Capítulo 30

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Luna

Eu não acreditei no que eu acabei de ouvir.

- Senhor eu não posso... - tentei falar mas antes mesmo que eu fosse capaz de terminar, ele me interrompeu.

- Dez mil dólares. - falou com o olhar escuro.

Como assim 10 mil dólares ? Ele está louco ? Estamos falando de mais de 40 mil reais.

- Como ? - falei incrédula.

- Eu te pago 10 mil dólares por mês, você deve cuidar dessa criança e dar a ela tuda a afetividade que ela precisa. Eu sei que você ajuda crianças em uma ONG, acho que esse dinheiro será muito útil pra você, não é mesmo ? - falou com um tom de negócios

- Senhor, eu não.... - eu não sabia o que falar, eu havia viajado até aqui justamente pelo valor oferecido, eu quero construir outras casas de apoio e com certeza, se eu aceitar esse emprego eu poderei fazer muito mais do que eu imaginei...

- Amanhã o contrato estará pronto. - falou por fim.

................

Vicent

Passei a mão pelo cabelo pela décima vez. Eu não consigo acreditar no que aconteceu.

Eu devo estar louco, permitir que uma criança permaneça perto de mim, isso será um ponto fraco e eu não sei como vou lidar com isso.

Caminhei pelo corredor e abri a porta do quarto de Giovanna, cada vez mais eu passava mais tempo aqui.

- Você não sabe o que eu fiz, eu resolvi não mandar o bebê embora. Talvez lá às pessoas não cuidassem dela, eu sei que um dia você vai melhorar e poderá seguir sua vida. - falei calmo.

Saí daquele lugar fui até o meu quarto. Antes que eu podesse evitar, meu corpo foi em direção a porta do quarto do bebê e escutei um pequeno grunido.

Instantaneamente abri a porta e corri em direção ao quarto a sua cama, ela era diferente das camas normais. Haviam grades e uma proteção, acho que devem servir para que a criança não caia.

Coloquei os meus braços o mais rápido que pude, já que o choro se intensificou e o desespero me tomou.

Assim que eu ia sair correndo em busca de algum médico, uma cabeleira loira invadiu o quarto.

- Faça alguma coisa, ela está morrendo! - gritei desesperado.

Luna não se importou nem um pouco com a minha aflição, apenas tomou a criança dos meus braços e enfiou uma mamadeira em sua boca, logo o choro parou e foi então que eu percebi que a minha respiração estava presa.

....

- A bebê já dormiu, não se preocupe, ela está alimentada e certamente não irá acordar agora. Assim que nascem os bebês passam muito tempo dormindo. - falou Luna com um aspecto cansado.

Pela sua aparência e sua roupa, suponho que ela estava pronta para dormir quando de repente ouviu tudo.

Como todos os quartos de baixo eram ocupados pelos médicos de Giovanna, Luna ficou na parte superior da casa, onde haviam os quartos dos hóspedes.

- Pode ir- falei mais calmo.

Ela saiu do quarto e eu voltei a olhar para aquele bebê. Tão pequena, mas o seu choro parecia tão forte. Eu já tinha visto muitas pessoas chorarem, mas parece que só hoje eu realmente me importei.

VICENTOnde histórias criam vida. Descubra agora