Eles vieram diretamente até mim, como achei que fariam. Respirei fundo, e me preparei para o que viria agora. Sempre a mesma coisa.
Devagar, eu levantei meu rosto e sorri para Cassian, que ainda estava na frente.
— Você é a mistura exata dos dois. Como conseguem? — ele brinca, mas ainda consigo ver algo além de diversão em sua expressão, o alívio. Assim como fora com cada um da família, mas dessa vez com uma surpresa mais contida — Até o fato de causar tudo isso a torna como eles. É definitivamente de família.Isso me faz rir, porque era verdade. Cada um de nós causando problemas, mesmo que nunca fosse de fato nossa culpa.
— E, se é assim, realmente acredito que você seja boa como eles, sim? O que me diz?
— Não faço ideia. Precisamos ver. — acredito que, de tudo que eu poderia falar, essa resposta era bem merda. Mesmo assim, foi o que saiu, e eu não tinha disposição para consertar aquilo.
— Isso... você quer ver, então?
— Com certeza.
— Ótimo. Isso facilita bastante as coisas, entende? Querer saber.
— É, acredito que sim.Eu tinha gostado dele. Do jeito que ele falava, havia aquela confiança humorada dele em cada uma de suas palavras, além do seu pequeno esforço em querer ser gentil. Eu percebi que gostava daquilo, e esperava que fosse assim a maior parte do tempo. Como ele mesmo disse, isso facilita bastante as coisas.
Cassian virou para a poltrona perto dele, de onde Rhys nos observava com um sorriso no rosto.
— Ei, Rhys, a gente poderia, então... — ele estava pedindo permissão? Que fofo.
Rhys assentiu levemente, complementando:
— Se ela quiser, não vejo problema. Querida...? — E agora ele estava pedindo permissão para Feyre? Certo, isso estava ficando cada vez melhor.Ela assentiu meio rindo, e Cassian voltou a olhar para mim.
— Então, a hora que você quiser, eu venho te buscar, tudo bem? — assenti firmemente em resposta, e ele voltou a olhar para Rhys e Feyre alternadamente — Gostei dela.Ótimo, então era mútuo. Na primeira vez que eu encontrei o guerreiro na minha situação atual, já tinha até marcado um treino particular (ou teste, não faço ideia de como chamar isso) com ele com a permissão dos meus pais. Olha só como as coisas dão certo por aqui.
E, com aquilo, ele saiu de perto de mim, indo se juntar a Rhysand para que pudessem conversar (provavelmente o assunto era o mesmo que foi citado em sua entrada), e finalmente não havia mais nada na frente de Azriel.
E, bem, assim seria o nosso encontro desde aquela última vez, mas agora nós tínhamos algumas coisas meio específicas em comum. Nós éramos imortais. Tínhamos alguma origem illyriana. Nós éramos encantadores de sombras.
Olha só que coincidência. Mais alguma coisa?
A primeira coisa em que reparei foi em como ele me analisava. Não sabia se ele tinha alguma ideia daquela última coisa em comum, mas parecia procurar algo, embora eu não soubesse dizer se era aquilo em específico.
E assim que olhou duas vezes para as minhas mãos, jogadas de qualquer jeito em meu colo, ele viu. Sabia que tinha visto e reconheceu o que eram, porque eu havia entendido. Ele lida com aquilo há não sei quantas centenas de anos, então concluo que isso não é uma coisa fácil de não notar.
A partir daí as coisas ficaram um pouco estranhas. Todo mundo pareceu parar um pouco e olhar para nós, em silêncio na frente um do outro. Ninguém disse nada, então eles voltaram a fazer o que estavam fazendo. Feyre olhava algo na manga da roupa, Niah parecia se levantar da poltrona com a intenção de ir até o pai e Cassian, que conversavam.
— Lyght. — ele diz na voz profunda, e eu não fazia ideia do que vinha junto com aquilo.
Ele abaixou de leve a cabeça, então fiz o mesmo. Um cumprimento silencioso, e embora eu não soubesse a necessidade daquilo, apenas fiz o mesmo.
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Lyght, a princesa da Luz Noturna
FantasyCento e trinta anos se passaram após a Guerra contra Hybern. A Corte Noturna celebra a chegada dos dois novos herdeiros dos Grão-Senhores, mas... Aaliyah é apenas uma garota que ama observar o céu e mora com os pais. Sonha em ter uma vida como a de...