Escorre
De seu brilho, sal escorreVocê, tão confiante
Você, orgulhosa de si
Você, que acreditava onde pisavaE pisava
Mas um dia
Um dia quebrou, não quebrou?Escorreu, você viu escorrer
Fez sangue delas jorrar
O sal, o sal que lhe amargavaGostas disso?
Gostas do tempero da morte, moça?
Valeu a pena, moça?Era um rio
Sim, como um rio
Que tem suas curvas e suas velocidades
Você remava, moça
Tão confiante, remava.
Mas e agora, moça?Os remos são cada vez mais lascas
Destino mais perto mas cada vez mais longe
É assim que vê, não é, moça?Nadar ao arcos-íris?
Se afogar nas pedras?
Flutuar no caos-correnteza?A mão estendida estendeu a faca que corta
A faca que dói
A faca que curaPor quanto tempo, por quanto tempo?
Por quanto tempo estenderás essa faca que corta?
Essa mesma faca que liberta?20/02/2020
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Tudo: um grande nada
PoetryEsse livro não é para você, leitor. Não dedico estes textos aos leitores ordinários do wattpad. São poucas as palavras aqui escritas, mas ler e entender esses textos requer muito mais tempo do que um longo capítulo de outro livro dessa plataforma. V...