Por Flora
Acordei cedo sentindo os raios de sol em meu rosto e apenas sorri por lembrar da audácia que tive ontem com Thomas. É tudo tipo conto de fadas e apesar do que aconteceu me senti como as princesas das histórias que o padrinho contava, um rei uma valsa e um beijo.
Hoje quero fazer um café para os meus irmãos em forma de desculpas pelo, o que meu querido papai falou a eles, mesmo inconsciente conseguir ouvir cada palavras e fiquei chateada pela forma ríspida que foram tratados. Ninguém presente mereci ouvir o que ouviram. Todos sempre foram meu refúgio e principalmente minha pequena família.
Me vestir hoje se tornou tudo mais simples graças a amiga do Kimura que trabalha como acessória de pessoas deficientes visuais. Ela me ensinou a me organizar sozinha e ter controle sobre meu próprio quarto o que me fez me senti menos inútil. No começo pensei que Mahina ia ficar triste, mas não ficou, até me ajudou na tarefa. Pegou várias dicas que diz que facilitaria tanto a vida dela como a minha. Sou grata a ela por sempre me ajudar e não depender dela, nestas questões, me sento uma mulher adulta.
Término de pentear meus cabelos e prendo meio frouxo com uma fita. Dou aquela conferida cega no espelho. Acredito que tudo esteja ok.
Quem me ver falando pensam que estou me martirizando por ser cega, mais não! Apenas me aceitei como sou, nasci assim e vou morrer assim. Como toda mulher, sou vaidosa e se tem um bendito espelho no meu quarto é para me olhar. Padrinho sempre me falou "Antes uma conferida cegueira do que nenhuma "
Saiu do quarto rindo da lembrança gostosa que tive do padrinho e por dentro queria muito ele aqui para da aquela bronca por ter beijado em público. Paro no meio do corredor quando um cheiro vem ao meu encontro.
— Já sei que é você Benjamim, apesar de provavelmente está vestido roupas do meu irmão, ainda consigo senti este cheiro de príncipe fugitivo – Falo e sinto seu corpo se encontrando com o meu.
— Flora, você tem certeza que não enxergar mesmo?-pergunta fazendo movimento com a mão de vai e vem e seguro sua, fazendo ele ri.z
— Me ajuda no café Be?
— Claro que sim!—Responde animado
Descemos as escadas conversando coisas aleatórias e percebo que não sou a única que aprontou na noite passada, mais deixarei para ser apenas uma ouvinte quando ele se sentir pronto para me contar. Apesar de tudo que aconteceu desde que viramos amigo ter a companhia do meu melhor amigo me faz bem. Em momento algum tive a ideia ou cogitei me tornar sua cunhada e muito menos que ele era um príncipe.
Chegamos na cozinha dividimos as tarefas ficaram com os pães e o bolo e o Be ficou com o café e os frios. O forno apita e meu bolo assou certinho e corro para tirar antes que queime, por que não pode passar do ponto certo se não vai tudo para o além.
— Huuuum que cheiro bom amiga.
— É bolo de coco, aprendi com meu padrinho a fazer. Kimura e Derick adoram e fico orgulhosa em dizer que Mahina nunca conseguiu fazer, já que o padrinho só contou a mim o ingrediente principal para dar certo. — Explico colocando ele para esfriar antes de desenformar
— Flora como que você consegue cozinhar sem enxergar nada?
— Quando fiquei maiorzinha meu padrinho começou me ensinar a preparar minhas próprias refeições e naquelas época a Mahina era beta dele então não ficava totalmente apenas nos serviços de casa. Eu tinha que comer então fui aprendendo, primeiro aprendi aonde ficava tudo na cozinha e até hoje tanto aqui na casa do Derick como na casa minha onde vivo com Mahina, tudo fica no mesmo lugar e quando ela muda algo me comunica onde estar – Explico colocando leite para esquentar.
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LUNAR (Livro II)
RomanceQuando a neve cai e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morre, mas a matilha sobrevive " E exatamente como um lobo solitário que o príncipe Benjamim sempre se sentiu até a chegada da doce Flora em sua vida. Ele não possuía nem um amigo ou mui...