Dieciocho

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Ross havia me convidado para um passeio essa tarde e eu aceitei, Rydel não queria permitir por medo de acontecer algo mas eu e Ross a convencemos.

Estamos em seu carro, indo para algum lugar, Ross não quis me dizer para onde estamos indo, o que me deixou desconfiada.

-Aonde está me levanto?-Pergunto pela quinta vez.

-Eu não irei dizer, pode perguntar quantas vezes quiser.-Ele diz, sem tirar sua atenção da estrada.

Cruzei os braços e me calei, ele realmente não iria contar.

Senti uma imensa vontade de pular do carro em movimento quando vi que ele entrou no bairro onde meu pai mora.

-Ross, o que estamos fazendo aqui?

Ele ignorou minha pergunta, apenas continuou com a atenção na estrada. Ross estaciona o carro em frente a uma casa antes da do papai.

-Pronto, chegamos.

-Tá, e...?

-Você vai falar com seu pai.

-O que? Não, não vou não, pode voltar.

-Muni.-Ele segura minhas duas mãos.-Eu só quero ajudar, pensa no quão sortuda você é por ter seu pai vivo, faz esse esforço pois quando não temos mais como dizer a nossos pais que os amamos, é que dói, eu sei o quanto dói. Você não sabe a sorte que tem por ter teu pai vivo. Se não quiser fazer isso por você ou por ele, faz por mim.

Me calei por alguns segundos e respirei fundo. Ross tem razão, eu tenho mesmo que falar com meu pai.

-Tudo bem.

Ross sorrir satisfeito. Saímos do carro e fomos até a casa. Passei pelos balaustres, e observei o jardim. Olhei para trás e vi o Ross parado.

-Você não vem?

-Esse momento é de vocês, ficarei aqui.-Ele escora em um balaustre grande.

Voltei minha atenção para a porta da casa, eu queria sair correndo, mas eu sabia que uma hora ou outra teria que enfrentar aquilo, então fui até a porta e bati na mesma.

Papai abriu a porta após alguns segundos e me olhou surpreso. Ele estava diferente, tinha barba, coisa que não costumava ter antes, estava mais magro que o normal e tinha olhos fundos. Ele vestia uma calça de pijama azul, quadriculada e uma camisa amarela gola V, e por cima tinha um roupão azul forte.

-Oi pai.-Digo, com a voz baixa.

Ele sorrir e me abraça.

-Muni, minha filha, quanto tempo, eu senti tanto sua falta, tanto.

-Eu também, pai.

-Sério?-Ele me solta do abraço e me olha confuso.

-Sim.

-Mas você literalmente disse que não queria mais me ver.

-Posso entrar?

-Claro.-Ele dá passagem para que eu entre.

Entro e observo toda a casa, era espaçosa o suficiente para o papai, uma cozinha americana, uma sala, porém estava meio bagunçada.

Papai tirou do sofá algumas roupas que estavam lá e me convidou para sentar, e assim eu fiz, ele se sentou ao meu lado.

-Como está, minha querida?

-Eu estou bem e o senhor?

-Estou bem.

-O que tem feito, pai? Profissionalmente.

-Eu sou escritor agora, estou trabalhando em uma obra que logo será publicada.

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