MIDORIYA
Já fazem 3 dias desde o ataque aqui na UA. Assim que os heróis profissionais foram acionados, a Liga dos Vilões fugiu, deixando um grande dano à área da escola. Mesmo assim, não só a escola havia sido afetada.
Já fazem 3 dias que Shoto só sai do quarto dele pra comer e ir ao banheiro. Todos na UA se impactaram com o que aconteceu, mas acho que ninguém absorveu isso de forma tão ruim quanto o meio a meio. Eu pensei diversas vezes em ir falar com ele, mas não sei se tenho coragem pra isso.
Andava pela salinha dos dormitórios, meio apreensivo. Vejo Bakugou se aproximando, e por um segundo, pensei que fosse falar comigo.
— Sai da frente, otário. — Bakugou me empurrou um pouco pra que ele pudesse passar, e eu apenas deixei sem reclamar. Eu entendo que ele tá bravo, e sei que ele não precisa se comportar assim, mas se as coisas andam ruins é porque eu mesmo fiz coisa errada.
Continuei olhando o loiro seguir em frente até que ele virou o corredor e sumiu da minha vista, mas eu permaneci ali parado, não pensava em nada exato. Eu oscilava entre pensar nas minhas amizades e o que eu ia comer na janta, isso até que uma voz conhecida me fez voltar à Terra.
— Tá tudo bem, Midoriya? — meu coração bateu mais forte, não só porque era a porra do amor da minha vida ali na minha frente, mas porque ele me assustou — Precisa de alguma coisa?
— Preciso falar com você, pode ser? — o olhar dele baixou e andou até atrás de mim, eu pensei que ele estava indo embora, mas então ele começou a me empurrar levemente até seu, quarto, que ficava naquele mesmo corredor.
Assim que nós dois entramos, ele fechou a porta atrás de si, e eu me vi naquele quarto peculiar de novo, a decoração maravilhosa que contrastava com uma estante lotada de mangás muito bons, mas que eu nunca tinha notado tanto. E então, ele se sentou no chão, em um lugar qualquer no meio do quarto e sinalizou com a mão para que eu me sentasse à sua frente.
— Midoriya, eu não quero falar sobre nada que aconteceu naquele dia, se não se importa. — de novo aquele rosto vazio, ele me fitava esperando uma resposta, e por mais que eu quisesse agradá-lo, não podia ir contra o que eu mesmo pensava.
— Mas eu me importo, Todoroki. — ele desviou o olhar pra suas próprias mãos, como se tivesse perdido o interesse na nossa conversa — Eu não gosto de ver você desse jeito, tá claramente acabado e sofrendo sozinho.
— Não tô sofrendo, por que se importa com alguém que está normal?? — normal... Sua aparência não era de alguém que estava em paz espiritualmente, ele tinha os olhos um pouco vermelhos e olheiras que antes nem existiam nele.
— Pensei que tivesse me escutado quando eu disse que estava aqui por você. — falei num tom um pouco mais baixo, mas que ele ouviu perfeitamente.
— Mas eu escutei, quer dizer, tenho ouvidos por um motivo! — olhei pra ele com uma cara de "isso é sério?" que ele retribuiu com a verdade — Olha, eu tenho muitas coisas pra resolver internamente. Eu não sei como falar, é isso, pronto.
— Você... Quer desenhar pra mim o que tá sentindo?? Escrever? Dançar? — ele negou tudo, pegando na minha mão e fechando os olhos. Ele ficou assim por uns segundos, o que me deixou meio sem jeito, mas logo ele inspirou e começou a falar.
— Como eu te disse, tem o negócio do meu pai e da minha mãe. Mamãe ficou mal por causa do papai, e eu queria tanto que aquele velho maldito mudasse, mais ainda que a minha mãe voltasse pra casa.
Ele pausou pra continuar a respirar, apertou um pouco mais a minha mão e não abriu os olhos ainda, ele apenas abria e fechava a boca sem saber como falar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dazed and Confused - TodoDeku
FanfictionIzuku Midoriya não sabia que estudaria junto com seu melhor amigo na melhor academia de heróis até entrar lá, assim como não sabia que ia se apaixonar por um dos garotos mais complicados e emocionalmente difíceis da turma.