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Em amor.
Eu procurei por você em toda a minha imensidão.
Eu cruzei o céu e me confessei a choques elétricos por você.
Eu quebrei riscos internos por você, por amor.
Em amar.
Eu respirei em um ar que não era o meu.
Eu arranquei flores de jardins tão bem podados e me vi em pedaços; assim como elas.
Eu brilhei menos que o chão em tempestades de chuvas de verão.
Eu imaginei precisar mais dos seus lábios do que dos meus. Que sangravam sozinhos em vão.
Em descobrir.
Não se deixar sentir.
Se guardar e não se permitir; nem por uma canção.
Fechar o peito e discutir aos berros com o coração.
Se amedrontar e não enxergar.
Não enxergar... E não voltar a amar.
E eu o achei.
O mais puro amor. Porém...
Eu te amei.***
Abrindo o portão de casa a áurea de timidez e constrangimento continuava sob nossas cabeças. Jungkook permanecia quieto assim como em nosso caminho pós chuva até o metrô e enfim até a republica. Na verdade tão quieto como eu. Trocamos poucas palavras e eu fingia não entender suas ações naquela noite chuvosa, ainda com o cheiro de terra molhada invadindo minhas narinas. Ao entrar na sala, bem em frente a porta de meu quarto o menino suspirava fundo fincando as unhas pequenas no rosto arrancando seus pelinhos em modo automático, – parecendo não perceber que eu estava parada a sua frente – com os olhos direcionados ao chão. Pareciam agoniados e ansiosos... Sua boca de lábios miúdos se machucavam insistentemente e eu o observava quieta esperando que ele voltasse a seu estado normal. O silêncio veio a tona e ele nem parecia estar no mesmo lugar que eu, completamente voltado para seus pensamentos. Parte de mim divagava imaginando o que se passava por aqueles olhos escuros de forma que o tomava daquele jeito.
- Então – Digo o tirando de seus pensamentos. – Desculpa por te fazer faltar ao trabalho hoje.
- Ah... – ele dizia com o olhar direcionado as minhas canelas, bagunçando as costas do cabelo – Não tem problema nenhum Noona. Até me ajuda. – ele sorri sem humor.
- Você ainda quer sair de lá, não é? – digo contraindo a boca em um traço fino.
Ele da de ombros com o olhar ainda perdido, agora dando a volta nas paredes.
No momento de minha fala, o celular dourado que estava em uma das minhas mãos vibra e na mesma hora direciono os olhos para a tela vendo de quem se tratava.
[Vai Anã. Se esperar por ele nunca vai descobrir como é o beijo.]
Meu rosto se formou em uma careta séria na hora, entendendo perfeitamente a situação que acontecia bem atrás de mim, por trás daquela porta.- É o Tae Hyung? – Jeon pergunta curioso com meu olhar á tela.
- Não. – respondo sem pensar – É só... Mensagem automática. – Volto a bloquear a tela do aparelho. – É melhor eu ir para o meu quarto. Boa noite Jungkook. – sorrio simpática.
Sigo cautelosa comigo mesma, tentando aliviar a tensão estranha que havia surgido entre nós dois após os olhares trocados d'baixo de um toldo bem humilde e até mesmo esquecer meus próprios sentimentos que insistiam em me cutucar. Meus pés foram recuando junto de minha mão que já tocava a maçaneta da porta. Jeon continuava parado, tinha algo em seus lábios que diziam que por dentro ele permanecia tão inquieto quanto antes.
Enquanto me afastava não pude evitar observar sua boca entre aberta – não pude não deseja-la também – como se fosse dizer algo. Confesso que senti o amargo gosto do controle. Digo; o lado ruim do autocontrole. Em qualquer época passada eu teria ficado olho no olho com o moço e lhe deixado ao menos um selar que ele não esqueceria por um bom tempo. Mas ali, no presente onde eu tinha mil e uma possibilidades de ser eu mesma e ainda sim era a versão mais covarde, eu recuei. Sem olhar para trás, vi quem eu já esperava quando abri a porta. Taehyung estava com as maçãs do rosto contraídas em riso, sabendo o que viria a seguir. Eu havia fechado a porta, e já levava as mãos á meus fios enormes os transformando em um penteado mais confortável, livrando minha nuca.
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Stitches
Non-Fiction"Descobri que vencer meus medos me força a acreditar que quando tudo acabar não será você e eu e sim eu e meu silêncio. Aprendi que reprimindo a mim mesma não é a melhor maneira de ser alguém, mas descobri que vinte e três horas por dia posso ofusca...