❄️ - Capítulo XXXV

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— Estás louco, Magnus? Como pode permitir algo assim?

Hakana levantou-se de sua cadeira.

— Contenha-se, Hakana — disse, fazendo um sinal com a mão para que ela mantivesse a calma.

— Não podemos deixar ele ir. Ele é muito novo para tal coisa.

— Mãe, todos os garotos da minha idade estão começando a lutar e...

— Tu não és como eles, Rurik — o interrompeu. — És absolutamente diferente dos outros, pois és um príncipe.

Magnus mantinha-se calado, tomando seu café da manhã.

— Anton começou a lutar com a minha idade e ele também é um príncipe — alegou.

— Magnus, diga alguma coisa! — Hakana exclamou.

O rei largou sua xícara de chá sobre a mesa, olhou para o seu filho mais novo e depois para sua mãe, a qual dera ao filho todos os seus traços.

— Querida, nosso filho já é um homem feito e está mais do que na hora de ele ter a sua primeira luta — falou de forma despreocupada, deixando sua esposa ainda mais indignada.

Ela olhou para cima, respirando profundamente.

— Não acredito nisto. Isto tudo é culpa daquele garoto lastimoso e estúpido.

— Mãe! Por favor, não digas algo assim. Isto é cruel.

Rurik a repreendeu e ela deu de ombros.

— Estou errada? Eu sei que queres ir por conta do que aconteceu àquele sonso.

— Pares, Hakana! Não devias dizer algo assim. Foi tu quem destes a mim o apoio para invadir Palama e retomar minha honra. Além disso, Anzel é parte da nossa família e se algo tão desumano e atroz aconteceu a ele, nós, sua família, devemos sim nos inconformar e fazer algo.

Ela o fitou com raiva no olhar.

— Rurik irá participar da invasão, independente da tua opinião sobre isto. Ele tem treinado por muito tempo e está pronto para lutar — concluiu e, com uma raiva quase palpável, Hakana deixou a mesa e partiu para os seus aposentos.

Rurik encarou a mesa farta por um momento, antes de perguntar:

— Pai, por que ela o odeia tanto?

— É complicado, filho.

— Uma vez eu ouvi as pessoas no mercado falando mal dela, de mim e meus irmãos, pois temos sangue estrangeiro. Acho que isso a deixa incomodada. Anzel é mais inteligente do que Anton e seu sangue é cadssím.

Magnus largou seu chá e o encarou.

— Como tu se sentes ao ouvir as pessoas dizerem coisas assim?

Rurik pensou por um momento.

— Acho que não é porque temos sangue estrangeiro que somos aberrações. Minha mãe é uma mulher muito esperta e ela sempre o apoiou, meu pai. Mesmo estando sempre por trás, ela o ajudou a tornar Cadmus como é hoje — Magnus assentiu. — E meu irmão é absurdamente inteligente e ele luta muito bem. Eu tenho certeza de que ele será um grande rei quando chegar o momento. Freydis também é uma garota admirável, boa em tudo o que faz. Eu não sou tão inteligente, mas me tornarei um grande guerreiro. O que quero dizer é que o nosso sangue não nos torna menos capazes de nada e todos nós todos queremos o melhor para o nosso reino.

Magnus sorriu quando Rurik terminou sua fala.

— Tu — apontou para o mais novo — te tornastes um homem, filho. As pessoas vão sempre o criticar. Independente do que faças, elas irão sempre o julgar. E tu deves ter certeza de quem és e nunca perder tua essência.

CADMUSOnde histórias criam vida. Descubra agora