MIDORIYA
— A última pessoa que eu...? — ele assentiu com a cabeça e então, me vi obrigado a responder sinceramente — Eu nunca beijei... —Todoroki soltou uma risada tão alta e genuína, nunca tinha o visto rir assim desde que o conheci. Essa outra face dele conseguia deixá-lo ainda mais perfeito — O que foi? — perguntei tentando esconder a puta insegurança que me atingiu.
— Você nunca beijou? — afirmei com a cabeça — Você?? — reafirmei, e ele pareceu confuso com essa "nova" realidade onde eu nunca tinha beijado — Acha que me engana, seu safado?
Eu ia perguntar de onde ele tinha tirado que eu era safado, ou sobre por que ele achava que era impossível eu nunca ter ficado com ninguém, mas não consegui, e me vi travado quando ele foi se aproximando de mim.
— O que... — tentei perguntar o que ele estava fazendo, e ele só mordeu os lábios enquanto chegava mais perto, e meu Deus, que calor — O que você...? — Shouto passou a mão pelas minhas sardas de forma delicada e colocou a mesma mão no meu cabelo, fazendo um carinho lentamente ali. Eu não tinha tanta certeza que ele me beijaria, mas foi quase automático que eu colocasse uma mão em seu quadril e outra em seus cabelos.
Os nossos rostos iam ficando mais e mais próximos, então ele fechou os olhos dele e eu estava prestes a fazer o mesmo com os meus, mas antes que eu realizasse a ação, conectou olhares de novo, agora sua pupila contraiu incrivelmente rápido. Ao invés de me beijar, ele desviou sua cabeça e apenas me abraçou.
— Izuku... Por um momento eu não te reconheci... Hah... — deu um risinho meio sem graça, como se no último instante ele tivesse percebido quem eu era. Ele parecia estar muito sem graça, talvez até envergonhado. Eu só conseguia pensar que ele tava tirando uma onda com a minha cara, mas seu tom de seriedade parecia ser real.
Como odeio gente bêbada.
— Me desculpa, eu ia fazer besteira né? — antes ele estava radiante, mas de uma hora pra outra, parecia meio chateado.
— Não sei, que besteira era? — perguntei da forma mais didática possível, me fazendo de sonso, e Shouto olhou pros lados, se levantou e me deu a mão pra que eu fizesse o mesmo. Assim que ficamos de pé, ele me levou pra um canto onde se sentiu confortável pra falar. Tamanha era sua angústia, que parecia que estávamos fazendo um contrabando.
— Não conta pra ninguém... Mas eu quase beijei o único amigo que eu tenho. — o fogo que eu estava sentindo antes, tinha acabado de chegar ao seu final. Como assim, "meu único amigo"?
— Você só tem um amigo? — ele afirmou com a cabeça e parecia meio chateado com esse fato. Passei a mão pela cabeça dele e fiz carinho nos seus fios coloridos, mesmo que estivesse suado e aquilo me desse nojinho, mas não podia esquecer que devia consolá-lo — Mas e a Momo? Não são amigos?
— Yaoyorozu é uma pessoa legal de estar por perto, mas não temos é... Como se diz... — pensava coçando a cabeça — Não temos muita intimidade. Passamos bons momentos juntos, mas não temos momentos de conversar sobre o que sentimos...
— Entendo, mas você não conversa sobre sentimentos com o Midoriya, então qual a diferença dele pra Momo?
— A diferença... Acho que é ele. — olhava pro nada enquanto falava, ele demorou pra completar o que queria dizer — Ele me olha diferente, como se não tivesse pena de mim, mas vontade de me conhecer... — me surpreendi ao ver que ele realmente disse algo congruente, e algo que envolva sua percepção sobre mim.
— Ele com certeza quer muito te conhecer melhor. — disse, com a mão em seu ombro, tentando deixar ele confortável.
— Então agora você entende... Midoriya é meu único amigo, e ele já tem um melhor amigo, isso é uma merda. — ele me encarou no fundo dos olhos e parecia triste — E isso nem é o pior, mas ele me deixa muito... — estava na expectativa de saber o que ele ia falar, então olhava pro Shouto atenciosamente — ...Meu deus, preciso de mais bebida.
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Dazed and Confused - TodoDeku
Fiksi PenggemarIzuku Midoriya não sabia que estudaria junto com seu melhor amigo na melhor academia de heróis até entrar lá, assim como não sabia que ia se apaixonar por um dos garotos mais complicados e emocionalmente difíceis da turma.