❗️ O Vídeo acima é um trailer e contém cenas desse capítulo e dos próximos.
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— Não podes fazer isso! — Sandor bradou exasperado. — Anzel nunca fez isso antes, ele não tem experiência.
— E é exatamente por isso que esta é uma esplendida oportunidade para ele — o rei alegou.
— Vossa majestade, não estamos falando de uma negociação habitual. Sabemos a seriedade de que se trata esse negócio — Sandor embirrou.
— E é por ter conhecimento disso que escolhi mandar meu sobrinho.
Sandor fumegava.
— Como podes dizer que amas Anzel e enviá-lo para Palama sem sequer ter tido alguma experiencia como essa antes?
— E o que achas que eu deveria fazer, meu irmão? Sabes que devo mandar alguém importante, alguém com nome.
— Mande-me no lugar de Anzel — propôs inutilmente.
— Sandor, não mandarei meu conselheiro para um reino inimigo — esclareceu o que Sandor sabia.
— Por favor, meu irmão, não mande meu filho — suplicou.
Magnus começava a irritar-se com a insistência audaciosa do irmão.
— O que pensas, Sandor? — encarou-o firmemente. — Achas que mandarei meus filhos para lá? Achas tu que mandarei meus herdeiros para Palama? Anzel é um garoto sábio, pois tu o criastes bem. Não o estou mandando-o para a morte, mas sim em direção ao amadurecimento. Deves confiar em seu filho, meu irmão.
— Chega a ser risível ouvistes falar sobre seus herdeiros como se...
— Basta! — Magnus bradou. — Não tolerarei mais a tua irreverência. Anzel irá Palama e se ousares questionar-me, terei-te como meu opositor e terás de lidar com isso.
Não havia mais o que ser dito. sandor sabia que a discussão acabara ali.
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Nevava na tarde daquele dia e as árvores usavam cobertores de gelo.
Anzel estava junto de Rurik no pavilhão de inverno.
— Não estou apaixonado! Devo estar repetindo isso pela milésima vez. Por que não acreditas em mim?
— Porque não há outro motivo que justifique sua atitude ontem quando Nukenin estava ensinando Acelin a usar o arco e flecha — explanou.
— Ele estava, gritantemente, aproveitando-se da situação.
— Mesmo que ele estivesse, que eu acredito que não estava, por que isso incomodaria-te tanto assim?
Rurik bufou.
— Porque um homem não deveria agir daquela maneira.
Anzel riu.
— Está com ciúmes — cutucou o ombro do mais novo.
— Não estou.
— Claro que está.
— Não gosto dela, então não tenho motivos para isso.
— Hum — o mais velho avaliou a situação. — Então, tudo bem se Nukenin decidir namorar Acelin, não é?
Rurik voltou seu olhar para o mais velho.
— Do que estás a falar? Nukenin está aqui para trabalhar e não para perder tempo com garotas.
Anzel riu, fazendo Rurik enfurecer-se.
— Anzel! — a voz de Sandor ecoou.
O filho voltou o olhar para seu pai que fez sinal para que fosse até ele. Anzel despediu-se de seu primo e seguiu o pai até o palácio. Não sabia se era o silêncio ou a expressão do mais velho que o incomodava.
Sentados sobre a cama de Anzel, o olhar do pai era intrigante, misterioso.
— Aconteceu alguma coisa, pai?
— Sabes que estamos tentando voltar nosso comércio com Palama, não sabes?
— sei sim, meu pai.
— Mandaremos um representante para lá em dois, com o fito de convencê-los a voltar a negociar conosco — explicou.
— Estou sabendo disso, pois Anton contou-me. Porém, isso não é arriscado?
— Mandaremos soldados também e eles trarão alguém para cá como garantia.
— Se nosso enviado morrer, o enviado deles também morrerá — analisou. — Parece justo. E quem enviaremos? Tem de ser alguém importante e eloquente como o senhor, meu pai.
— O rei não pode enviar seu conselheiro para tal missão meu filho.
Agora Anzel começava a entender o que seu pai estava tentando dizer.
— O seu tio decidiu que tu és a melhor pessoa para isso — não dava parar prolongar mais. — Não se preocupe, vou tentar convencê-lo novamente a não deixar-te ir e...
— Não, pai —interrompeu-lhe. — Não faças isso. Eu quero ir.
Sandor o encarou.
— Filho, tu não tens experiência. Essa não é uma negociação habitual. Tu não entendes a seriedade disso — alegou.
— Pai, eu não sou uma criança — retrucou.
— Sei disso, Anzel.
— Então, confie em mim — os olhos cinzentos do filho imploravam tanto quanto suas palavras.
— Não posso deixar-te ir.
Anzel bufou.
— Por que não? Eu posso fazer isso, pai!
— Não sinto que tu estejas pronto para algo tão grande — replicou.
— Devias confiar em mim como meu tio.
— Ele só está enviando-te porque não há mais ninguém para isso — argumentou.
— Exato. Meus primos não podem ir, pois são herdeiros do trono e o senhor também não, pai. Então, se resta apenas eu para isso, não posso acovardar-me. Eu imploro, pai, confie em mim.
Sandor respirou profundamente.
— Sei que estás preocupado, mas eu ficarei bem e o senhor ficará orgulhoso de mim quando eu voltar.
Não havia o que discutir.
Sandor sabia disso. Não conseguiria convencer seu irmão, então deveria apenas aceitar. Não dá para ficar prolongando certas coisas. Sempre irá chegar a hora de puxar o curativo, mesmo que isso doa.
Abraçou o filho com força, apertando-o contra seu peito.
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CADMUS
Beletrie"Por trás de grandes reinos há sempre sangue e traição. O poder em Cadmus tem cheiro pobre." Quando se fala em arquitetura e intelecto, qual reino ousaria competir com Cadmus? Ele era o maior reino dentre as nações. Governado pelo egocêntrico rei Ma...