Livro 4 da Série: Réu
Para melhor entendimento, recomendo ler Réu, Refém e Inesperado.
Menor Voltou!
Voltou um homem diferente. Um homem quebrado. Um homem que quebra os outros.
Depois de anos sendo usado como arma letal, Menor retorna para perto d...
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Chegamos a praia do Sagi já a noite.
A viagem correu tudo bem, na medida do possível. Tirando o fato de que eu acho que Sara é sonâmbula, pois geme a noite todinha.
No hotel, ela gemeu a noite toda. Ainda bem que não acordou, porque eu despertei já de pau duro. Não dava pra evitar, primeiro com a vontade de mijar, e depois, não tem cristão no mundo que consiga manter seu pau sob controle, com uma mulher como Sara gemendo ao seu lado.
O clima entre nós parecia estar melhorando, mas eu ainda a sentia um pouco arisca comigo.
Comprei o celular pra ela, e ela já ligou pro pai. Porém, depois da ligação senti ela pensativa, distante.
Menor: Algum problema Sarinha?
Sara: Não sei Tom - suspirou - meu pai não me disse nada, mas acho que tá acontecendo alguma coisa lá
Menor: Se ele não falou, não deve ser nada.
Sara: Não sei, conheço meu pai, alguma coisa não tá certo lá, e se ele não quis me falar é porque tem a ver comigo
Menor: Então mais tarde eu ligo pra ele, se for alguma coisa ele me fala
Sara: E aí vc me conta tá?
Menor: Pode deixar, que eu vou fazer o que é melhor pra vc
Eu não gosto de mentir, então disse isso.
Se Rato estiver mesmo escondendo alguma coisa dela, é porque ele acha que é o melhor pra ela.
Chegamos a praia, e fui diretamente pro chalé que aluguei na beira da praia. É uma casinha pequena, mas um bom lugar pra ficarmos sem levantar quaisquer suspeitas.
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Entramos e já levei nossas malas pra os respectivos quartos, que ficavam um a frente do outro, que apesar de serem muito pequenos, são muito aconchegantes.
Sara ficou arrumando suas coisas na cômoda que tinha no quarto, e eu deixei esse serviço pra depois.
Fui caminhar ao redor da casa, para dar uma checada na redondeza. Conferir a segurança e as possíveis rotas de fuga, caso precise.
Depois de conferir tudo, peguei meu celular e liguei pra Rato. No segundo toque, ele atendeu:
Rato: Menor, algum problema?
Menor: Aqui nenhum, e aí? - ele deu uma suspirada profunda0
Rato: Tá foda aqui Thomás
Menor: Foda como? - me sentei em umas pedras pra poder conversar com calma
Rato: No baile depois que vcs saíram daqui, RH veio exigir que nós entregasse Sara a ele.
Menor: Imagino que vc disse que não - falei risonho
Rato: Eu disse como vc pediu. Falei que ela viajou contigo sem previsão de voltar.
Menor: E ele? - imagino a reação, deve ter ficado bem nervosinho
Rato: Ficou puto né, ameaçou meio mundo aqui. Mas o pior nem é isso...
Menor: O que é pior?
Rato: Desde que ele soube disso, todo dia ele estupra e mata uma moça daqui.
Menor: O quê? - perguntei perplexo
Rato: Ele não mata só Thomás, ele destrói as meninas. Só deixa o rosto, parece que quer que a gente reconheça que é daqui. Mas do pescoço pra baixo, ele acaba com a menina.
Menor: Puta que pariu Rato, esse cara é psicopata
Rato: O pior é que ele faz tudo bem feito, não tem como a gente ligar essas mortes ao nome dele.
Menor: Mas ele vai errar Rato, uma hora ele vai vacilar
Rato: Mas e até lá a gente faz o que Thomás? Deixa ele matar todo mundo? E se ele pegar Manu ou Bianca?
Pelo tom de voz de Rato, dava pra ver o quanto ele estava preocupado
Rato: Ontem ele tentou pegar Bianca, naquela sorveteria ali na entrada do morro. Sorte foi que Big Big é bom no que faz, porquê se não nem sei o que seria de nós.
Menor: Rato, eu não sei o que fazer pra te ajudar
Rato: Mantenha minha filha em segurança, que vc já tá ajudando demais
Menor: Eu posso tentar falar com o vovô de novo
Rato: Não adianta, Zina está facilitando as coisas pra ele. Precisamos de um cabeça do nosso lado
Menor: Cadê LN?
Rato: Viajou atrás daquela Luna e ninguém soube mais dele. Ligou a um tempo atrás pro Grego dizendo que iria ficar incomunicável, mas que um dia ele aparecia.
Menor: Porra, tá complicado viu
Rato: Menor, não fala nada com Sara a respeito disso não. Conhecendo ela, sei que ela ia querer vir embora se entregar pra ele
Menor: Pode deixar Rato, resolve daí que eu daqui.
Rato: Só de saber que ela está aí segura, eu já fico mais tranquilo.
Menor: Tá certo então, me mantém informado sobre tudo tá legal.?
Rato: Tá bem - ele respirou fundo - e Sarinha, como tá?
Menor: Tá bem Ratoeira - ele mudou de assunto e eu acompanhei - ela é muito quieta né
Rato: Kuar, não aquela - ele disse fazendo graça - ali fala até dormindo
Menor: Iih Rato, era pra mim te perguntar sobre isso mesmo, Sara é sonâmbula é?
Rato: Que eu sei não, porquê?
Menor: Nada, é que vc falou aí que ela fala dormindo
Rato: Ah, é jeito de falar - ele riu
Eu fiquei sem jeito de falar com ele que ela geme a noite né. Aliás, vou até deixar esse assunto quieto, por que só de lembrar do gemido dela, meu corpo já responde.
É um gemidinho baixo, tão gostosinho de escutar!
Me recrimino muito por isso.
Eu tenho total controle sobre meu corpo. Minha mente foi bem preparada pra aguentar qualquer adversidade. Já fiquei muitos dias sem mulher, e mantive total controle.
Por isso eu acho muito estranho meu corpo reagir tão instantâneamente logo com ela, que é só uma criança. Me questiono: o quê que está acontecendo comigo?
Levei um tempo em meus pensamentos, e voltei ao chalé para perguntar Sara sobre nosso jantar.
Entrei, e estava tudo silencioso. Segui direto ao quarto dela, e o que vejo me faz arrepiar.
Ela já tomou um banho, eu imagino, já que está com outra roupa. Um vestido curto e bem solto. Ela está em pé, com o corpo abaixado mexendo em algo na última gaveta da cômoda, de modo que eu consigo ver toda sua calcinha de renda branca.
