[PT 2] Cap 7 - Nunca o faria...

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Vancouver; Canadá
16/12/1995
18:13 PM

– Will?

A voz. A mesma voz que Will ouviu por telefone no começo do dia, quando estava se preparando para sair de casa. Essa bendita voz que chamava sua atenção mais do que tudo. Essa voz...estava atrás do garoto nesse exato instante, quase como um murmúrio, esperando para ser ouvida, porém sem um tom autoritário o forçando a fazer tal ação. Era como sempre, um tom calmo e paciente, até bonito podia se dizer. Tão bela que não era nenhuma surpresa que as pessoas se apaixonavam tão facilmente por ela.

Sem demorar muito, o garoto se virou aos poucos, finalmente encarando a garota que antes estava atrás de si com um sorriso fraco em seu rosto. E logicamente, o sorriso não era uma via de mão única, sendo que Will também retribuiu a ação que a garota lhe proporcionou, e se aproximou sem muita demora dela e a abraçou com força, sentindo os braços da garota retribuirem a ação imediatamente.

– Como você sabia que eu estava aqui? – Will perguntou, já se separando sem muita vontade do abraço apertado em que estava. Uma coisa que o garoto amava eram os abraços. Era incrível como algo tão simples, um movimento e ação tão comuns no dia a dia, conseguia trazer um conforto tão grande como o que Will sente quando o recebe. Era como um sinal de apoio, uma forma de se dizer “Não se preocupa, eu estou do seu lado”, sem realmente precisar usar as palavras.

– O Eddie me contou. Ele falou que vocês dois se encontraram ontem, e você disse para ele que estaria aqui hoje. Então... Como ele não pode vir te visitar aqui, eu resolvi fazer uma surpresa para meu amigo querido. O que achou? – Will riu em meio as palavras da garota, que permanecia com um sorriso intocável e belo em seu rosto.

– Achei perfeito. Acho que eu já estou farto de hoje, não consegui arranjar um momento livre para nada, tudo que consegui fazer foi organizar o evento. E para piorar tudo, eu ainda não consegui ver ele por dois dias seguidos. Porquê sempre que eu chego em casa ele já está muito cansado e está dormindo, e quando eu acordo ele não está mais em casa, e tudo que eu tenho é um bilhete do lado da minha cama que ele deixou para eu ler – Will disse tudo isso rapidamente, talvez rápido até demais para ser considerado normalmente possível.

– Eu acho... Que você deveria se acalmar um pouco, Will – Ela murmurou, se contendo ao máximo para não ter um ataque de riso. Sempre que Will ficava estressado ou agitado, suas palavras perdiam o sentido, e o garoto em si saia do controle, normalmente começando a se irritar com todo mundo a sua volta. Bom... Com exceção de uma pessoa, é claro. A única pessoa que conseguia o acalmar depois de um dia longo e estressante em volta de todos...

– Eu sei que eu deveria, mas eu... Olha, a única coisa que consegue me acalmar, eu não consigo tê-la nesse instante...Por mais triste que isso havia soado, não era inteiramente verdade. Estava dividido, entre meia verdades e mentiras não muito corretas. Era assim que a vida funcionava. Nada era 100% verdade, sempre haveria um pingo de falsidade nas histórias contadas, sem ter na maioria das vezes o real querer de inventar verdades falsas, muitas vezes acreditamos em algo que não é realmente verdade, isso se dá pela falta da opinião concreta, um conhecido achismo, acreditando nas mentiras sem sentido.

– Você sabe que não é culpa dele, não é? Vocês dois tem estado muito ocupados ultimamente, e você sabe disso melhor do que o resto de nós – Ela murmurou, com seus braços cruzados, mostrando o quão fechada ela era com o garoto, mesmo depois de tantos anos o conhecendo. Mas ela não tinha culpa de se sentir dessa maneira, afinal... Diferente de conto de fadas, não houve um bom começo entre os dois amigos, que se conheceram quando eram apenas jovens, tendo no máximo apenas entre quatorze e quinze anos quando se encontraram pela primeira vez, que agora parecia ter sido uma eternidade de diferença.

Alone Without You/BylerOnde histórias criam vida. Descubra agora