Capítulo 2

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De manhã avisei a Natalie que tinha que resolver algumas coisas na rua e depois iria para empresa, então ela foi trabalhar no carro dela mais uma vez. Eu evitava ao máximo irmos no mesmo carro, porque se acontecesse algo, aconteceria só comigo, afinal o alvo era eu. Fui até o escritório do meu advogado, meu fiel advogado doutor Gouveia e entreguei a gravação da ligação no celular, a caixa com a rosa preta e o cartão.

Gouveia: Olha Priscilla, se não foi registrado entrada no condomínio, essa pessoa mora lá.

Eu: Mas quem poderia ser, afinal são muitos. Marcelo Andrade Mambertini mora lá e ele é inimigo declarado do meu pai e consequentemente meu inimigo, Tadeu Vieira sempre quis comprar a PF e todo mês faz uma nova proposta e fica irritadíssimo quando eu não aceito, Fred Goulart é outro que quer comprar 60% das ações e eu jamais vou vender, até porque, não está a venda, e ele odeia minha família. Todos eles moram no meu condomínio. Não posso bater na porta de cada um deles pra saber quem foi.

Gouveia: As câmeras de segurança da rua pode ter filmado.

Eu: As câmeras estão em manutenção a uma semana.

Gouveia: Alguém, de fora que trabalhe na empresa tem acesso ao condomínio sem precisar anunciar?

Eu: A Sonia minha secretária, ela já era secretária do meu pai, o Raul que sempre esteve ao lado do meu pai, foi assessor dele e é meu assessor agora.

Gouveia: Eles podem ser suspeitos também.

Eu: Não... Não é possível. Ai já é paranoia demais, daqui a pouco até a minha mulher vira suspeita.

Gouveia: Priscilla, não dá pra confiar em ninguém agora. Isso é muito grave. Alguém está querendo matar você, isso tudo não é piada de mau gosto, isso tudo é real, é ameaça de morte.

Eu: Eu sei. Eu to aprendendo a atirar, já fiz teste psicológico para porte legal de arma, faço aula de defesa pessoal, mandei blindar meu carro e o carro da Natalie. Estou evitando andar no mesmo carro que ela pra não acontecer nada com ela, afinal a pessoa que esta fazendo isso, me quer e eu não quero que ela se machuque.

Gouveia: Não acha que seria uma boa opção você sair do país um tempo? Delegar funções e se afastar um pouco de tudo?

Eu: Eu não vou fugir.

Gouveia: Isso não é fugir, isso é se preservar. As coisas estão fora de controle. Enquanto não soubermos quem está fazendo isso, você corre risco 24 horas e expõe sua esposa ao risco também.

Eu: Não posso ficar fugindo. Não posso deixar a empresa assim...

Gouveia: Pensa bem... – logo eu fui embora. Depois do doutor Gouveia levantar suspeita da minha secretária e do meu assessor eu senti que eu não podia confiar em mais ninguém.

Alguns dias depois chamei meus pilotos para uma reunião fora do escritório e sem que ninguém soubesse, nem mesmo a Natalie. Queria uma aula de como reagir em caso de um acidente aéreo, embora fosse difícil sobreviver a um acidente desse tipo, eu queria saber de tudo. Na concessionária do meu carro procurei saber como fazer caso meu freio não funcionasse, como reagir em situações de acidentes. Fui ficando obcecada por segurança e não queria envolver minha mulher nisso, não queria que absolutamente ninguém soubesse disso. Em casa a Natalie veio com o papo de engravidar de novo. Nossos planos eram, que ela engravidaria primeiro e depois de 2 anos eu engravidaria. Ela com meu óvulo fertilizado e eu com o óvulo dela. E a gente acabou discutindo por isso.

Nat: Amor, hoje eu fui na nossa ginecologista, e ela disse que eu já estou pronta pra receber os óvulos – falou sorrindo.

Eu: Amor, sabe que não podemos fazer isso agora. Não é um bom momento.

Nat: Priscilla, a gente planejou isso. Depois de um ano casadas iriamos engravidar.

Eu: Eu sei, só que olha tudo que tá acontecendo. Eu não quero que aconteça nada de mal com você e menos ainda com nosso filho, vamos esperar mais um pouco até tudo isso passar.

Nat: E se tudo isso nunca passar Priscilla? Como vai ser? Não podemos esperar pra sempre. A gente não pode viver esperando a hora que alguém vai entrar no seu escritório ou aqui em casa e te dar um tiro na testa – falou irritada.

Eu: Amor, eu quero muito ter um filho, mas eu quero curtir esse momento sem problemas sem sofrimento, sem preocupação. Não quero colocar você em risco nem nosso filho. Quero que seja tudo muito tranquilo, tudo muito lindo entende. – a beijei. – Vamos esperar mais um pouquinho ver como tudo isso vai ficar. Qualquer coisa se for preciso a gente sai do país fica um ano fora, você engravida e esse bebe nasce nos Estados Unidos, a gente fica segura por lá.

Nat: Você tá muito obcecada Priscilla – saiu andando e entrou no banheiro fechando a porta.

Eu: Natalie... Abre essa porta... Natalie... – ela não quis abrir. Sentei na cama e suspirei. Eu precisava fazer alguma coisa, eu me sentia encurralada. Quando ela saiu do banheiro eu já estava deitada. Mais uma noite que não dormi pensando no que fazer. Comecei a observar comportamento de muitas pessoas a minha volta principalmente da Sonia e do Raul. A Natalie detestava ele, era uma implicância que não tinha explicação. Fui até a casa da minha mãe antes de ir pra casa. Era no mesmo condomínio.

Mãe: Oi sumida... Nem parece que moramos no mesmo condomínio - me deu um beijo.

Eu: Oi mãe... É a correria... - suspirei.

Mãe: Sei... Cade a Natalie?

Eu: Já deve tá em casa.

Mãe: Estão brigadas?

Eu: Não. Mas ela tá chateada comigo... – expliquei a ela, falei das ameaças.

Mãe: Sabe o que eu penso disso tudo né? Essa empresa vale mais de 15 bilhões Priscilla, vende isso logo esse dinheiro vai render muito ainda. Seu pai adoeceu por causa desse lugar. Eu não quero perder minha filha também.

Eu: Mãe, eu quero que volte a trabalhar comigo. Que me ajude a tocar a empresa. A Natalie é ótima no que faz, ela se sairia muito bem como presidente da empresa, mas ninguém conhece melhor aquela empresa como a senhora.

Mãe: Não. Eu não vou voltar Priscilla, sabe que a PF acabou pra mim quando seu pai se foi. Não me peça isso. E você deveria sair também acabar com isso logo. – falava nervosa.- Você deveria ao menos seguir o conselho do doutor Gouveia, sai do país vai ter seu filho com a Natalie em paz longe daqui pelo menos até tudo isso passar... – conversamos mais um pouco e eu fui pra casa. A Natalie tava colocando uma lasanha no forno, mal olhou pra mim.

Eu: Amor não fica assim comigo para... – a puxei pra mais perto de mim.

Nat: Ai Pri... A gente planejou isso...

Eu: Eu sei eu to triste de ter que adiar nossos planos, mas é para o nosso bem e principalmente para o bem do nosso filho. 

Natiese em: Surpresos???Onde histórias criam vida. Descubra agora