NATALIE NARRANDO...
Já era para a Priscilla ter chegado em Angra a mais de uma hora. Recebi uma mensagem dela falando que se atrasaria, mas ela já estava muito atrasada. Eu comecei a ficar ainda mais preocupada com ela. Tentei ligar no celular dela e nada. Mais uma hora se passou e nenhum sinal da Priscilla quando chegou um rapaz de barco no hotel que eu a esperava na beira da praia. Vi uma movimentação no hall do hotel e fui até lá.
XX: Mas você viu cair?
XXX: Não, eu só vi uma fumaça e depois vi afundando. Estava um pouco longe da praia, estava perto da ilha acho que algum barco chegou lá, não sei se conseguiram socorrer quem estava dentro dele – falava ofegante e assustado.
Eu: O que aconteceu? – perguntei a um funcionário do hotel.
XX: Um helicóptero caiu próximo a uma ilha aqui de perto. – eu levei a mão no peito.
Eu: A minha mulher... Só pode ser a minha mulher. Ela tava vindo pra cá... Que cor era esse helicóptero.
XX: Não sei senhora...
Eu: Moço conseguiu ver a cor do helicóptero?
XX: Não vi direito não dona, mas parece ser preto com detalhes de outra cor que não consegui identificar tava longe.
Eu: É o nosso helicóptero, só pode ser a Priscilla, meu Deus, é a minha mulher – tremia e chorava muito. Eu tava apavorada. Tentava ligar pra Priscilla e só dava fora de área ou desligado. – Meu amor não pode ser você por favor – comecei a chorar desesperada. Logo a Anac divulgou dados do helicóptero que caiu pela televisão sem a menor sensibilidade.
"Cai em uma pequena ilha em Angra dos Reis o helicóptero da mega empresária Priscilla Pugliese dona da Multinacional PF a maior indústria de aços do Brasil"
Eu entrei em choque. Eu não queria acreditar que eu tava vivendo aquilo que a minha mulher estava morta. As buscas começaram, eu não sai da praia um minuto. De lá dava pra ver a movimentação na Ilha que era um pouco longe dali. Via as luzes dos barcos que auxiliava os mergulhadores. Não tinham chances de encontra-los vivos. Minha sogra me ligava sem parar e eu não tinha coragem de atende-la. O Rodrigo me ligou e eu falei com ele, e pedi para encontrar minha sogra, eu não conseguiria falar com ela. Eu não tinha chão, eu não sabia o que dizer o que pensar. O Jorge foi encontrado pouco depois, um pouco afastado da ilha, ele estava com colete e desorientado, bastante ferido e perguntando da Priscilla. O cinto da Priscilla estava solto pelo que os mergulhadores disseram ao encontrarem a aeronave, ela certamente foi levada pela correnteza, talvez estivesse sem colete. Eu voltei para dentro do hotel entrei no chuveiro e sentei no chão. Meu choro foi intempestivo. Era o amor da minha vida. Pensei em tudo, em como a gente se conheceu, no nosso primeiro beijo, na primeira vez que fizemos amor, no pedido de namoro, no noivado, no casamento, na nossa lua de mel, nos planos de termos um filho logo. Ela sempre quis ter 2 filhos. Theo e Mia, era os nomes que ela queria dar aos nossos filhos e eu compartilhava desse sonho com ela. Como seria chegar em casa e ter o cheiro dela lá, as coisas dela lá e não tê-la mais comigo? Eu queria acreditar que um milagre aconteceria e que ela apareceria viva a qualquer momento na minha frente. Saber que o Jorge foi encontrado vivo fazia minhas esperanças manterem-se vivas. Tomei um calmante e dormi. Acordei por volta de 8 da manha me troquei e desci. Tomei só um cappuccino e fui atras de informações. Logo um tio da Priscilla chegou lá pra acompanhar as buscas, a mãe dela havia passado mal e estava hospitalizada. Pegamos um barco e fomos até a ilha acompanhar a retirada do helicóptero da água. Não podíamos tocar em nada, a pericia ia cuidar de tudo, analisar tudo. Muitos mergulhadores estavam atras do corpo da Priscilla. Não havia a menor chance de encontra-la com vida. Após 48 horas as buscas foram encerradas. Nenhum vestígio do corpo da Priscilla. Voltei para o Rio de Janeiro, e ir para casa era insuportável, sabendo que ela não estaria lá. O Rodrigo iria pra lá mais tarde. Cheguei cedo em casa e assim que fechei a porta o choro foi incontrolável. Meu amor não vai mais voltar. Subi até nosso quarto deitei na nossa cama que ainda tinha o cheiro dela e no chão o rastro dela. A roupa que ela sempre tirava e nunca colocava em seu devido lugar. Como eu amava aquele cheiro. Meu celular tocou era o Raul.
Eu: Oi Raul?
Raul: Dona Natalie, bom dia desculpa incomodá-la estou na portaria do condomínio preciso da sua assinatura em alguns papeis – eu odiava aquele homem com todas as minhas forças eu não entendia porque a Priscilla ainda o mantinha na empresa.
Eu: Raul, a minha esposa a sua patroa está morta, a empresa não deveria nem estar funcionando hoje sabia? E você vem até a minha casa me pedindo para assinar papeis? Faça-me o favor – desliguei na cara dele e a minha raiva só aumentou porque sabia que ele poderia ter algo a ver com a morte da Priscilla. Liguei na empresa, falei com a Sonia minha secretaria e dispensei todos os funcionários por 3 dias. Meus pais chegaram no fim do dia, eu pedi jantar pra eles, não quis comer eu só queria dormir e esquecer que eu tava vivendo tudo aquilo. Na manhã seguinte a mãe da Priscilla e o irmão dela chegaram lá em casa, e foi um encontro muito difícil. Ela estava em pedaços, parecia outra pessoa. O Felipe parecia em orbita. Tinhamos que decidir o que fazer, se faríamos um enterro simbólico, se jogaríamos flores no local do acidente, ou se celebraríamos uma missa. Decidimos comprar um tumulo e fazer uma lapide com o nome dela data de nascimento e falecimento dela. No dia da missa de sétimo dia sobrevoaríamos a área onde o helicóptero caiu e jogaríamos flores azuis que ela tanto amava. Fomos apenas eu, a mãe e o irmão dela, e foi o momento mais difícil da minha vida. – Eu te amo minha vida, eu te amo mais que tudo nesse mundo. A gente vai ter nosso bebe como a gente sempre sonhou tá. Eu vou realizar nosso sonho. – joguei as pétalas de rosas. Logo voltamos para o Rio. Eu tinha que voltar para a empresa, mas eu não tinha cabeça pra isso. Eu não conseguia pensar em nada, eu só pensava nela, 24 horas por dia.
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Natiese em: Surpresos???
FanfictionNatalie Kate Smith de Almeida 27 anos e Priscila Alvares Pugliese Felix 26 anos. Casadas a 1 ano e dona de uma grande empresa herdada do pai da Priscilla. Uma empresa avaliada em 15 bilhões. Amigos, existe muitos, e inimigos? São incontáveis. Um gra...