Capítulo 18.

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"I CAN'T HELP BUT WANT YOU."

Dei uma boa garfada no macarrão e enchi minha boca. Meu estomago se agitou alegre pela antecipação. Eu nem tinha percebido que estava com fome até aquele instante. Agradeci pela porção do restaurante ser generosa. John também comia concentrado seu enorme e suculento bife de carne vermelha, mal passado como sempre.

– Está bom? – Ele puxou conversa depois de bebericar seu vinho.

– Está perfeito. – Fui sincera. Eu já tinha comido aquele prato umas 3 ou 4 vezes, mas hoje parecia ainda mais caprichado.

– Que bom. – John deu um meio sorriso e olhou para baixo. – O suborno funcionou. – Contou abrindo ainda mais o sorriso.

– Suborno? – Perguntei ainda tentando entender.

– É. Conheço o segurança do restaurante e pedi que ele molhasse a mão do chefe em meu nome. Parece que deu certo. – Deu os ombros. – Hoje tudo tem que ser especial, April. Eu pensei bastante sobre essa noite. Planejei tudo. Estou ansioso para que você goste de tudo.

Encarei meu prato por longos segundos, pensando no que responder. John demonstrava tanto afeto que me deixou levemente emocionada. Ninguém nunca cuidou de mim daquele jeito, e muito menos planejou momentos especiais para mim. Fui negligenciada pelos meus pais e aprendi a ser independente e não precisar dos outros, então sempre que aquele lado protetor e atencioso dele aparecia me deixava comovida. Ter carinho e atenção era novo pra mim. Eu nunca me aproximava demais das pessoas, evitando mais decepções e com foco num futuro que eu tinha desenhado. Entretanto, John parecia ter quebrado essa barreira.

– Obrigada. – Falei enfim me prendendo em seus olhos verdes. Não tinha muito o que ser dito, para ser sincera. – Eu estou adorando a noite. – Sorri e ele correspondeu.

Continuamos comendo até que ele fez um som chamando minha atenção.

– Sabe o que estava pensando? – Molhou a garganta com vinho antes de continuar. – Vou mandar emoldurar aquela pintura sua. O que acha?

– A do lobo?

– Sim. É a minha favorita. – Piscou charmosamente.

– Legal. – Respondi ainda considerando a ideia.

– Eu sei que o apartamento não merece uma obra de arte como aquela, mas gostaria de tê-la a vista aqui na sala. Podemos colocar naquela parede ali. Bem de frente para a cozinha.

Olhei para traz imaginando a pintura emoldurada e devidamente posicionada na parede. Realmente o ambiente do dia a dia não combinaria muito com um quadro luxuoso, mas se fosse algo discreto ficaria bom.

– Coloque uma moldura simples e escura. Vai ficar ótimo. – Sugeri.

John assentiu. Terminamos nossa refeição praticamente juntos. Ainda tínhamos que beber o resto do vinho em nossas taças, e a garrafa estava pela metade.

– Sobremesa! – John se levantou animado e foi até a geladeira. Eu confesso que me sentia satisfeita, mas a ideia de comer o doce também me fez saltitar. Ainda tinha um espaço para sobremesa. – Também sua favorita da loja doces.

– O bolo de nozes? – Perguntei arregalando os olhos, fazendo John rir enquanto assentia. – Ai, me dá essa belezinha aqui logo! – Implorei estendendo os braços e ele me entregou a caixa de plástico contendo o pedacinho do céu. – Nossa, eu estou especial mesmo. – Falei com a boca já cheia de bolo.

Eu achava que minha sobremesa favorita era bolo de chocolate ou sorvete, mas agradeci pelo dia que a loja de bolos não tinha bolo de chocolate e John teve que se aventurar trazendo o de nozes. Descobrir essa maravilha tinha mudado minha visão sobre bolos.

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