Capítulo 10

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*Paula narrando*

Paula: Calma! Nao fica assim, eu to aqui.

Eu abraço ela em uma tentativa de acalma-lá, ela estava tão frágil e chorando, eu não podia falar nada apenas acalmar ela.
Sabe aquelas crises que você fala e coloca tudo pra fora, coisas que você tenta nem pensar e quando você consegue colocar finalmente isso pra fora, é como se fosse um peso enorme tirado das suas costas, porque todos os dias você finge ser uma pessoa 100% feliz, divertida, mas todo mundo tem seus traumas. Tudo bem que esse sentimento vai voltar pra ela, apenas desabafar não resolve o problema infelizmente, mas ajuda, fico feliz que ela tenha me escolhido pra falar sobre isso. E também de ter se abrido sobre como se sente sobre nós.
Eu acho que o fato dos pais dela serem assim, não muda o fato da pessoa maravilhosa e intensa que ela é, a pessoa que me deixou extremamente apaixonada. Sim, apaixonada, faz muito tempo que nem penso nessa palavra, as coisas pra mim são só trabalho e trabalho.

    Carla: Desculpa, Paula, eu nao quero te meter nisso, desculpa por...

      Colo minhas mãos nos seus lábios pra que ela parasse de falar. Por que as pessoas sempre se culpam após a crise? Como se elas fossem as erradas e culpadas por tudo aquilo acontecer, não temos culpa de ter pais fodidos, te ter pessoas tóxicas do nosso lado.

      Paula: Você não tem culpa de nada, para, você é perfeita, não se sinta assim. *pego delicadamente no seu rosto e dou um beijo leve*

       *Carla narrando*
    Ela me fez sentir acolhida eu queria ficar nesse colo pra sempre, minha família é um pouco complicada, eu tenho um irmão que eu amo muito, porém ele está fazendo um intercâmbio na califórnia já fazem 2 anos, volta 1 mês antes do meu aniversário, ele é a única pessoa que eu consigo ter uma conversa, e ele é gay! Sim, eu tenho muita sorte de ter um irmão gay, meus pais sabem dele, ele foi expulso de casa e demorou muito pra voltar, eu lembro daquela época, foi horrível... Mas meus pais aceitaram ele de volta e foi um inferno até ele conseguir uma independência financeira pra fazer o que ele bem entender. Hoje ele não liga pros comentários dos meus pais, quando ele voltar me disse que vai procurar uma casa pra morar e disse pra eu ir com ele. Mas enfim...
Sobre eu e a Paula, será se isso vai ficar sério? ou já tá? Eu não sei isso tudo tá me deixando confusa, é tudo muito novo eu nunca tive um relacionamento sério com alguém... Eu acho que preciso pensar.

Carla: Obrigada por isso *enxugo as lágrimas fingindo que nada aconteceu e que eu não desabei ali*
Paula : Sabe que não precisa agradecer * do um sorriso frouxo e me aproximo pra beijar ela*
Carla: Paula... eu.. a gente pode conversar depois? eu preciso pensar sobre algumas coisas, eu não tava planejando isso. * falo afastando ela de mim*

É tão difícil dispensar ela, por estar confusa sobre o que eu quero, é difícil resistir a um beijo dela, é praticamente impossível, ela é irresistível, vocês já sentiram isso por alguém? Por que eu nunca tinha sentido. Química.
Mas eu precisava, precisa de um tempo pra pensar e organizar se eu tava afim de continuar com aquilo, porque ia ficar sério e eu nunca fui de entrar em relacionamentos sérios, mas eu gosto dela... mas e se eu me decepcionar e se ela me achar só uma garota mimada?
Viram, to muito confusa, não consigo nem formar um pensamento agora. Eu preciso desse tempo.

Paula: Tudo bem... eu devo... ir embora?

Carla: Eu acho melhor, preciso pensar.

Paula: Ok, você pode me levar até a porta?

Disse que sim com a cabeça e fui descendo as escadas com ela. Mas ela decidiu se despedir dos meus pais.

