o caos em casa
Ela faz o caos em corações
Não é uma boa companhia
Ela só me empurrou e eu fui
Mas se eu tivesse tempo?
Tempo e saco?
Me despeço e sumo

Não lhe quero

08/02/2020

Tudo: um grande nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora