Capítulo 23

159 17 5
                                    

AMANDA

Essa era mais uma noite, em que eu acordava em meio às risadas. Elas preenchiam o ambiente e era irresistível permanecer na cama, eu era atraída por elas como uma sede por água, como se eu tivesse estado perdida no deserto por dias e finalmente houvesse água a vista. São três horas da manhã - encaro o celular. Escorrego para as pantufas e corro em direção ao quarto dos meus filhos já com meu sorriso no rosto e então eu o vejo, lá está ele.

Bryan.

Meu coração aquece. Ele olha pra mim e me lança a princesa mais linda que Deus pode me presentear. Seguro-a rapidamente e damos uma volta animada pelo quarto. Miguel estava nas costas de um Bryan que parecia muito orgulhoso.

_Qual é o motivo de tanta felicidade as três horas da manhã? – pergunto a todos eles.

_Miguel acordou sozinho e mijou...

_Fez xixi – corrijo automaticamente.

_Fez xixi – murmura Bryan de forma estrangulada – sozinho no banheiro. Sem surpresas na cama dele amanhã pela manhã.

_Xi-xiiii – gritou Isabela batendo palmas.

Ponho Isabela na cama e dou um beijo em sua testa, mas eu apenas sabia que ela não ficaria ali por muito tempo. Correndo na direção de minha cama quando eu menos esperasse.

_Tenho muito orgulho de você meu amor – beijo as bochechas de Miguel e o ponho na cama – Mas já esta tarde é hora de voltar a dormir.

Bryan contrariado sai comigo do quarto, creio que por ele ficaríamos ali paparicando o bom sucesso de Miguel.

_Vocês durmam bem. Amo vocês.

_Amóóó – gritou isabela batendo palminhas.

Tão esperta, jogo-lhe um beijo e ela devolve-me fazendo bicos de beijos. Encaro a cama de Miguel e ele esta expressando um enorme bocejo, praticamente entrando em um sono profundo. Apago a luz do quarto e vou em direção a cozinha, Bryan está de costas fazendo mamadeiras.

_Mamadeiras? As três da manhã, não se preocupa de estar mimando-os demais? – pergunto a ele.

_São apenas crianças Amanda –Bryan vira e tromba-se comigo e por alguns segundos estamos muito confusos entre não cair, segurar mamadeiras e evitar o chão.

Conseguimos nos agarrar no balcão até escorregarmos para o chão em segurança. Explodimos em um ataque de risos do chão e então estou encarrando Bryan e seus lábios estão muito próximos de mim.

_Você está bem? – pergunta ele sem folego.

_Es-estou e você?

_Nunca estive melhor.

Seus rosto está tão próximo ao meu, que sinto o cheiro de seu pós-barba, aquilo causa-me um arrepio. E tão logo como a proximidade se fez existente, ela se foi.

_Aqui, deixe-me ajudá-la – Bryan me oferece a mão ao qual eu aceito um pouco sem graça.

Obviamente eu estava imaginando as coisas entre nós. Éramos amigos. Ele cuidava de mim. Cuidava dos meus filhos. Um ex-veterano de guerra aposentado com uma empresa de segurança. Cortou seus laços com a criminalidade para dar uma vida segura aos meus filhos. Eu devia a ele, mas do que eu podia se quer um dia pagar. Ele assumiu a guarda dos meus filhos, dando a eles seu sobrenome apenas para sua segurança. Não podia continuar sendo um fardo. Aproveitando-me da bondade deste homem.

_Estive pensando – comento com ele enquanto encaramos as mamadeiras dentro da panela com água quente no fogão – Em arrumar um trabalho e terminar meus estudos na universidade.

_Você não me deve nada Amanda – sussurra ele surpreendendo-me por parecer conhecer tão intimamente meus pensamentos – Não quero que você pense em si mesma ou nas crianças como um fardo pra mim. Vocês me deram mais do que eu poderia pedir. Uma família.

_Eu quero ajudar – digo a ele indo abaixar o fogo, Bryan segura meu braço e viro-me para encará-lo – Quero ter condições de cuidar de mim e dos meus filhos, não desprezo o que faz para nós, mas fui criada para ser uma mulher guerreira Bryan, não uma que é sustentada por um homem. Não posso simplesmente ficar aqui, cuidando dos meus filhos, vendo você pagar as contas.

_Então volte para a faculdade, termine seus estudos e comece a trabalhar em sua área.

_Perdi minha bolsa, eu teria que encontrar um emprego estável e pagar a faculdade.

_Ou, eu posso financiar a faculdade pra você e quando você se formar e estiver trabalhando você pode pagar-me de volta.

Bryan.

_E então? - sorri ele.

_Não posso aceitar, você é muito bom comigo e com meus filhos, eu não posso aceitar.

_Se você não aceitar, me sentirei ofendido – seus olhos parecem aumentar e seus lábios formam um enorme bico.

_O que você está fazendo? – rio tacando-lhe um pano de prato – Você está chantageando-me?

_Como uma mulher pode ser tão cruel, depois deu ter sido tão bom para ela e seus filhos, não deve ter nenhum valor ou coração – diz ele ofendido ao pegar as mamadeiras.

Taco-lhe o pano de prato e ele da uma gargalhada saindo da cozinha.

_Vou fazer sua matricula amanhã.

_Eu ainda posso me negar a ir.

_E fazer-me perder dinheiro, quando sabe que ele não dá em água. É uma mulher realmente cruel.

Despache de homem. _ Vou pagar-lhe com juros então, juros altíssimos! E saiba que você não tem um pingo de vergonha na cara – grito-lhe em suas costas.

_Pela futura bacharel da casa - grita ele de volta, e então eu ouço risadinhas de Isabela.

Essa era minha vida agora.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora