DARK PARADISE

Capítulo 21.

"I SAW SCARS UPON A BROKEN HEARTED LOVER."

Batidas ensurdecedoras na porta da frente. John e eu acordamos assustados. Meu coração quase pulou do peito e saiu pela boca. Rapidamente ele se levantou da cama e foi para a sala. Um estrondo ainda mais forte. Me enrolei no lençol de qualquer jeito e fui até a confusão.

John saia de perto da porta apressadamente enquanto 4 homens entravam no apartamento. Um deles vestia terno e gravata, muito elegante e com a postura altiva, já os outros 3 tinham roupas mais informais e até esportivas.

Fiquei boquiaberta, sem saber o que fazer. Depois de tanto tempo eu estava vendo pessoas diferentes. Alguém além de John. Pessoas que poderiam me ajudar. Alguém que pudesse me tirar daquele inferno.

John me encarava igualmente assustado. Ele não disse nada diante da entrada. Ele conhecia aquelas pessoas?

– Ops! Eu interrompi alguma coisa, John? – O homem de terno perguntou divertido e passou a mão pelo seu cavanhaque castanho escuro. – Olá docinho. Desculpe a intromissão. – Dirigiu a palavra a mim e sorriu passeando os olhos pelo meu corpo. Mesmo que eu estivesse enrolada no lençol, senti que não estava. Ajeitei-o tentando me cobrir ainda mais.

– Precisa invadir assim, caralho?! – John estava furioso. Seu rosto estava vermelho e olhos saltando das orbitas. – O que aconteceu com boas maneiras? Se tivessem esperado eu convidaria vocês para entrar assim que abri a porta, Anthony!

Anthony. Eu conhecia aquele nome. O traficante que vendia as porcarias para John e tinha vindo ao apartamento cobrá-lo. O motivo para John precisar de dinheiro fácil rapidamente. O motivo da morte de Samuel. O motivo deu estar presa ali. Senti minha cabeça girar com um filme rápido, meu estômago se retraiu e o vômito amargo subindo pela minha garganta. Não consegui segurar e soltei tudo no chão. Tossi um pouco e logo John estava ao meu lado amparando-me. Eu não podia pedir ajuda daquela escória. Eles eram muito piores que John, provavelmente.

– Uh... – O nojo na voz de Anthony era evidente. – Bebeu demais querida? – O homem riu. – Parece que a festinha foi boa ontem hein... – Completou.

Respirei fundo e consegui encarar John que tentava me tranquilizar através de seus olhos. O homem fez um sinal com a cabeça e os 3 capangas começaram a revistar o apartamento.

– Mas que porra é essa? – John questionou gritando. – Eu não te devo um centavo se quer. Qual o motivo disso?

Não demorou para que os capangas terminassem a revista pelo apartamento pequeno e voltassem para sala.

– Pra começo de conversa, John: Uma vez drogado de merda, sempre drogado de merda. Você não me deve hoje, mas amanhã é outra história. – John grunhiu em reprovação. Ele tinha parado e a determinação dele era forte demais. – Então não banque o ofendido. Não é porque você anda trabalhando com meu primo Marco que te devo o mínimo de respeito. Segundo: Estou procurando a vadia da Dominique.

– Dominique? – A expressão de John se transformou totalmente. Suas mãos deixaram de me tocar e sua postura ficou estranha, encolhida.

– Sim. Dominique. – Anthony confirmou após revirar os olhos teatralmente. – A sua namoradinha de merda, – pausou me olhando – ou devo dizer ex-namoradinha de merda? Enfim, aquela puta imprestável voltou para cidade há uns meses e me procurou. Agora ela me deve 10 mil.

– Ela é mais esperta do que isso. – As palavras saíram cheias de convicção da boca de John. – 10 mil? Ela nunca pegou tanto para vender...

Vender? Ela era traficante também? Muitas informações para processar em pouco tempo. Foquei meus olhos tentando me concentrar e ignorando a ânsia que ainda sentia.