Capítulo 29

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     Paula narrando:

     O que foi essa ligação? O fim do meu namoro com o amor da minha vida? Eu esperava por ela todos os dias, e todos os dias pareciam ter mais de 24h por isso! Faziam 4 meses que ela tinha partido. E agora... agora ela tá apaixonada por outra, simples assim, como nunca seria simples pra mim, como tão rápido? Como ela foi capaz de fazer isso comigo? Eu entreguei totalmente meu coração pra ela e ela pisou nele quase pior ainda do que a própria Fernanda. Eu queria não acreditar nisso, queria não acreditar que ela seria capaz disso, eu sentia verdade nos olhos dela quando dizia que me amava, sentia verdade...
   Não consigo acreditar que uma coisa assim acaba tão rápido, eu desliguei o celular na euforia do momento, mas a vontade era de voltar a ligar e perguntar o porque, porque disso, queria falar que não acredito no que ela tava falando, EU QUERIA COMPRAR UMA PASSAGEM PRA PARIS AGORA!       Mas não, eu preciso tomar vergonha na cara, ela foi bem clara, não deveria incomodar ela, deixa ela ser feliz com quem quer que seja... aquela mulher.

                                          •••

        Aff mais um dia nesse inferno de vida, acordei meio perdida, onde diabos... ah... eu conheço esse lugar.

      
****: Bom dia... — uma mulher seminua do meu lado responde.
Paula: Bom dia — do um meio sorriso

O mesmo bordel que eu vim com o Victor uma vez sem saber que era um bordel, faziam praticamente 6 meses desde daquela ligação, eu evitava qualquer coisa que me lembrasse... ela. Quando o Victor tocava no assunto eu fugia, me aproximei muito dele aliás, amizade que quero levar pra toda vida.
Como tem sido minha vida nesses 6 meses? Bom... um tanto um pouco conturbada, mesma coisa de quando quase perdi a Carla no acidente, de quando ela ficou em coma, só que dessa vez pior ainda, eu realmente tinha perdido ela pra sempre... Não! ela me perdeu, ela me perdeu pra sempre, foi isso! Enfim, passei os últimos 6 meses bebendo como uma doida, parei de beber só em casa e ia com frequência aquele lugar, nada mais me impedia, ninguém me impedia, eu só queria tirar ela da minha cabeça. E aos poucos eu estava conseguindo, mas ontem tive uma recaída e parei aqui de novo. Mas não vai mais acontecer, preciso seguir minha vida e não acabar com ela. Me despedi das meninas no quarto e desci para o estacionamento, esper9 não voltar mais nesse lugar.
      Passei em casa, tomei um banho pra tirar o odor de cachaça e sexo, vesti minha farda e fui para a delegacia. Eu vinha trabalhando em algumas operações policiais, eu costumava ficar mais no escritório mesmo, calma, analisando documentos e b.o, mas isso mudou de uns meses pra cá, precisava de mais ação na minha vida.

Paula: Bom dia seu Fernando, como está?
Fernando: Muito bem minha querida! e você?

Fernando era um senhor que trabalhava há anos na delegacia, antes mesmo de eu chegar, muito simpático e gentil, diferente de algumas pessoas dali.
Quando comecei a trabalhar aqui foi ele quem me acolheu, e disse que ia ficar tudo bem, fui vítima de críticas de vários homens principalmente com o delegado que hoje aprendeu a me respeitar. Não acreditavam no potencial de uma mulher sendo policial, eu era motivo de cochichos e risadas por toda a delegacia, mas isso mudou.

Delegado: Operação agora no morro da cruz, preciso de 6 policiais, agora!!!

Paula: Seria um prazer ser útil, delegado.

