Ep 8: Ela está de volta

1.1K 154 39
                                    

(...)

1 dia depois.

Depois de ontem a minha cabeça estava estourando de estresse. Estresse triplo. O que eu menos queria, era trabalhar hoje...

Chegando na sorveteria eu fico me olhando no reflexo do vidro,mas agora não era para mim que me chamava a atenção.

Parece que o mundo para, as pessoas congelam, e só resta eu e o meu azar gigantesco estampado na minha testa.

-Mais que porra? - Era o destino ou perseguição?

Ele estava lá, parado conversando com o meu chefe. Será que ele ficou tão irritado com o jantar de ontem que decidiu falar besteira para o meu chefe? E fazer ele me demitir? Ele não pode fazer isso.

Eu começo a soar de nervosismo. Entro na sorveteria e coloco a minha mochila em cima da mesa.

O meu chefe me olha mas não fala nada, apenas sai da sorveteria.

Algo é jogado contra a mesa. Era um envelope, olho para o lado.

- O que é isso? - Pergunto assustada ao ver quem era.

-O dinheiro da sua mentira.

Eu levo um susto, ele descobriu do namoro?

- Do que você está falando!? - Perguntou ao Joey, Quase gaguejando.

-Você sempre foi lenta desse jeito?... O dinheiro dos sorvetes.

Solto o ar que eu nem sabia que estava preso. Aliviada estou. Eu nem tinha o agradecido pelo dinheiro.

- Aonde está o avental? - Ele perguntou.

- Do que está falando?

- Eu sempre tenho que te explicar tudo? Charlie Maia Sampaio.

-Talvez seja porque você não explica nada.

Ele se aproxima bastante abrindo um sorriso.

-Tudo bem dinossaura, eu vou explicar melhor pra você... Você mentiu que não trabalhava aqui, fez besteiras e eu te salvei... Agora o seu chefe está me obrigando a trabalhar aqui pra pagar as dívidas da burrice que você causou.

-Ma-mas esse dinheiro do envelope não é dos sorvetes? - Pergunto nervosa.

- Não, é da máquina que a sua cabeça dura também quebrou!

Oh, merda.

Eu pego a minha mochila e vou para dentro do banheiro. Me encosto na porta.

-O meu Deus- Digo a mim mesma sem transmitir som da minha boca.

Charlie 1: Eu acho impressionante quando você tenta se livrar de algo e acaba deixando esse problema mais próximo de você.

Eu dou um tapa na minha mini Charlie imaginária. Eu lavo o meu rosto na água gelada.

-Charlie- Ouço a voz dele atrás da porta.

-Você não pode trabalhar aqui! Isso é meu Joey, algo apenas meu.

- E foi a minha culpa me meter nisso!? - Ele disse através da porta.

Eu abro a porta com força, vendo ele me encarando.

- Sim! Foi você quem quis assumir a culpa. - Eu digo.

Ele ri irônico.

-Okay então, eu vou ligar pro seu chefe e dizer a verdade. - Disse ele tirando o celular do bolso.

- Não! - Seguro o seu braço - Não quero perder o meu primeiro emprego por um desastre meu.

- Você devia me agradecer. E não ser ingrata.

- E eu já não agradeci?

Ele fica me encarando por um tempo, o meu peito estava acelerado, ele morde os lábios com a expressão séria.

-Melhor abrirmos a sorveteria. - E então ele virou o rosto. Reviro os olhos e amarro os meus cabelos.

Eu começo a colocar as cadeiras no chão e limpar as mesas.

Eu sou tão azarada.

(...)

Eu atendia as mesas enquanto o Joey estava no balcão. As vezes trocávamos olhares. Será que a namorada dele sabe que ele está trabalhando comigo ?

-Se pedido já será entregue - Digo. Eu me viro de costas e trombo com ela... Aí não. Ela não senhor.

- Charlie? - A morena arqueiou as sombrancelhas.

-Kamilly...

Ela olha para as amigas dela.

-Então você trabalha aqui?

- Sim... Então, podem se sentar, vão querer alguma coisa ?

Ela se senta na mesa com as amigas e logo vê o Joey no caixa.

-Fiquei sabendo que o Joey te deu um pé na bunda.

- Assim como ele e o irmão dele fizeram com você. - Falei sorrindo.

Ela puxa o meu braço, me machucando por causa das suas unhas grandes.

- Eu ainda sou cliente.

- Não justifica o que você e o Calvin fizeram comigo e com o Joey.

- O Calvin era apaixonado por você. E eu pelo Joey. Eu seria capaz de fazer tudo por amor. E eu não me arrependo de nada. Até porque, mesmo eu saindo perdendo, você saiu também.- Ela fala cochichando em meu ouvido, fazendo aquilo soar como algo doentio.

Joey puxa o meu braço, fazendo as mãos de Kamilly se soltarem.

- Você é cliente não pode fazer isso com a garçonete, Kamilly.

-Amor! - ela exclama.

- O meu nome é Joey. Apenas isso.

- Okay... Joey. - Ela sorri, eu me afasto deixando Joey atender as meninas.

Não se deixa abalar, não se deixa abalar. Tabom, abalou. Eu começo a ajeitar o caixa pra disfarçar o meu desconforto e tristeza que sentia naquele momento. Por mais que tenha sido 1 ano separada do Joey, por certos momentos, eu sinto que a gente ainda se gosta... Eu o odeio muito. Com todas as forças... Mas a gente se gosta? E como ele pôde me superar tão fácil, no começo.

Ou será que ele apenas queria mostrar essa imagem?

Mordo o lábio inferior, olhando o meu braço que estava com a marca de unha da Kamilly. Os meus olhos estavam marejados.

Sinto uma mão forte me pegando pelo pulso, me acordando de meus devaneios.

-A unha dela é como uma espada. - Ele diz.

Uma lágrima cai, sem querer e eu me viro de costas.

- Charlie, o que ela te falou?

- Nada que eu já não saiba. - Digo.

Eu não queria vê-lo. Não assim. Na verdade eu não queria ve-lô nunca mais. O silêncio estava entre nós dois. Ele não devia estar mais ali.

- Admite que nós sempre seremos cegos para o que realmente importa, só não somos capazes de perceber isso porque estamos ocupados dando atenção por coisas fúteis.

Eu limpei o meu olho e olhei para trás. Ele ainda estava ali...

-O quê quis dizer com isso?

- Nada, Charlie.

E então ele se virou indo atender outros pedidos.

Eai gente estão gostando???
Charlie Charlie viu... E o Joey o que estão achando? Espero que tenham gostado amores♡♡♡♡♡ até prox cap, com bastante idéias.

Charlie 2Onde histórias criam vida. Descubra agora