Capítulo 13

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Os dias transcorriam dominados pela paz, uma paz que há muito não contemplava. Às vezes me pegava pensando sozinha. E era difícil de acreditar que dentro de uma só pessoa poderia habitar tanta alegria. Eduardo foi a melhor surpresa que a vida me reservou. Os dias ao lado dele eram inigualáveis. Saíamos para passear, fazer visitas, íamos à roda e a cada noite ele me levava a conhecer um pouco mais sobre o amor. Os segredos do seu corpo, dia após dia, me eram revelados e, da mesma forma, ele buscava descobrir os meus.

Em uma noite em especial, o calor nos levou a ficar até mais tarde na roda de viola, o céu num tom azulado servia de fundo para as estrelas que enchiam nossos olhos. Conversava distraída com Duda quando Eduardo passou e, com um olhar insinuante, cheio de intenções, estendeu a mão. Como uma folha ao vento, me deixei ser levada. Meus braços o envolveram pela cintura, enquanto os seus me protegiam como um escudo intransponível. Grudados um no outro, nos afastamos.

Tínhamos nos distanciado o bastante para não sermos vistos. O vento suave correu movendo as pontas dos seus cabelos, o cheiro amadeirado que exalava de seu corpo viajou pelo ar, aflorando e aguçando meus instintos de mulher. Olhei à minha volta e percebi o quanto estávamos longe da roda. Meus braços o envolveram e ele com carinho deslizou o rosto em meu pescoço. As pequenas farpas de pelo que cresciam me fizeram arrepiar. Ríamos com a nossa troca de carinhos e não percebemos quando a brincadeira se tornou coisa séria.

Meus braços estavam envoltos ao pescoço dele, quando sem avisar, ele se abaixou diante de mim, as mãos dele, sem pedir licença, correram por baixo da minha roupa me despindo. Mordendo o lábio inferior, ele sorriu sob a sombra de um olhar arteiro, cheio de malícia.

— O que você pensa que está fazendo, seu maluco? — disse preocupada, me certificando de que estávamos a sós. Apesar do receio, não consegui detê-lo e tampouco teria forças para isso.

— Ninguém vai saber que não está com a roupa de baixo. Quer dizer... — Repensou, me abraçando. — Apenas eu, mas que mal há nisso, não sou eu o seu marido e você minha mulher? — Seus lábios se abriram e eu os acolhi com doçura.

Com aquele sorriso envolvente, deslizou as mãos pelas minhas costas, assim que elas se achegaram nas minhas cochas macias, exerceu de força e me levantou abrindo minhas pernas. Expirei, me soltando sobre seus ombros, entremeando meus dedos por entre seus cabelos negros, rendida a todas as suas vontades. Afoito, ele me recostou no tronco de uma árvore e apoiou meu corpo nas próprias coxas, desesperadamente se libertou. Havia urgência no que ele fazia. Eduardo, só se acalmou quando pode esconder secretamente a boa parte do seu corpo dentro de mim, um gesto rápido, de encaixe perfeito. Arfamos ao mesmo tempo de prazer e sedentos de desejo, não podíamos conter os gemidos.

Infelizmente tem certas coisas que devemos evitar começar, uma vez atiçado o desejo, o homem se torna irracional e se deixa ser levado. A excitação calava a razão e freneticamente tentávamos nos saciar. Com carinho, ele descansou o meu corpo no chão que inocentemente se tornava cúmplice do nosso amor, a voz dele preencheu meus pensamentos, abafando em parte nossos gemidos.

— Duvido que possa existir no mundo algo melhor que isso!

Comecei a rir dele, que se assemelhava a uma criança solta em meio a um parque de diversões, como louca, embasbacada, sem saber ao certo por onde começar a se divertir, se movia desenfreadamente, maravilhada com cada brinquedo.

— Fala baixo, Eduardo! Não podemos chamar a atenção de ninguém. — Entre os carinhos e os beijos ofegantes, ele tentava me convencer.

— E por que não...? Estou apenas... me deleitando... degustando da minha mulher... que por sinal... é muito... muito gostosa... Kaila, você não sabe o quanto desejo o seu corpo. — E preencheu minha boca com um beijo macio.

Letargia O DespertarWhere stories live. Discover now