Alone Without You/Byler

[PT 2] Cap 4 - Para sempre...

Palavras: 2006
Aviso: Nenhum
Não esqueça de votar ;)
Aviso no final do capítulo, por favor leia e comente a respeito.

Hospital geral de Hawkins; Indiana
16/12/1983
10:13 AM

– Como... Como assim, Mike? – Will não pode fazer nada além de murmurar tudo que disse, sem ter a real noção de uma resposta concreta.

Provavelmente deveria ser uma piada de mal gosto de Wheeler iguais a de Richard, tinha que ser uma piada. Não era possível que isso fosse verdade. Se fosse... Seria algo muito maldoso de se fazer com alguém, esconder a origem da própria pessoa,mentir para ela durante toda sua vida, sem se importar se ela sabe a verdade sobre si mesma ou não sem dar a ela uma justificativa razoável para tal ato, como se a tristeza da pessoa pelo peso das mentiras dos outros não importasse para ninguém.

Como alguém teria coragem de fingir ser a mãe de alguém. Ou melhor, somente cuidar, já que Karen nunca foi uma verdadeira figura materna para nenhum de seus filhos, nem mesmo Holly, um praticamente bebê, provavelmente achava que Karen era somente uma pessoa que morava na mesma casa que todos, sem nenhuma relação sanguínea com ninguém naquele local, como uma madrasta má da própria Cinderela, ou até pior... Porque se fazer isso com alguém é imperdoável, pelo menos Will acha isso.

– Engraçado, né? – Michael riu sem o menor ânimo possível. Nada era engraçado nesse momento – Aparentemente minha mãe de verdade, a mãe do Richie,eu aparentemente irmão... Não me queria, então preferiu me deixar com minha tia, a Karen que... Por tanto tempo eu acreditei que era a minha mãe.

A risada de Mike não soava feliz, parecia triste, trágica, quase sádica, como se na verdade sua verdade era de chorar na frente de tudo e todos a sua frente, come se quisesse que tudo isso que estava acontecendo em sua vida fosse nada além de um pesadelo horrendo e traumatizante. Mas não era... É realidade, uma dolorosa e triste verdade, como quase todas são, diferente das mentiras, que são doces e agradáveis.

O que Will podia fazer naquele momento? Não havia nada que se podia dizer para confortar o garoto que segurava as lágrimas a sua frente, apenas absorver tudo que o garoto havia dito. Todas a mentiras, todos os segredos, as mágoas, a raiva, a tristeza, tudo... Foi revelado, exposto, compartilhado para todos que eram próximos ao garoto, que provavelmente estava se sentindo horrível como nunca se sentiu.

– Mike... Olha para mim – Will precisou dizer, já que o namorado estava toda hora desviando o olhar de Byers.

Relutante, como na maioria das decisões que fazia, Mike encarou o namorado, já imaginando o pior que podia acontecer. Já imaginando um término, um xingamento, uma briga, qualquer coisa que houvesse um mínimo de relação com um momento péssimo de uma relação romântica.

– Não fica desse modo, por favor. Eu sei que é difícil mas... – Mas o que? Era essa a questão – As coisas vão melhorar com o tempo, eu sei que vão...

– Você... Você não sabe, Will – Wheeler murmurou – Você não sabe... Como é ser enganado a sua vida inteira. Achar que algo é verdade, e quando você menos nota... Tudo não passa de uma fantasia, uma história muito bem contada por todo mundo que você conhece. É como se... Eu não pudesse mais acreditar em nada.

Em partes... Mike estava certo? Como confiar em algo depois de descobrir que sua vida foi uma enganação. E também... Não podia ser culpado por estar chorando nesse exato momento.