Tres

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Desço as escadas com muita dificuldade, eu estava me sentindo cansada e sem ar, apesar de ter ficado a manhã toda em meu quarto, lendo.

-Rydel!-Chamo-a quando sinto minhas pernas perderem as forças.

Ela aparece no final da escada e sobe os degraus rapidamente.

-Vem, vamos descer.-Ela pega meu concentrador da minha mão e então descemos as escadas enquanto ela me ajudava.

Rydel me coloca sentada no sofá e se agacha em minha frente.

-O que está sentindo, fala para mim?-Ela pergunta, preocupada.

-Estou tonta, enjoada e com uma dor de cabeça intensa, estou sentindo falta de ar também e meu coração está acelerado.

-Ai meu Deus.-Ela abre o meu concentrador e verifica se o cilindro ainda está cheio.-Você fez algum esforço?-Pergunta após fechar o concentrador novamente.

-Não, eu estava lendo e então senti vontade de ir ao banheiro, fui até ele e fiz o que tinha que fazer, quando voltei para a cama, me senti mal.

-Vou ter que medir sua pressão e seus batimentos.-Ela se levanta.-Fique aqui, não levante por nada.

Assinto. Ela vai correndo até a nossa farmácia e após pegar tudo necessário para medir minha pressão, ela volta, se senta ao meu lado e então começa todo o procedimento, enquanto me pede para respirar fundo. Após medir minha pressão com o medidor de pressão arterial, ela checou meus batimentos com o oxímetro de pulso de dedo.

-Sua pressão está alta demais.-Ela diz, após terminar de medir.-Isso não é nada bom. Preciso te levar para o hospital.-Ela pega o celular na mesinha de centro.

-Não, não Rydel!-Peço, colocando a minha mão sobre a sua que está segurando o celular.

-Muni, sua pressão está muito alta, até demais.

-Olha no caderno, tem o remédio necessário.

Ela pega o caderno que está aberto na mesa de centro e o folheia enquanto passa o dedo indicador sobre cada folha, procurando o remédio.

Após uns minuto, ela foi pegar o remédio, assim que voltou, estava com a pílula e o copo de água em mãos.

Tomei o remédio sem fazer careta alguma, estava acostumada com aquilo.

-Deite-se.-Rydel ordena, enquanto coloca o copo com água que eu acabei de devolver, na mesa de centro.

Me deitei no sofá e tentei manter a calma, apesar de estar me sentindo muito mal.

-Está confortável?

-Não.-Respondo, sentindo um desconforto na nuca por causa do braço duro do sofá.-Preciso de um travesseiro.

-Vou buscar.

Rydel sobe as escadas rapidamente, e não demora muito para voltar com o travesseiro. Com cautela, ela me ajuda a colocá-lo em baixo da minha nuca e cabeça.

-Melhor?-Sua expressão preocupada ainda não sumira.

-Sim.-Sorrio para acalmá-la.

-Okay. Se em uma hora sua pressão não baixar, iremos para o hospital.

-Tudo bem.-Seguro sua mão.-Desculpa, é o seu segundo dia aqui comigo e isso acontece.

-Não precisa se desculpar, não é culpa sua, você não pode controlar, e afinal, eu estou aqui para isso, preparada para qualquer coisa.-Ela sorrir sem mostrar os dentes.

-Obrigada.-Sussurro.

-Descanse.

Me mantenho imóvel enquanto observo ela organizar as coisas sobre a mesa de centro.

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