Depois do Delegado explicar como ia ocorrer a operação, corremos para pegar nossas coisas.
Depois de uma longa investigação, descobriram da onde vinham as drogas da boca de fumo do morro, fomos em silêncio para pegar eles de surpresa. Quando chegamos no local, nos separamos em duplas e cercamos o local. Ao entrarmos, estavam 5 jovens, jovens mesmo, ao redor de uma mesa cheia de dinheiro drogas e com armas na cintura, entre eles tinha uma mulher, arrumada, parecia perdida, como se não pertencesse aquele lugar. Assim que perceberam nossa chegada pegaram as armas que e miraram em nós, vendo que estávamos em major quantidade e não teriam sucesso, pegou a mulher e a envolveu em seus braços como sinal de que ia fazer ela de refém. Em movimento apontando a arma para qualquer policial que se mexesse esboçou um sorriso de canto no rosto.

****: Se afastem, ou ela morre. *aponta a arma na cabeça da menina.

Um cara do grupo olhou pra ele com a arma ainda apontada pra um dos meus parceiros.

***1: Cara, não faz isso, pela nossa amizade

***2: Cala a boca cara, ninguém mandou essa menina vim aqui te procurar, fica na tua.

Paula: Calmaria rapazes, soltem a garota.

***2: Nem fodendo, pra você atirar? acha que somos burros, se afastem, solto ela assim que tiver longe o suficiente.

     O moleque que parecia ser o chefe a gangue foi se afastando, até que rapidamente apontou a arma pra cima e atirou deixando cair um lustre enorme na nossa frente e parte do teto, saíram correndo e deixaram a menina pra trás. Ainda perdida com a poeira na minha frente alertei os rapazes.

     Paula: Vão atrás deles, RÁPIDO!

    Assim fizeram, avistei a menina sentada no chão chorando.

    Paula: Fica calma, moça, não chora. Vamos pegar eles.

    Menina aleatória: É sua função parar no meio de uma operação pra prestar socorro pra meninas indefesas? — com muita dificuldade ela esboçou um sorriso fraco

Paula: Não é minha função, mas também não sou um monstro, só vim checar se você está bem. Agora enquanto a eles, não se preocupe, vou cuidar deles, agora vai pra casa, por ali. —aponto o dedo pra um lugar mais seguro — Agora deixa eu ir fazer meu trabalho.

     Subi uma escada estreita correndo, antes que eu chegasse no topo ouvi barulhos de tiros, respirei fundo e subi mais rápido para ajudar meus parceiros, me escondi atrás de uma mureta e lá estavam eles, do outro lado trocando tiros com meu pessoal. Comecei a me movimentar e a trocar tiros com os meninos do outro lado da casa de dois andares, as pessoas se escondiam sem surpresa, pois parecia normal aquilo acontecer naquela área. Ia trocando de lugar com os meus parceiros, fiquei atrás de um muro mal feito de tijolo, e aparecia uma vez ou outra a vista pra atirar. Até que eu escuto alguém me chamar, eu acho que me chamaram.

Menina aleatória: Moça! Moça eu esqueci de falar, por favor não faz nada com onde boné azul por favor, se você quer me ver bem não faça isso.

Paula: Mas o que diabos você tá fazendo aqui, volta lá pra baixo

Menina aleatória: moça por favor, por tudo que é mais sagrado, não faz nada. — ela se aproxima ficando a vista aos tiros

Corri pra empurrar ela pra dentro de novo.

Paula: Você tá louca? Deixa eu fazer meu trabal...

Depois dessa frase que nem consegui terminar, minha vista embaçou e eu caí, sem entender direito o que estava acontecendo, meus parceiros olharam pra trás se dando conta do que tinha acontecido ali. Um dos tiros acertaram minha coxa, logo o local onde mais sai sangue, ótimo. Se eu não fosse levada dali rápido eu ia morrer de hemorragia. Parceiro: Paula, está tudo bem?

Paula: Não se preocupe comigo, não deixe eles fugirem! A.. essa... hm...

Giulia: Giulia, pode deixar comigo eu vou chamar a emergência.


Giulia... nome bonito.

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Instagram: @pamellacondoisele
Twitter: @pamellaguiarr

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