Paula: Tchau dona??
Helena (mãe da carla): Helena, tchau querida, fui um prazer te receber aqui, qual seu nome mesmo?
Paula: Paula *do um aperto de mao nela e no seu Paulo (pai dela)*
Helena: Tenho a impressão de que te conheço de algum lugar, que estranho.

     PUTA MERDA, a delegacia. Eu cutuquei o braço da Paula e apontei com os olhos pra porta.

   Paula: Que nada Dona Helena, deve ser so um dejavú.

   Levei ela até a porta e me despedi dela com um beijo no rosto e voltei pra dentro de casa, como lembrei do meu irmão hoje, resolvi ligar pra ele

Carla:  Oi amorrrrrr, meu deu eu tava morrendo de saudade desse seu rostinho, como andam as coisas aí em califórnia, e os gatinhos?

   Victor (irmão): OOI CABEÇUDA, ah aqui tá tudo bem, você sabe como eu sou, solteirão, só pego pra não me apegar porquê quando eu ir embora já sabe né, não quero sofrer. Mas e você como tá? também estou morrendo de saudades!

   Carla: Ah, você sabe né mano, nossos pais são complicados, eles não fizeram nada mas só de lembrar o que eles fizeram com você me bate uma angústia de me assumir... Eu conheci uma Mulher espetacular e bem mais velha que eu, uns 7 anos?

   Victor: Voce tem que ter calma, conquiste sus coisas assim como eu conquistei as minhas, você só precisa ir com calma e muita paciência se não nunca vai dar certo, você vai se ver presa aí pra sempre! Nossos pais são complicados de lidar, mas vamos pra uma parte que me interessa, me fala sobre essa mulher espetacular aí, você nunca foi de pegar mulheres mais velhas que você, e muito menos de falar sobre elas, o que tá acontecendo?

   Carla: O amor chega para todos *do uma gargalha* Acabei de conhecer ela, to emocionadíssima né? Cara eu não sei, ela é linda, braba e toda séria sabe? Ela tem postura de mulher séria mas eu consigo destruir aquela postura em 5 segundos, sério, chega a ser engraçado, eu senti a necessidade de beijar a boca dela mais e mais vezes e eu acho que to gostando dela mas não sei também, nunca senti isso por alguém, é muito louco, tá me deixando doida, ela veio aqui me fazer uma supresa, ah! ela é policial, deve ser por isso que encontrou meu endereço. Só que ela não sabia dos meus pais, não sabia de nada, eu tive que falar que ela era uma amiga e tive que explicar a situação toda pra ela no quarto e isso me fez chorar muito na frente dela, não sei como ela se sentiu, mas eu me senti acolhida, ela me acolheu e me abraçou, parece que tava tudo bem enquanto eu tava ali no colo dela, é estranho ouvir essas coisas que eu to falando porquê eu sempre fui vida louca. Mas ela despertou algo em mim, uma coisa  proibida. *solto um suspiro*

Victor: Uau! Você tá apaixonada de mais de mais, to sentindo daqui da califórnia amada, essa Paula aí pegou bem no seu ponto fraco! - Olha, eu acho que você deveria tentar, vai ser seu primeiro amor, ele pode ser inesquecível e também pode ser pra sempre. Da pra ver que você gosta dela, você precisa tentar, não pensa nos nossos pais, pensa em você e não sua felicidade. Eu só quero que você seja feliz também, eu te amo muito!

Carla: Pera aí, tem um olho na minha lágrima, aff! Eu te amo muito, obrigada, eu to com muitas saudades, não vejo a hora de te ver, falta pouco!!!

    Ficamos nos falando por 1h e meia sobre variados assuntos, e depois que desliguei já eram 22h30, tomei um banho, escovei os dentes e me joguei na cama e me afundei nos meus pensamentos.
   Eu preciso dar uma resposta pra ela, preciso organizar tudo na minha mente.
   Eu gosto dela, o Victor tá certo, eu preciso tentar, viver isso, acho que preciso dar continuidade e ver até onde isso vai.

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