❄️ - Capítulo XIX

26 4 38
                                    


O inverno, então, começou com toda a delicadeza. Os flocos de neve caíam suavemente, pintando de branco toda a extensão do reino. O ar era frio e opressivo. 

O reino estava em crise. Dias haviam se passado, mas Palama não desistira de sua decisão e mantinha firme a não negociação com Cadmus. Não havia madeira e a economia começava a entrar em colapso. 

 Em toda a extensão do reino, a população estava assustada e os nobres não paravam de questionar o rei e cobravam por uma atitude. 

Não havia mais tempo a se esperar. Magnus precisava fazer algo. 

Assim, Sandor propôs que Cadmus realizasse uma negociação, onde uma pessoa de importância, sabia e eloquente seria mandada à Palama com o fito de conseguir a paz entre os dois reinos e a volta do comercio entre as duas nações. Uma reunião foi realizada e a proposta foi aceita, faltava apenas decidir quem seria a pessoa enviada. 



Anzel acordou com um garoto loiro e agitado pulando em sua cama.

— Eu posso saber o que estás fazendo? —  Anzel resmungou cobrindo seus olhos com o cobertor. 

— Acordando-te — respondeu ofegante. 

— Vai embora!

Mas Rurik não foi, continuou pulando sobre a cama do mais velho.

— O que é que tu queres? — desistiu de tentar dormir e sentou-se. — Nukenin cansou de ficar atrás de ti?

— Vou ignorar sua ousadia — disse fazendo careta para o mais velho. 

— Por que é que viestes acordar-me?

Agora Rurik também estava sentado na cama.

— Estão todos ocupados nesse lugar. Estou entediado — disse, rolando na cama. 

Anzel riu e deu-lhe um empurrão leve no ombro.

— Já entendi. Então, o que queres fazer?

Em questão de minutos, Anzel e Rurik estavam no pavilhão da primavera. Os dois acordaram Freydis aos berros.

— Eu não suporto mais sua existência, Rurik! Quando vais amadurecer? —  A princesa levantou de sua cama indignada. 

— Céus! devias agradecer por começar o dia com dois homens lindos em seu quarto — Rurik gabou-se.

— Onde? Não estou vendo nenhum — gracejou, fazendo seu irmão bufar. 

Então, aproximou o rosto aos olhos da mais nova e deu-lhe um beijo na bochecha com estupidez.

— Agora vistes?

Freydis zangou-se, fazendo os outros dois rirem. 


Logo, estavam os três no pavilhão dos solados, onde encontraram o Lobo treinando sozinho. 

— Este homem — Rurik balançou a cabeça em desaprovação. — Como podes me trocar por um arco e flecha?

Nukenin riu. Estava frio, mas as gotas de suor escorriam sobre sua testa.

— Cuidar de uma criança é mais difícil do que parece — brincou o Lobo, com o tom de voz que, se os seus amigos não o conhecessem bem, pareceria uma grosseria. 

— Por sua culpa, fui acordado por uma pulando em minha cama — Anzel disse, fazendo Rurik revirar os olhos. 

— Não acredito que me trouxeram para cá e não há sequer soldados bonitos treinando para que os possa admirar — Freydis protestou. 

CADMUSOnde histórias criam vida. Descubra agora